Os Delírios de Natal de Becky Bloom – Sophie Kinsella


Todo leitor já teve aquela fase de merda em que qualquer livro que começa não rola porque já deu ou é uma bosta ou é mais do mesmo e, com isso, debanda para o vasto mundo do Streaming pra tentar desobstruir o cérebro e restaurar a boa fé literária.

Se você não ainda teve, pode sossegar que ainda será contemplado.

Eu tô nessa peleja faz uns três anos.
E tal encosto é um círculo do inferno porque você sempre pega um livro com toda boa vontade, mas sempre larga ao menor vacilo na história; vacilo este que você até engoliria se não estivesse tão chiliquento.

Mas eu consegui arranjar uma gambiarra literária: reler favorito ou tentar os autores que estão na lista dos queridinhos. Sim, é zona de conforto, mas nóis tá cagando pra isso.
E com a série Becky Bloom da Sophie Kinsella, eu já sabia que não daria ruim.
E não deu, mas caso desse, eu distribuiria senha pra geral me dar coça de vara verde.

Sabe aquele humor concomitantemente sutil, escrachado, pastelão e inteligente? Eu não sei como essa autora consegue, mas eu desando a rir na primeira linha e vou ladeira abaixo numa cachinada desenfreada.

Pra quem não conhece, Os Delírios de Natal de Becky Bloom é o nono livro de uma série.
A Becky é a mocinha cujas características marcantes são desvario e consumismo destemperados: o negócio é comprar doidamente sem critério porque compulsão é uma vadia e, claro, viajar errado mediante qualquer situação.

Óbvio que ela deu uma amadurecida desde o primeiro livro, mas a doideira de cabeça e a hilaridade prosseguem inabaláveis.

Nesse livro, por exemplo, o foco central é preparar um festejo natalino pra uma galera que se autoconvidou e o negócio dar certo. Pra qualquer pessoa normal, seria um desafio a ser superado de boa, mas como é a Becky, sempre dá merda. E junta nesse meio um ex-namorado, a procura insólita pelo presente ideal e um clube com hominhos de 93 anos. Eis a história.
Ótima demais da conta.

Mas tem uma única coisa que cagou o imaculado: a irmã militante natureba. Véi... sabe uma pessoa chata? Do tipo que dispersa multidão? Que impõe seu modo de vida e te faz se sentir um bosta se você pensa diferente? Que dá lição de moral a rodo e se sente acima do bem e do mal?
O lado bom é que ela apareceu pouco. Por mim, a pessoa embiocava num jardim zen e já foi tarde.

Mas relevando esse detalhe nauseabundo, porque sou benevolente assim, são cinco estrelas com louvor.
Mega recomendado!

A irresistível consumista Becky Bloom está de volta e com uma missão: fazer um Natal inesquecível! Becky Brandon (nascida Bloomwood) adora o Natal. A família se reúne na casa dos pais dela, eles ouvem canções natalinas, sua mãe finge ter feito a sobremesa e os vizinhos chegam para tomar uma taça de xerez usando suéteres horríveis de Natal... Pelo menos agora, com a internet, as coisas ficaram mais fáceis. Todos os sites estão em promoção. Além disso, se as suas compras passarem de determinado valor, você ainda ganha frete grátis! E, nessa época, as vitrines estão brilhando, convidativas, cheias de descontos! Mas as coisas serão um pouco diferentes esse ano… Sem conseguir resistir aos apelos da cerveja artesanal e do creme de abacate, os pais de Becky acabam se mudando para Shoreditch, um bairro super da moda, e pedem à filha que organize o almoço de Natal pela primeira vez. Combinado. Afinal, o que poderia dar errado? Becky é perfeitamente capaz de organizar um almoço maravilhoso, não é? Mas ela tem de atenter a algumas demandas bem específicas, como providenciar um peru vegano para a irmã, um presente perfeito para Luke (ela só precisa encontrar uma maneira de entrar num clube exclusivo para homens) e um mimo para sua filha Minnie (se ela conseguir entender o que a garotinha realmente quer ganhar). Ah, e ainda tem um ex-namorado dela que surgiu do nada, cheio de segundas intenções, e com a nova e controladora namorada dele. Mas Becky vai tirar tudo de letra. Será?


5 comentários

  1. Eu ainda sorrio com gosto com as peculiaridades de ser fazer uma resenha honesta e muito, muito bem humorada, sem tirar o foco principal que é o livro!
    Eu ainda não li nenhum dos livros rs mas adorei quando esse foi lançado, por conta da pegada natalina.
    E oh, gostei de ler acima, que houve até um amadurecimento da personagem!
    Espero sim, ler todos!
    Beijo

    Angela Cunha Gabriel/Rubro Rosa/O Vazio na Flor

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  2. Olá! Ufa que eu estou longe dessa fase, aliás, meu TOC não me permite abandonar uma leitura, mesmo quando ela não está sendo assim tão incrível, por isso, admiro quem consegue! Quanto a Sophie, não tem erro mesmo, os livros dela são ótimos e eu sou fã de carteirinha, além disso, eu e a Becky temos tanto em comum que ler algo dela é quase sempre ler uma autobiografia #aexagerada.

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  3. Tícia!
    Quando inicio a ler suas resenhas, já sei que é você. Acho sensacional sua forma hilária e um tanto desbocada de fazer resenha, não tem como não rir...kkkk
    Bem, gosto muito da Sophie Kinsella, entretanto, essa série não é uma das minhas favoritas, li uns poucos livros e o fato de Becky ser uma consumista nata, não bateu muito comigo e acabei deixando a série de lado. Mas como falou, Sophie é sempre uma receita infalível.
    Ainda não cheguei nessa fase, mesmo porque, acho que até hoje nunca deixei um livro pelo caminho, quero sempre ler até o fim para ver se presta ou não mesmo, embora quando a leitura 'trave' no meio do caminho, deixo ele um pouco de lado, leio outro livro e depois volto para aquele que travou. Meu desejo de Natal para você é que consiga sair dessa fase tenebrosa...
    cheirinhos
    Rudy

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  4. Estou em uma péssima fase como leitora, tudo que eu começo não vai adiante, vai fazer 1 mês que não leio quase nada 🙄. O bom de acompanhar uma série é ver o amadurecimento e conquistas de um personagem, só assisti um filme que foi inspirado nessa série, e dei muita risada.

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  5. Ja tive essa fase
    Eu vi que estava de muito Mi mi mi
    A receita que encontrei para parar com isso ?lembrei que ninguem é perfeito .nem os personagens dos livros e que a as autoras retratam de alguma forma a personalidade de nos pobres leitoras cheias de erros e acertos.

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