Analisando a música: Transas – Ritchie


No Analisando a música de hoje trago uma canção que já foi cantada por várias vozes, em diversas ocasiões e épocas diferentes. “Transas” já foi cantada por seu próprio compositor Nico Rezende, e também Ritchie, Fábio Jr, entre outros.  Na voz de Ritchie ela foi lançado em 1986 e embalou muitos apaixonados. 

A canção é atual, porém na época ela causava um pouco de estranheza, não se falava tão abertamente em transar, e uma música que já tinha até como título essa palavra deixava os mais conservadores um pouco constrangidos, para não dizer escandalizados.

Só para constar em 1986, a música "Transas", de Nico Resende e de Paulinho Lima, tecladista e empresário de Ritchie, respectivamente, tornou-se tema da novela Roda de Fogo, da TV Globo. O compacto foi premiado com o Troféu Villa Lobos, por ter sido o mais vendido do ano, e "Transas" ganhou o Troféu Imprensa de Melhor Música de 1986.

Agora deixemos de papo e vamos à letra e a minha humilde análise:

Transas – Ritchie

Tanto tempo faz que a gente transa
E não se conversou
Tanto vício, tanta fuga pra saber
Se é amor

Vejo aqui um casal que optou pelo não envolvimento talvez pelo medo de amar.

Sei que você pensa que passa e vai
Só transas
Faz de conta que não se quer mais
É transa e tanto faz

Vivem uma relação que apenas no sexo tem envolvimento, que acabando eles se vão, sem sentimentos.

Quando se quer mais
A gente diz, "Bye bye"
A gente quer mais
E finge que satisfaz

Mesmo insatisfeitos eles se despedem, querem mais, talvez admitir o amor, mas apenas se vão.

É moderno, é certo, eu sei que muitos querem
Essa forma de amor
Se chega perto, é certo, sem paixão
Mas também sem dor

Sim é moderno, mas deve ser devastador o não comprometimento, não poder deixar transparecer a paixão.

A gente pensa que isso passa e vai
Só transas
Faz de conta que não se ama mais
É transa e tanto faz

Aqui se vê claramente que existe amor, mas ambos não admitem, talvez por orgulho, talvez por medo.

E quando se quer mais
A gente diz, "Bye bye"
A gente quer mais
E finge que satisfaz

A gente pensa que isso passa e vai
Só transas
Faz de conta que não se ama mais
É transa e tanto faz

Na versão onde Fábio Jr. interpreta essa canção nessa parte ele faz uma pergunta: É transa e tanto faz?! Fica aí a dúvida.

Quando se quer mais
A gente diz "Bye bye"
A gente quer mais
Mais, mais, mais
E finge que satisfaz

Dá para sentir que faltou, que foi incompleto, o repetir mais, mais mais mostra até um pouco de dor.

Quando se quer mais
A gente diz "Bye bye, baby, bye bye"
Quando se quer mais
E finge que satisfaz

Concluindo: Essa música diz muito sobre os relacionamentos abertos, onde apenas no momento do sexo os sentimentos afloram, a entrega é total, mas ao termino da relação carnal ambos não admitem seus sentimentos, se vão sem compromisso, aparentemente sem sentir nada, mas nas entrelinhas percebe-se que dói, que fica faltando alguma coisa, apenas transar e nada mais não foi o suficiente. 

Gosto muito dessa música, não só porque marcou época, foi bem avançada para os anos onde a censura ainda imperava. A bela voz de Ritchie embalou corações, e chegou mesmo a induzir ao amor livre, sem compromissos. Mas, muitos desses casais que usaram de “transas e nada mais” são casados hoje em dia e felizes — pelo menos eu acredito nisso.

 

  

Música: Transas
Interpretada por: Ritchie
Compositores: Paulinho Lima / Nico Rezende



Então é isso, espero que todos tenham curtido essa pequena análise dessa música que embalou gerações e que além de atual traz muito sentimento. 

12 comentários

  1. Ah como eu amo Ritchie!!!Aliás, acho que pros "idosinhos" de plantão como eu, ele sempre foi um prato cheio rs(e sim,eu cheguei a achar ele um pão rsrsrsrs)
    Realmente essa música causou um rebuliço na época, por conta dos tabus sobre sexo. Aliás, mesmo muita coisa tendo mudado, ainda há muito tabu para toda essa liberdade sexual.
    O separar amor e sexo ou vice versa!
    E quantos casais não se falam, não se olham, mas se pegam!
    Adoro o quadro!!!
    Beijo
    Angela Cunha Gabriel/Rubro Rosa/O Vazio na Flor

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    1. Se você se considera idosinha, imagina eu?!!! Rsrsrsr
      Ritchie é um pão sim, ainda hoje com aquela voz me deixa apaixonada, rsrsrs
      Maldito tabus, mas pelo menos nos anos 80 não tinha tanto mimimi, se não iam proibir a música porque a moça está sendo usada pelo cara e tal. #prontofalei
      Muita hipocrisia é o que há nos dias de hoje.
      Beijos e sem mais, rsrsrs

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  2. ola
    realmente a musica causou na epoca
    gostei da sua analise .A musica mostra a angustia de um casal que tem um envolvimento raso ,é só sexo ; mas será mesmo ? eles tem medo de um relacionamento mais profundo ,não querem o compromixo ,mas no fundo só a transa já não é suficiente . mostra um grande conflito interior


    Fica a pergunta envolver ou não envolver ?bjs

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  3. Olá! Confesso que conhecia o Ritchie apenas daquela outra música famosa dele (risos), mas com essa letra não há dúvidas que ela causou muito hein e daria um ótimo enredo de livro, daqueles que a gente sabe que não vai dar certo esse acordo e no final estamos todos suspirando #sóacho.

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    1. Temos muitas histórias assim nos nossos romances de banca, cada um com um final mais gracinha que o outro, alguns até envolvendo crianças, rsrsrs
      Pois é, você deve lembrar de Menina Veneno, ótima música e que fez Ritchie aparecer na mídia da época.
      Essa letra causou e causa até hoje, ainda tem pessoas que se constrangem, acredita?!
      Pois é.
      Bjs

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  4. Leninha!
    Sou fã incondicional do Nico Rezende, adoro suas composições e fiquei bem triste quando ele parou de cantar...
    E o Ritchie é um fenômeno... E o que falar do Fábio JR? Crush de muitas décadads...kkkk (Manoel sabe da minha paixão por ele e tmabém por Lulu Santos, mas tudo bem)...
    Quanto há música, adoro compositores ousados e o Nico o foi na década de 80, bem como a Globo em colocar essa música como trilha sonora de novela.
    Infelizmente muitos relacionamentos são nesse esquema aí, de transa e tanto faz, nada de muito profundo e amor... nem pensar. Nem sabem o quanto estão perdendo.
    cheirinhos
    Rudy

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    1. Também amo Nico Rezende, Ritchie e suas canções marcaram minha adolescência, agora falar do Fábio Jr. sem dizer que ele é meu Crush eterno, amo até hoje e vou em todos os shows é bobagem, Tancredo também sabe do meu amor platônico por ele, e aceita, não tem outro jeito, né?! rsrsrsr
      Essa música foi ousada por apenas existir e a gente amava. O povo que usa essa forma de amor, não sabe o que perdeu e perde todos os dias. O tempo não espera ninguém.
      Bjs

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  5. É incrível o universo musical, e como as músicas nos trazem reflexões, histórias ,liberdade de expressão e críticas sociais. Não conhecia essa música, e gostei muito da sua análise, consigo imaginar como deve ter sido polêmica para a época, se até hoje em dia existe tanto preconceito e tabus sociais.

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    1. Pois é, foi sucesso na época por refletir uma liberdade que a gente lutava para ter, mas que ficava só na canção mesmo, uma pena.
      Jura que você não conhecia a música? Nem na voz do Fábio Jr.?
      Vai ouvir músicas nacionais anos 80 que você vai conhecer o que é bom.
      Beijos!

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  6. Oi, Leninha!
    Eu confesso que não conhecia a música Transas, nunca tinha ouvido ela, mas ouvindo o vídeo que você colocou aqui no post fico imaginando-a na voz de Fábio Jr. - é o único que eu conheço dos intérpretes que você citou... 😅 - acho que fica linda, vou pesquisar pois fiquei curiosa para ouvir na voz dele.
    Em relação a sua interpretação, eu amei, lendo-a fiquei gostando mais da música e curtindo mais a letra, - que sinceramente não faz muito o meu estilo musical - e me lembrando dos enredos de alguns livros que li, onde os protagonistas se envolvem primeiramente em um relacionamento apenas de sexo mas depois se separam mesmo se amando... Mas para a minha alegria, nos livros o casal protagonista volta, e pelo visto esse não é o caso na música Transas, né?!
    Bjos, que o seu Natal tenha sido abençoado!

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    1. Any, eu preciso saber... Quantos anos você tem?! Quando alguém diz que não conhece uma música ou filme antigo já logo imagino que a pessoa tem menos de 20 anos. O Brasil tem um acervo de músicas dos anos 80 que fazem a gente viajar no tempo, e refletir nas letras. A maioria das canções tinham um quê de protesto, de expor o amor livre, até mesmo teor político. Era uma delícia poder cantar nossos protestos com músicas importantes até hoje e não ser punido por isso.
      Infelizmente a juventude de hoje só rebola o bumbum, anos 80 era que era viver.
      Bjs

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