A lista de convidados – Lucy Foley


Imagine um casamento. Um casamento grandioso entre duas estrelas. O cenário? Uma ilha exótica, afastada, permeada por mitos, exotismos e com um tempo imprevisível. Está montado o cenário para... um assassinato!

A Lista de convidados é, sobretudo, um drama psicológico, mas como tal e bom, é também um thriller recheado de suspense, mentiras e aparências. Com capítulos alternados entre personagens – e alguns em terceira pessoa – a narrativa se desenrola quase que absolutamente em dois dias (no presente) com relances do passado (e de como ele ecoa no desenvolvimento da trama).

Lucy Foley cria um mistério logo no começo, nas primeiras páginas. A cena de morte é um mistério tanto para os personagens, quanto para o leitor, sabe-se que alguém morreu, mas não se sabe as circunstâncias. Nisso, a história corre em duas linhas simultâneas: quem é o assassino e quem é a vítima?

As duas perguntas são igualmente perturbadoras. A autora cria inúmeras camadas ao redor de ambos questionamentos, levando o leitor a duvidar de todos – que podem desempenhar, potencialmente, esses papéis. E quem é quem em uma rede tão complexa de personalidades? 

A noiva? O noivo? Padrinhos? Cerimonialista? O que liga todos esses personagens? O que levou um deles a matar? O que a vítima fez?

O livro, como falei, é uma mescla de thriller com drama psicológico. A ideia da autora em isolar seus personagens em um cenário afastado rememora clássicos do gênero (vide E não sobrou nenhum, da rainha Agatha Christie), mas com uma roupagem própria e autêntica. Cada um dos capítulos tem uma voz própria, de modo que é fácil diferenciar e caracterizar cada personagem, o que pra mim é um feito notável – e desafiador.

Não é, porém, um livro com reviravoltas mirabolantes ou descrições sangrentas. É, até certo ponto, uma narrativa comedida sobre complexidades humanas, erros do passado e viver o que esperam de você. Sobre como cada pessoa traça sua própria história e de como escolhas determinam o caminho que a vida traça.

Mais que recomendado.
Boa leitura!

Em uma ilha na costa da Irlanda, os convidados se reúnem para celebrar duas pessoas que unem suas vidas como uma só. O noivo: bonito e charmoso, uma estrela da televisão em ascensão. A noiva: inteligente e ambiciosa, editora de revistas. É um casamento para uma revista ou para uma celebridade: o vestido de estilista, a localização remota, as lembrancinhas luxuosas, o whisky de boutique. O serviço de telefonia celular pode ser irregular e as ondas podem ser violentas, mas cada detalhe foi planejado e executado com habilidade.

Mas a perfeição é para planos, e as pessoas são muito humanas. Quando o champanhe é estourado e as festividades começam, ressentimentos e ciúmes mesquinhos começam a se misturar com as reminiscências e votos de boa sorte. Os padrinhos começam o jogo da bebida desde os dias de escola. A dama de honra, não tão acidentalmente, estraga seu vestido. O amigo (homem) mais velho da noiva faz um brinde desconfortavelmente carinhoso.

E então alguém aparece morto. Quem não desejou o bem ao casal feliz? E talvez mais importante, por quê?



4 comentários

  1. Ah como eu amo um gênero!!! Puxa, antes de comentar a resenha desse livro que é para mim, um dos mais desejados, é tão gostoso essa mescla de gêneros aqui no blog. Puxa, acho isso tão grandioso, o pensar em todos os leitores.
    Trazendo sempre literatura brasileira de qualidade, indicações nacionais mais que perfeitas, romances de encher os olhos e o coração e os thillers e suspenses que eu particularmente amo de paixão.
    Só de ter essa pitada generosa do estilo Agatha, dá vontade demais ler e descobrir quem é o assassino, ou assassina!!!!
    Espero ler em breve.
    Beijo

    Angela Cunha Gabriel/Rubro Rosa/O Vazio na flor

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  2. Ronaldo!
    Bem o tipo de livro que gosto, faltou apenas uma pitada de romance...kkkk
    O livro é daqueles que nos prende, porque um casamento em um lugar afastado, onde acontece um assassinato, todos são suspeitos, porém cada um tem seu próprio drama pessoal que pode interferir no comportamento pessoal.
    Genial!
    cheirinhos
    Rudy

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  3. Olá! Mas gente que eu estava lendo a resenha e lembrando de um outro livro bem parecido com esse aí e para minha surpresa ao final da página ele está lá (A última festa)... é a mesma autora, para ser sincera achei parecido até demais esses plots hein e espero que a fluidez tenha melhorado um pouco, pois penei um cadinho com a leitura, enfim, mesmo achando tudo muito parecido, sem dúvida, quero conferir, até porque esse é um gênero que eu não leio tanto assim e preciso mudar isso, daí aproveito para tirar a prova dos 9 (risos).

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  4. Olá Ronaldo
    Esse tipo de enredo nesse gênero suspense sempre é ótimo. Porque a curiosidade está lá.doidinha nos corroendo para saber quem é o assassino .
    Sem dúvida que desejo ler.

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