Já tem um tempinho que assisti ao filme Angela, mas ainda estou digerindo tudo que vi, talvez por isso a demora em postar sobre ele. Inspirado na história real da socialite Ângela Diniz, que foi assassinada em 1976 por Doca Street, o filme é um soco no estômago — e também um lembrete doloroso de como o Brasil falhou (e ainda falha) com as mulheres.
Quero iniciar essa resenha rendendo aplausos para a atuação da Isis Valverde que está simplesmente perfeita. Ela encarna a Ângela com intensidade, paixão, coragem e charme — e também mostra sua fragilidade, sua sensação de sufoco e as injustiças que sofreu. Dá pra sentir tudo com ela. Sem dúvida, esse é o melhor momento do filme. Ela consegue revelar quem foi essa mulher além das manchetes: alguém que só queria viver, amar e ser livre.
E agora vem a parte que mais revolta: como uma mulher pode ser julgada pelo próprio assassinato? Ângela foi apontada como “provocadora”, “livre demais”, como se isso justificasse o crime brutal que tirou sua vida. O julgamento virou um espetáculo machista — um momento vergonhoso da nossa justiça que precisa ser lembrado pra nunca mais acontecer.
Além da história forte, o filme acerta na ambientação. Os cenários são lindos e bem fiéis à época. Tudo colabora para nos transportar ao tempo em que essa história real aconteceu, com uma estética bela e dolorosa ao mesmo tempo.
Angela deixa uma mensagem clara: toda vez que uma mulher fica calada diante de um desrespeito ou de uma violência invisível, outra tragédia pode acontecer. O silêncio não protege; ele só mantém tudo igual.
Angela é um filme que precisa ser visto. É um alerta, uma homenagem e um chamado. Que todos assistam, discutam e se lembrem, para que histórias como a de Ângela nunca mais aconteçam novamente.
Angela é uma cinebiografia nacional que conta a história da vida e morte da socialite Ângela Diniz, que ficou conhecida após seu assassinato que chocou o país. Na trama, Angela (Isis Valverde) acaba de sair de um divórcio no qual teve que abrir mão dos filhos, e quando conhece Raul (Gabriel Braga Nunes) ela acredita ter encontrado alguém que ama seu espírito livre tanto quanto ela. A atração avassaladora faz o casal largar tudo e viver o sonho de reconstruir suas vidas na praia, mas a relação declina rapidamente para o abuso e violência, terminando em um dos crimes mais marcantes do Brasil.
Oi amiga.
ResponderExcluirNão conhecia este filme, pra falar a verdade, não lembro de já ter visto algo sobre o caso, mas sem dúvida me pareceu ser muito interessante, um assunto que nunca morre, que está sempre em pauta, o desrespeito com a mulher. Gostei da dica.
Beijos
Jura?! Além do filme ainda assisti ao Podcast. É muito triste e ao mesmo tempo abre os olhos: príncipes encantados podem ser sapos.
ExcluirAssista!