Morte na Mesopotâmia – Agatha Christie

O que será que Agatha Christie reservou para Hercule Poirot nessa aventura? O cenário é uma expedição arqueológica no Iraque; o crime é preciso e enigmático; todos são suspeitos, até os olhos de Louise, a enfermeira que nos conta essa peripécia criminal – e que torna a narrativa tão fascinante quando ágil.

Quem me conhece sabe que Agatha Christie é uma das minhas autoras favoritas – senão A. Ao longo de sua vida, ela escreveu obras emblemáticas, muitas delas protagonizadas pelo detetive belga Poirot, com seu jeitão exótico e seu bigode característico (o que o tornou talvez o mais famoso detetive da literatura, ao lado de Sherlock Holmes).

Em Morte na Mesopotâmia vemos a história de Louise Leidner, esposa do chefe de uma expedição arqueológica. Só que na verdade, esta não é a história de sua vida, é a história de sua morte. E de todos os suspeitos que rondam o fato.

Aqui, como em qualquer livro de Christie, temos um espectro enorme de personagens que são, ao mesmo tempo, inocentes e culpados. A narrativa é pela voz de Amy, uma enfermeira que foi contratada pelo dr. Leidner porque sua esposa estava “sofrendo dos nervos” por receber cartas anônimas de ameaças, vindas de um suposto ex-marido morto.

Devo dizer que, primeiro, adorei a história ter essa pessoalidade de uma testemunha ocular do crime – e sendo Amy quem é, gostei da maneira como escreve, como enxerga cada detalhe, como ela própria poderia ser uma excelente assistente poirotiana.

Como sempre, a autora segue a sua linha característica: um crime, vários suspeitos, inúmeras pistas ao longo do romance, e uma trama intrincada que prende do primeiro respiro à última revelação – que acontece, pode-se dizer, praticamente em sua última página.

Mesmo acostumado a ler seus livros, fico me perguntando se alguma vez descobrirei o mistério por inteiro. Esse traço perspectivo dos livros de Agatha nos coloca em um jogo de difícil resolução: quem se acha que é não é, quem se pode ser tem álibi e quem você aponta o dedo na certeza vira só mais uma vítima da trama.

E a gente segue lendo. E segue desconfiando. E segue sendo enganado. O que mais gosto na obra de Agatha Christie é que cada livro é sempre um triunfo: com uma carta na manga à espera do momento decisivo, ela surpreende não apenas pela resolutividade impecável, mas, sobretudo, por deixar a sensação de que, tudo sempre esteve planejado e sempre fez sentido – até mesmo quando não podíamos saber ou sequer desconfiar.

Boa leitura!
(e até sexta que vem)

A enfermeira Amy Leatheran é contratada para se juntar a uma expedição arqueológica no Iraque. Mas sua função ali tem bem pouco a ver com ruínas e artefatos: ela deve vigiar de perto a bela Louise Leidner, que está cada vez mais apavorada com a ideia de que talvez seu ex-marido não esteja tão morto quanto acreditava.
Louise pode estar imaginando coisas. Mas o fato é que, uma semana após a chegada da enfermeira, a mulher é encontrada morta no próprio quarto, e agora cabe a Hercule Poirot identificar o assassino. Quem terá sido? Tudo indica que o culpado está entre os membros da equipe de cientistas...

8 comentários

  1. Hahahah eu tenho certeza de uma coisa: nunca conseguirei desvendar um final para alguma obra da autora!
    Nunca consegui e olha que já li vários livros dela. Apesar que preciso colocar alguns deles nas filas de releituras.
    Este em particular eu li há muito tempo e o terminei com a sensação de ter sido feita de boba por Agatha..rs(ela é mestra nisso)
    Super recomendo!
    Beijo

    Angela Cunha Gabriel/Rubro Rosa/O Vazio na flor

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  2. Oi Ronaldo!
    Eu gostaria de saber como essa mulher fazia para enganar tão bem o leitor da forma como ela enganava, eu li poucos livros dela, uns 5 talvez, mas nunca consegui encontrar o x da questão, ficava de queixo caído com os desfechos. Este foi um dos que li, na adolescência, diga-se de passagem, eu deveria ter uma 16 anos, claro que lembro pouco, mas com certeza lembro de não ter descoberto o assassino, rsrs.

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. oi Ronaldo
    sou fa dessa autora E uma das minhas preferidas
    Tenho esse romance mas ainda nao li
    o que supreende e a capacidade da autora em elaborar tramas complexas mas com a resoluçao do caso de maneira ate simples ao ponto da gente ficar se perguntando
    Como náo pensei nisso antes ?como nao vi esse detalhe ?
    para mim mais do que o misterio que ela coloca em sua trama e o misterio de como ela faz isso sem que a gente perceba
    sempre acabamos com cara de boba rsrs

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  5. Olá! Engraçado que a autora foi uma das minhas primeiras leituras, mas confesso que faz muito tempo que não leio algo dela, o que é uma pena, pois sei da incrível capacidade que ela tem em nos surpreender e nos presentear com histórias maravilhosas. E encontrei aqui uma oportunidade para votar de vez a esse mundo.

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  6. O que eu mais gosto nos livros da Agatha Christie é que você pensa que conhece tão bem A autora que começa a imaginar o final mais surpreendente que ela poderia escrever e aí você percebe que o que você imaginou não é nem fichinha perto dos finais que ela acaba dando para o livro mas de qualquer forma é impossível não ficar apaixonada pela mãe dos livros de crime que é a Agatha. Apesar de amar as histórias dela eu não acho que eu gostaria de fazer parte dos livros dela porque provavelmente eu seria mais um "corpo na biblioteca"

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  8. Ronaldo!
    Desde a adolescência sou fissurada pela autora e no início, não conseguia descobrir os responsáveis pelos crimes ou crime. Aos poucos fui me acostumando com o raciocínio que ela usava para escrever e ficava mais fácil, embora as vezes não descobrisse o motivo.
    Desde o ano passado, tenho feito releitura dos livros dela e tem sido um deleite.
    Esse ainda não fiz a releitura.
    cheirinhos
    Rudy

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