Tudo que a gente sempre quis – Emily Giffin

Já faz algum tempo que eu não lia nada escrito por Emily Giffin, e esse tempo me fez sentir falta de sua escrita sempre tão bem estruturada e com um fio condutor relevante. Temos aqui uma mesma história contada por três pontos de vistas diferentes, Nina, Tom e Lyla. Três personagens complexos, diretamente ligados por um problema que os envolve e também a terceiros e que vai criar uma história muito interessante. Quem são eles?! Você já vai saber.

Tudo tem inicio quando uma foto começa a circular nos celulares de um grupo de amigos, na foto temos a imagem de Lyla, uma jovem estudante, desmaiada numa cama, com um seio a mostra e aparentemente embriagada, porém o que piora a situação é que ela tem nas mãos uma carta de um jogo, e a legenda é clara “Parece que ela finalmente conseguiu o Green Card”, o que para muitos pode ser uma legenda inocente é na verdade totalmente racista, já que Lyla é filha de um americano com uma brasileira. 

O rapaz que tirou a foto é filho de Nina, uma senhora da alta sociedade, que vive uma vida de glamour, rodeada por pessoas ricas e frequentando festas filantrópicas. Finch, o autor da foto, acaba de ser aceito na universidade de Princeton, e aquela foto pode mudar seu destino, já que sua atual escola pode puni-lo com uma suspensão o que pode manchar seu currículo escolar e acarretar no cancelamento de sua entrada em Princeton

Porém para Tom, pai de Lyla, o fato de uma foto de sua filha naquele estado, sendo vista e julgada por tantas pessoas denigre a imagem de sua filha adolescente, e se torna uma questão de honra que o culpado seja punido, sendo ele quem for.

Partindo daí muitas questões são impostas. Nina como mãe pensa na criação que tem dado ao filho, e ela começa a questionar seus erros nessa criação. Lyla só quer que esqueçam o caso, a foto foi até artística, do seu ponto de vista, e mexer com esse assunto só torna mais complicada sua situação na escola, ainda mais ela sendo bolsista. Já para Tom é questão de honra descobrir todos os fatos e exigir punição para que algo assim não aconteça com outras meninas.

Com base em tudo que eu citei acima, Emily Giffin cria uma história muito bem desenvolvida, nos leva à reflexão e nos deixa imaginando se o que aconteceu é realmente o que está sendo narrado pelos envolvidos, ou se tem muito mais lixo embaixo do tapete. E claro, somos envolvidos com o passado dos personagens, com uma visão bem mais complexa do que realmente o que aconteceu com Lyla pode ter conseqüências no futuro de todos os personagens. E somos apresentados a um final plausível, coerente com os fatos e bem elaborado. 

Eu, particularmente adorei, me senti envolvida na história, tomei partido, busquei soluções e ao mesmo tempo concordei e discordei com o desenrolar da trama. Livros assim que tratam de questões tão sérias, complexas e atuais fazem muito bem ao leitor, nos leva à reflexão e nos faz questionar valores. Mais uma vez Emily Giffin acertou na mão, gostei muito do que li, e claro, recomendo.

Casada com um membro da elite de Nashville, Nina Browning leva a vida com que sempre sonhou. Recentemente, o marido ganhou uma fortuna vendendo seu negócio de tecnologia e o filho adorado foi aceito em Princeton. No entanto, às vezes Nina se pergunta se ela se afastou dos valores com que foi criada em sua pequena cidade natal.
Tom Volpe é um pai separado que se divide entre vários empregos para criar a filha, Lyla. Ele finalmente começa a relaxar depois que a menina ganha uma bolsa de estudos na escola de maior prestígio de Nashville.
Filha de uma brasileira e de origem menos abastada, Lyla nem sempre se encaixa em meio a tanta riqueza e privilégios, mas, na maioria das vezes, ela é uma adolescente típica e feliz.
Então uma fotografia, tirada em um momento de embriaguez em uma festa, muda tudo. À medida que a imagem se espalha, as opiniões da comunidade se dividem.
No centro das mentiras e do escândalo, Tom, Nina e Lyla são forçados a questionar seus relacionamentos mais íntimos, percebendo que tudo que sempre quiseram talvez não fosse tão perfeito assim.

4 comentários

  1. Admito que faz bem tempo que não leio nada da autora, mas Emily tem isso de sempre colocar histórias reais em seus livros, de trazer personagens que a gente acaba se identificando ou que tragam um pouco da história de quem conhecemos.
    Pelo que li acima, a autora caprichou mais uma vez na carga de sentimentos. No desvendar o passado dos personagens até achar a solução e saber de verdade o que aconteceu naquela noite!
    O livro já está na lista de desejados e espero ler o quanto antes!!!!
    Beijo

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    1. Se acaso você decida ler algo da autora por agora, recomendo esse livro. Você já conhece a escrita e vai amar essa história.
      Depois me conta.

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Eu li um livro da autora há muitos anos atrás apesar de saber que ela tem vários outros livros publicados eu nunca tive interesse em procurar mais livros dela para ler. O que é uma grande pena e um grande erro meu pois eu gostei bastante de como ela trabalha e sentimentos no livro dela sem que fique algo forçado ou não realista. Se eu não me engano o livro que eu li dessa autora foi "Ame o que é seu". Eu tive um grande choque de realidade com esse livro porque eu me lembro que ela trabalhou a questão de você não conseguir construir um futuro se está presa no passado. Com certeza é uma grande autora aí eu quero muito voltar a ler alguns livros dela e eu prometo ler este

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