Matcha às segundas-feiras - Michiko Aoyama


Sabe quando você termina um livro denso, daqueles que deixam a cabeça pulsando, e tudo o que você quer é algo leve, acolhedor, quase um abraço em forma de páginas? Foi exatamente assim que Matcha às segundas-feiras me encontrou — e talvez encontre você também. Michiko Aoyama tem esse dom de transformar pequenas histórias em pequenas pausas de respiro, e neste livro ela faz isso com uma naturalidade quase mágica.

Gostei bastante da leitura, embora eu tenha sentido falta daquele fio condutor mais claro que aparece em Chocolate quente às quintas-feiras. No livro anterior, era mais fácil costurar mentalmente a relação entre os personagens; desta vez, as conexões existem, mas são mais suaves, quase sussurradas. Nada que comprometa, mas deixou aquela saudade da estrutura mais evidente do primeiro.

Os capítulos, curtinhos e diretos, funcionam como pequenas caixinhas-surpresa: simples por fora, mas cheias de significado por dentro. Em cada história, Aoyama abre portas para reflexões sobre o tempo, o corpo, os laços que criamos (e os que tememos criar), a vergonha que carregamos escondida, o amor em suas formas imperfeitas — e, claro, nossa própria imperfeição humana. Aposto que você vai se pegar parando no meio de um parágrafo para pensar em alguém, em algum momento, em você mesmo.

E quando o livro acaba… fica uma sensação boa. Uma sensação de pertencimento, de ter acompanhado vidas reais o suficiente para sentir que fazia parte delas. Mais do que um livro leve para espairecer, Matcha às segundas-feiras entrega aconchego — e um daqueles suspiros que a gente solta sem perceber.

Se você gosta de livros curtos, histórias inspiradoras e leituras que cabem na rotina sem deixar de tocar fundo, esse aqui é praticamente um presente. Perfeito para intercalar entre leituras pesadas ou simplesmente para iluminar uma segunda-feira qualquer — com ou sem matcha.


Retomando o cenário acolhedor de Chocolate quente às quintas-feiras, Michiko Aoyama traz um delicado romance sobre a beleza dos relacionamentos e os laços invisíveis que nos unem. Toda segunda-feira o Café Marble abre suas portas para um evento especial. Desta vez, ele se transforma no Café Matcha, onde o aroma reconfortante do chá verde e o calor de uma conversa gentil inspiram pessoas comuns a descobrirem caminhos para recomeçar. Uma vendedora enfrentando uma maré de azar, uma jovem buscando apoio para seguir em frente após o fim do noivado, um rapaz aprendendo a olhar as dificuldades por outra perspectiva – essas e outras histórias se cruzam de maneira sutil à medida que as estações transformam a paisagem à sua volta. Encontros fugazes se tornam o estopim de profundas mudanças, revelando que todos nós estamos conectados numa corrente que se estende para muito além do que imaginamos. Enquanto um gato branco como a neve observa os humanos surpreendentes ao seu redor, Michiko Aoyama nos convida a trocar o amargor do matcha por saborosas porções de inspiração, amizade e esperança.



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