Céu sem estrelas - Iris Figueiredo


Comecei a ler Céu Sem Estrelas em um dia de sol. Um dia bonito de verão, de céu azul, de saudade. Eu estava com saudade, principalmente, das histórias que eu lia na adolescência: com um amor "bobo" e clichê, com personagens reais e cheios de insegurança, com uma linguagem falada por mim.

Sensível e cativante, meu primeiro contato com a obra de Íris foi como se uma descoberta. Aqueceu, ao meu tempo, meu coração e minhas memórias, me voltou ao meu eu de 10 anos atrás, me fez viver, novamente, o frio na barriga de um primeiro amor.

Na história, acompanhamos Cecília e Bernardo, um casal altamente improvável; ela, uma menina com inúmeros problemas com a mãe, com seu próprio corpo, com as decisões que precisa tomar para "dar um rumo" à sua vida; ele, um garoto que acabou de entrar pra faculdade, também cheio de medos e incompreensões com a vida, sentindo-se sempre deslocado nas rodas de amigos.

Só que Cecília é apaixonada por Bernardo. Ela frequenta sua casa desde muito antes de saber o que um sentimento é capaz de provocar em alguém. E ele, ao se dar conta de que ambos cresceram e algo parece ter surgido dali, começa um movimento de aproximação que pode tanto fazer com que as coisas deem certo, quanto acabar com tudo.

No meio de tudo isso, suas próprias questões: o medo que permeia as relações; a apreensão do depois; as dúvidas e questões que não deixam de fazer parte de qualquer (começo de) relação.

Iris Figueiredo parece mergulhar na personalidade forte de cada um desses personagens para oferecer ao leitor uma história não apenas sobre força e superação, mas sobre aceitação, liberdade, sentimentos, amizades e sobre como as nossas escolhas (o que escolhemos sentir ou deixar de sentir) determinam o rumo que a nossa vida tomará.

Contado sob o ponto de vista de ambos, temos uma narrativa muito particularizada em cada um desses personagens. Acompanhamos suas peculiaridades, como cada um lida com seus próprios medos, antes de enfrentá-los no outro e como a opinião das pessoas ajudam a construir a base desses medos.

É uma história sobre enxergar o que a vida nos dá. E sobre entender quem somos, o lugar que ocupamos no mundo e quais são as relações e batalhas que escolhemos - e que nos escolhem. 

O livro trata de temas muito delicados, como a depressão e a automutilação. Neste ponto, preciso ressaltar a responsabilidade com a qual a autora lidou com esses assuntos. É muito importante existirem livros como Céu Sem Estrelas, não apenas pela mensagem que ele passa, mas pela reflexão e empatia que provoca.

E claro, não poderia deixar se lembrar que esse livro tem FUSCAS AZUIS. Sim, fuscas azuis! Que outro motivo você quer para lê-lo agorinha mesmo?

Boa leitura!

Um romance sensível e envolvente sobre autoestima, família e saúde mental.

Cecília acabou de completar dezoito anos, mas sua vida está longe de entrar nos trilhos. Depois de perder seu primeiro emprego e de ter uma briga terrível com a mãe, a garota decide passar uns tempos na casa da melhor amiga, Iasmin. Lá, se aproxima de Bernardo, o irmão mais velho de Iasmin, e logo os dois começam um relacionamento.
Apesar de estar encantado por Cecília, Bernardo esconde seus próprios traumas e ressentimentos, e terá de descobrir se finalmente está pronto para se comprometer. Cecília, por sua vez, precisará lidar com uma série de inseguranças em relação ao corpo — e com a instabilidade de sua própria mente.


3 comentários

  1. Sabe desde quando eu namoro esse livro? Não me lembro rsrs Brincadeira, foi em um Bienal(que acompanhei pelos blogs literários) onde o livro dela esteve entre os mais vendidos e a simpatia da autora, chegou até leitores como eu, do outro lado.
    Já fiquei encantada mais uma vez com Cecília. Isso de sua relação com o próprio corpo, as dúvidas, incertezas e Bernardo, mesmo soando não ter problemas, ter sim e eles estarem ali, em conflito o tempo todo.
    Que o casal tenha vencido todos os medos, é a única coisa que peço!
    O amor precisa vencer, sempre!!!
    Beijo

    Angela Cunha Gabriel/Rubro Rosa/O Vazio na Flor

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  2. Ronaldo!
    Já tive oportunidade de ler outro livro da autora e gostei.
    Um romance que aborda temas importantes como a questão da aceitação do seu próprio corpo, depressão, ataques de pânico, suicídio e automutilação, realmente é bem diferenciado e sai da mesmice do plot comum desse tipo de livro, bem interessante.
    Gosto quando os casais tentam superar seus problemas, fiquei interesada em leer.
    cheirinhos
    Rudy

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  3. Olá! Eita que agora que eu sei que vou encontrar fuscas azuis na história, antes o livro já era uma leitura obrigatória, agora então (risos). Só leio coisas positivas em relação a essa história, por isso ele já se encontra sim na minha listinha e não vejo a hora de ter a oportunidade de finalmente conhecer a história desses personagens tão fortes e tão humanos e acho que isso que torna a leitura ainda mais interessante e necessária.

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