A forma poética como as estrelas se distribuem no céu – Ronaldo Gomes

Não sei se vocês repararam, mas o autor desse conto é nosso querido colunista Ronaldo. Imagina a responsabilidade que é resenhar uma história escrita por esse cara tão sensível e amável? Ainda mais quando se consegue perceber toda essa sensibilidade na sua escrita. Na verdade em toda a história, que mesmo sendo apenas um conto de 39 páginas, ele consegue passar para o leitor um mar de emoções e sentimentos.

Conhecer Marcos — Marc como ele gosta de ser chamado —, foi um prazer. Sua história é literalmente um livro com páginas em branco. Ele ouve todas as manhãs, pela voz de pessoas que ele não reconhece, que tem uma doença que lhe tira as lembranças e que todos os dias ele tem que reescrever sua história. Alguns dias são tranquilos e outros bem difíceis. 

E assim todo dia ele conhece seus pais, mesmo que para ele eles sejam apenas duas pessoas estranhas. E descobre que tem amigos, mesmo que nem Greg ou Angie lhe tragam a mínima lembrança de quem ele é ou do que já viveu. Imagine o vazio que deve ser acordar todo dia sem saber quem é, onde está, ou quem são as pessoas que contam sua história?! 

Essa tem sido a vida de Marc, mas ela é bem mais do que se pode imaginar. Ao adentrar nas páginas desse belo conto você consegue perceber que o autor tem muito para contar, e ele vai nos mostrando com toda a sensibilidade que Marc tem uma história complexa, cheia de amor e possibilidades, mesmo que ele tenha que descobrir todos os dias essas possibilidades de formas diferentes.

Pode parecer confuso ou que eu não esteja conseguindo me expressar direito sobre o que vamos encontrar durante a leitura de A forma poética como as estrelas se distribuem no céu, mas se eu continuar falando posso acabar tirando o prazer da leitura, o que não desejo fazer de maneira nenhuma. 

Ronaldo é um dos caras mais sensíveis que já conheci, e ele passa em seu conto toda essa sensibilidade e com um cuidado extremo, sem dizer muito, mas falando tudo, mesmo que apenas nas entrelinhas. 

Vou confessar que li o conto duas vezes seguidas, e que na segunda vez consegui sentir ainda mais toda a dor de Marc, a angustia de seus amigos e a desesperança de seus pais por dias melhores. Uma leitura fluida, leve e bem amarrada que vale a pena ser conhecida, lida e relida. 
Com certeza lerei outras vezes já que a leitura se faz super rápido e deixa uma sensação boa na gente. Super indico. 
Obrigada, Ronaldo, pelo prazer da leitura.

Se a sua vida dependesse de uma única lembrança do ontem, você estaria vivo?
A vida de Marc nunca foi fácil. Ele é um caso raro da medicina e seu Alzheimer suga todas as suas lembranças quando o dia seguinte amanhece. Ele tem pais. Tem amigos. Tem uma vida que lhe é roubada. Ele é alguém novo a cada 24 horas.
Angie e Greg são seus melhores amigos, responsáveis por lembrá-lo de todas as coisas importantes do mundo. O que ninguém nunca lhe contou é que o amor pode ser mais bonito e fácil do que a busca por si mesmo.

8 comentários

  1. Fico muito feliz que essa história tenha tocado você de forma tão profunda! ❤️
    Marc é um personagem muito importante pra mim e sinto que sua vida precisava ser contada e lida exatamente dessa forma: poética, sensível e bonita.

    Meu coraçãozinho tá transbordando de amor por sua resenha, Lenni. Muito obrigado! 💙 Acho que esse é o meu motivo de escrever: tocar e emocionar as pessoas. Gratidão por ter conseguido isso com você.

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    1. Você sabe que te admiro muito, ler o que você escreve é sempre um prazer. Espero outros livros em breve.
      Bjs

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  2. Eu sempre digo que quando se escreve uma linha, ou milhares, com sentimentos, isso ultrapassa as folhas ou a tela e meio que abraçam o leitor!
    Adorei ler a resenha do conto acima e por ser fã assumida de contos e sentimentos, quero muito sentir tudo isso.
    Repito:Nossa literatura nacional nos enche de orgulho!!!
    beijo e parabéns, Ronaldo!

    Angela Cunha Gabriel/Rubro Rosa/O Vazio na flor

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    1. Lindo isso, Angela, concordo com você.
      Leia o conto, você vai amar.
      Bjs

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  3. Leninha!
    Imagino a sensibilidade impressa no livro do Ronaldo, ainda mais para contar uma história tão delicada como Marc não ter memória e não se lembrar dos amigos e dos familiares, deve ser bem doloroso.
    Acompanhei isso com mainha que teve Alzheimer... é doloroso.
    cheirinhos
    Rudy

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    1. A história é sensibilidade pura.
      Que triste, Rudy. Deve ser doloroso mesmo.
      Bjs

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  4. Olá! Nossa que loucura saber que em tão poucas páginas, o Ronaldo (já me sinto intima), conseguiu passar tanta emoção e fazer com o leitor tenha diversas emoções durante a leitura, claro que já vai para as minhas prioridades e espero em breve, passar por esse misto de emoções e conhecer um pouco mais do Marc e da sua história.

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  5. Parabens ao Ronaldo .Sempre acompanho suas resenhas aqui no canal e vejo que ele tem uma habilidade nata com as palavras para descrever suas impressôes .
    Entáo imagino que esse conto é carregado de emoçáo
    Bjs

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