Sete Anos Entre Nós - Ashley Poston


Sabe aqueles livros que você tenta começar a ler sem grandes expectativas, só com curiosidade, com um certo receio de se decepcionar, pelo fato de só ter lido coisas boas sobre ele, mas que de repente percebe que está emocionalmente envolvido, de olhos marejados e o coração apertado? Pois é… Sete Anos Entre Nós me pegou assim. Um romance com pitadas de realismo mágico que poderia facilmente escorregar para o clichê, mas que, ao contrário, entrega uma história tocante, delicada e profundamente humana.

A premissa já é curiosa: Clementine e Iwan vivem em um mesmo apartamento de um prédio, mas com um detalhe — há sete anos de diferença no tempo entre eles. Isso mesmo: enquanto ela está em 2024, ele vive em 2017. A mágica dessa história não vem com varinhas ou feitiços, mas com aquela sutileza bonita de imaginar que o amor e o destino podem, sim, desafiar o tempo.

Durante a leitura, me peguei o tempo inteiro tentando entender o que levou a Frini Georgakopoulos às lágrimas numa Live da Editora Arqueiro — e, olha, eu acho que entendi. Entendi também porque a Bells Lopes eternizou o livro com uma tatuagem de limão na pele. Tem algo na personagem Clementine que é puro suco de dor, doçura e saudade. Um amarguinho que, no fundo, te lembra que a vida é feita de perdas, mas também de recomeços.

Ashley Poston trata o luto com uma sensibilidade absurda. Sem pesar a mão, sem dramatizar demais. Apenas mostrando como ele se infiltra nas pequenas coisas: no café que esfria, na casa que parece vazia demais, nas palavras que não foram ditas. A escrita dela é leve, fluida, quase como se ela estivesse sussurrando a história no nosso ouvido. Mas não se engane: cada frase vem carregada de sentimentos que te prendem à leitura.

O mais bonito é perceber, ao longo da história, como o tempo muda as pessoas — ou melhor, como ele muda algumas coisas nas pessoas. Hábitos, planos, até prioridades. Mas a essência, aquilo que realmente somos, permanece lá. O reencontro entre passado e presente não é só sobre amor, mas sobre como nos tornamos quem somos, mesmo com os pedaços que perdemos pelo caminho.

E olha, fica aqui uma dica de ouro: não pule os agradecimentos e o guia de leitura no final do livro. Sério. A meu ver, aquilo ali é quase um epílogo emocional. Dá para entender melhor a mente da autora, as inspirações, todo o carinho e o quanto de si ela colocou nessa história.

No fim, Sete Anos Entre Nós é aquele tipo de leitura que deixa um quentinho no coração, mesmo quando fala de dor. É sobre perdas, sim, mas também sobre o que fica, o que cura e o que vale a pena guardar — como uma boa história, um bom amor e, quem sabe, uma flor de limoeiro tatuado na pele.


Seis meses atrás, Clementine West teve o pior dia de sua vida. Então resolveu seguir à risca um plano para deixar o coração longe de problemas: manter-se sempre ocupada, trabalhar como se não houvesse amanhã e não correr risco nenhum. 
Por ora, está funcionando. 
Até que, do nada, ela dá de cara com um homem na cozinha de seu apartamento. Um homem de olhos gentis, voz grave e um gosto especial por torta de limão. O tipo de homem pelo qual Clementine seria capaz de se apaixonar perdidamente. 
Ele é perfeito, exceto por um detalhe: o homem existe no passado. Sete anos atrás, para ser exato. E Clementine existe no futuro dele. Sete anos à frente. 
A história teria tudo para ser impossível, mas, quando criança, Clementine amava coisas impossíveis. 
E agora talvez passe a amar de novo.




4 comentários


  1. Leninha, você escreve suas resenhas tão incrivelmente emocionais que fica complicado não desejar ler o livro assim que termina de ler sua resenha. Eu amo sua forma de detalhar um livro com todos os toques essenciais que pega o leitor de jeito e claro, o livro vai logo para a lista de desejados.
    Eu gostei muito da premissa dessa história, não conhecia a autora, mas gosto quanto tem um toque de magia na história, a gente já vive tanta realidade que às vezes dar aquela escapada num romance que nos inspira a fantasiar cai bem.
    Não preciso nem falar mais nada, já me convenci que preciso ler esse livro para ontem, já foi para a lista de desejados com louvor.
    Obrigada Leninha, por sempre nos apresentar livros que passamos a desejar avidamente.
    Beijos estalados!

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    1. Obrigada por suas palavras, Patricia. Bom saber que minhas resenhas ainda conseguem tocar as pessoas. Beijokas

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  2. Olá! Ahhh, que legal encontrar esse livro por aqui, ele já faz parte da minha listinha a algum tempo, mas confesso que estou com um certo receio de começar a leitura, não sei se estou preparada para desidratar (risos), mas acho que as resenha me fez decidir que por fim chegou o momento. Eu amo esse tipo de leitura que traz reflexões, que te toca e o mais importante de marca, as vezes literalmente (já amei a ideia da tatuagem), então bora preparar a caixinha de lenços e #partiu.

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  3. Oi, Leninha
    Eu já tava doida pra ler ele de tanto a Bell falar, e agora, com sua resenha tão linda, aiii queria ler agora, mulher , mas preciso ir dormir kkkkk
    Pelo jeito é um livro muito lindo, tocante , que nos emociona e muda algo em nós...
    Embora eu esteja passando por um luto e esteja fugindo de temas tristes, acho que esse pode me ajudar e até me fortalecer nesse momento difícil....
    Vou querer ler em breve, já o tenho no Kindle.
    Bjss

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