Susan não quer saber do amor – Sarah Haywood


Susan sempre lutou para chegar até onde chegou do jeito que queria: uma mulher forte e independente, no auge dos seus mais de 40 anos, com uma vida controlada, metódica e programada. Mas isso está prestes a mudar; após perder a mãe e descobrir um testamento que considerava injusto, ela verá tudo desmoronar: seu irmão “encrenqueiro” volta a ter contato com ela e o seu “relacionamento” – com termos explicitamente claros sobre limites – também ganha um contorno diferente.

Ao longo das mais de 300 páginas vemos e acompanhamos, em uma narrativa feita pela própria Susan, todas essas mudanças que acarretam, em diferentes níveis, mudanças bruscas e radicais, tirando a protagonista da sua zona de conforto e desafiando-a a ser mais maleável e resiliente com o destino.

Susan é uma personagem muito difícil de gostar e esse é o primeiro entrave da obra. Seu amadurecimento parece inalcançável, suas atitudes beiram a incredulidade e seu jeito ranzinza custa ao leitor prosseguir a leitura. Acho que sua construção personalística foi proposital (coisa que até a autora citou), mas ela não é, digamos, alguém que eu gostaria de ter como amiga – ao menos a princípio.

Mas, em contrapartida, sua narrativa é fluida, ocorre de maneira muito íntima e aproxima muito o leitor da personagem. Embora algumas coisas pareçam inaceitáveis numa presunção primeira, a autora encontra meios e justificativas para nos fazer entender melhor certas atitudes da personagem.

No mais, o livro nos conduz também por discussões interessantíssimas, mesmo que algumas vezes rasas, sobre o que é o feminismo pregado, como Susan o enxerga dentro do papel que desempenha e do choque que esse conceito encontra visto de diferentes perspectivas, vivências e experimentações da vida – principalmente no tocante da maternidade e no que ela ocasiona.

Também nos levamos a um desfecho imprevisível, o que é um ponto alto do romance. A autora flerta com esse mistério que se dá na metade do livro e oferece uma resolução boa, mesmo com toda a rabugice de Susan.

Leitura recomendada, mas sem muitas expectativas. Vá sabendo que é um livro bom, mas está longe de deixar marcas profundas no leitor.
Boa leitura!

Nesta estreia charmosa e comovente, a jornada não convencional de uma mulher para encontrar o amor significa aprender a abraçar o inesperado.

Para Susan Green, emoções confusas não se encaixam na equação de sua vida perfeitamente ordenada. Ela tem um apartamento que é ideal para um, um trabalho que combina com sua paixão pela lógica e um "arranjo interpessoal" que oferece benefícios culturais e outros mais íntimos. Mas, de repente, confrontada com a perda de sua mãe e a notícia de que ela está prestes a se tornar mãe, o maior medo de Susan se concretiza. Ela está perdendo o controle.

Então conhecemos Rob, o duvidoso, mas bem-intencionado amigo de seu irmão indolente. Conforme a data de parto de Susan se aproxima e seu mundo vira ainda mais de pernas para o ar, Susan encontra um aliado improvável em Rob. Ela pode ter a chance de encontrar o amor verdadeiro e aprender a amar a si mesma, se ao menos ela puder descobrir como deixar ir.


4 comentários

  1. Olá! Mas gente, fiquei curiosa para saber por que nossa protagonista não quer saber do amor, se bem, que só de assistir a tv por alguns minutos eu meio que posso entende-la (risos), brincadeiras a parte, a autora se arriscou em nos entregar uma protagonista ranzinza que tende a ganhar toda nossa antipatia, fiquei curiosa para entender os porquês dessa atitude dela e claro por esse desfecho surpreendente e só posso dizer que já simpatizei muito com o Rob.

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  2. O título remete a uma comédia romântica, mas normalmente isso acontece quando a protagonista é engraçada, desastrada e muito, muito bem humorada rs
    Coisa que pelo que li acima, não é o caso de Suzan. E isso nem é ruim.
    Primeira resenha que leio sobre esse recém lançamento e sim, mesmo com as ressalvas, eu senti vontade ler!!!
    Beijo

    Angela Cunha Gabriel/Rubro Rosa/O Vazio na flor

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  3. Bem Ronaldo, para mim, os romances ou qualquer livro, onde não consigo me identificar com a protagonista, nunca dá certo, vou apenas empurrando com a barriga para chegar ao final.
    Agora esse final imprevisível, aguçou a curiosidade...
    Quem sabe mais para frente...
    cheirinhos
    Rudy

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  4. Olá. Nem sempre a vida segue os caminhos que a gente tão meticulosamente traça
    Há imprevistos no caminhos .coisas que saem do nosso controle .E é preciso saber conviver com o imprevisto com o inesperado. Acho que essa é vá lição que a autora quis passar com esse romance .bjs

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