Eu assisti... Meu Ayrton, por Adriane Galisteu


Gente, eu preciso começar dizendo: Eu era (e ainda sou) completamente apaixonada por Ayrton Senna. Do tipo que acordava cedo, colocava o despertador para tocar só para ver o Ayrton correr e torcia como se cada curva fosse um final de campeonato. Ayrton era mais do que um piloto — era o meu herói, meu orgulho, meu ídolo.

Por isso, quando anunciaram a minissérie SENNA, confesso: não assisti. E não foi por falta de vontade, mas por decepção antecipada. Soube que o romance entre Ayrton e Adriane Galisteu — um conto de fadas vivido intensamente durante 405 dias — teria apenas um minuto de espaço. Um minuto! Aí lembrei daquele ditado que nunca falha: “Basta apenas uma mentira para colocar em dúvida todas as verdades.”

Mas então, como um presente para quem sempre acreditou naquele amor, veio o documentário Meu Ayrton, por Adriane Galisteu. E que surpresa boa! Em dois episódios cheios de delicadeza, sensibilidade e verdade, Adriane compartilha o amor, a saudade e os bastidores de um relacionamento que o mundo inteiro acompanhou de longe, mas que poucos realmente conheciam. A série é construída com base em fatos, fotos e depoimentos reais de quem viveu tudo aquilo de perto — o que a torna ainda mais emocionante.

E sabe o que me tocou ainda mais? 
Em momento algum Adriane faz qualquer menção desrespeitosa à família do Ayrton ou à Xuxa. Muito pelo contrário! Ela fala deles com muito carinho e respeito, sem rancor, sem indiretas, sem polêmica.
Sem falar que ela nos apresenta personagens que fizeram parte da vida do Ayrton e que jamais foram citados em outros documentários, como por exemplo uma das pessoas mais presentes em sua vida que foi seu amigo Braga e sua assessora de imprensa Betise. Isso mostra o quanto ela é generosa e madura ao relembrar um capítulo tão bonito (e dolorido) da sua vida.

Assisti com o coração apertado. Chorei, me emocionei, e sofri novamente aquela dor que parecia ter ficado lá em 1994. Quando, na transição entre os episódios, apareceu a data 1º de maio de 1994, eu simplesmente sussurrei: “Odeio esse dia!”. E é verdade — ainda odeio.

Se você quer conhecer o Ayrton além das pistas, o homem por trás do mito —  o namorado, o ser humano por trás do capacete —, e o amor que o acompanhou até o fim, Meu Ayrton é a série que você precisa assistir. É doce, sensível, verdadeiro e profundamente tocante. Um presente para os fãs, e uma homenagem linda a um amor que continua vivo na memória e no coração de quem acredita que o amor — assim como Ayrton — nunca morre.



3 comentários

  1. Leninha, confesso que esse post me pegou de surpresa...por vários motivos.
    Eu também assistia F1 pelo Ayrton...mesmo não me considerando uma fã de carteirinha, eu estava aos domingos, torcendo e me decepcionando quando acontecia algo e ele não completava a corrida ou não chegava ao pódium.
    Vi a série e gostei demais, pela atuação do moço que interpreta Ayrton e de sua família.
    Admito que ver Xuxa, Galisteu, nesse documentário, me fez torcer o nariz. Não consigo ser fã delas,de nenhuma delas.
    Mas ler tudo acima, desse lado humano, do respeito a quem viveu esse romance intenso e curto(infelizmente) e isso de quem realmente estava ali em todos os momentos, me fez desejar ver sim.
    E vou procurar fazer isso, ao menos para falar com certeza se gostei ou não da ideia rs
    Beijo

    Angela Cunha Gabriel

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    1. Pois é, Angela, toda história tem dois lados, e nem precisa gostar de Xuxa ou Galisteu, basta apenas saber que o que a família do Senna fez na sua minissérie foi usurpar a história de amor que aconteceu entre Ayrton e Adriane. Eu recomendo que você assista e conheça a "verdade" pelos olhos de quem viveu, mesmo que você não seja fã da Adriane, você pode até começar a olha-la com outros olhos.
      Beijos

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  2. Oi, amiga.

    Concordo totalmente contigo.

    Aqui em casa, todo sábado a gente acompanhava a classificação e que emoção quando o Ayrton conseguia a pole position. E todo domingo, ficávamos na expectativa, a gente torcia e vibrava a cada vitória, e ficávamos com o coração na mão também quando acontecia algo ou não conseguia uma boa colocação. Teve uma com o Proust que ficamos irados com o que houve (e na série mostra isso também).

    Quando o Ayrton faleceu, foi um baque. Ficamos chorando de soluçar a semana inteira e até hoje nós nos recordamos deste dia, porque foi impactante para todos os brasileiros, uma comoção geral mesmo. Fora que estávamos a família toda reunida. E nunca mais vi uma corrida com essa mesma comoção que ele trazia.

    Nós três aqui em casa assistimos este documentário (minha irmã chorou muito nos dois episódios) e realmente é muito emocionante. Foi tocante ver a história sob o ponto de vista da Adriane (ela é uma guerreira) e ficamos sem palavras diante da postura da família, que sempre (pelas matérias, documentários, jornais) o trataram como um produto.

    Vimos também a série, mas não fizeram jus a Adriane (mostrou muito pouco). Peguei ainda mais ranço da família. Gostei mais pela história do Ayrton, da infância até a vida adulta, como realmente ele se tornou piloto, mostra também a família, os amigos, os amores, o que acontecia nas corridas, os bastidores, a equipe, os carros, as desavenças dele com o Proust, o Piquet e etc. Achei muito legal ver mais desse lado humano dele que desconhecemos. O ator realmente foi incrível.

    Este documentário da HBO trouxe tantas lembranças doces e também dolorosas, porque me lembro de tudo que vivenciamos com detalhes. Por um lado bate uma saudade, sabe?

    Os domingos realmente não são mais os mesmos em meio à comoção diante de uma classificatória ou uma largada até chegar entre os primeiros colocados na F1. Sem o carisma diante da vitória em meio à trilha sonora da chegada, que nos marcou tanto, junto da empolgação segurando a nossa bandeira.

    Ayrton Senna sempre será eterno em nossos corações.

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