O que eu faço com a saudade? – Bruno Fontes

O que eu faço com a saudade? é uma homenagem a todo coração partido. É um grito no meio da noite quando os sentimentos se tornam pó. É, mais do que qualquer outra coisa, o retrato do que fica no meio e depois do final. Saudade, uma palavra que, significativamente, só existe no português. O que você faz com a sua saudade? Saudades. Quais nomes ela tem? Ela te faz sorrir, chorar? Ela é boa ou ruim? Ela é saudade.

Através de textos curtos, crônicas de apartamento, poesias rabiscadas de duas linhas, frases soltas, fragmentos viscerais, Bruno Fontes explora a complexidade desse sentimento que às vezes dói, às vezes conforta, às vezes existe e nos preenche.

Gerido nas experiências do autor, as palavras vão penetrando no leitor à medida em que ele próprio se reconhece na escrita: todos já tivemos nossos corações partidos, todos já sentimos saudades, já estivemos sozinhos no escuro do quarto. E é essa identificação que pega pela mão, que leva em direção, página a página, ao desconhecido sentir.

A odisseia é guiada sobretudo pela simplicidade do mais banal dos atos: o sentir saudade por ouvir uma música, passar por uma rua, olhar um quadro ou até mesmo ligar o chuveiro nas primeiras horas da manhã.

E o que fazemos com isso? Acho que o livro é uma buscativa de respostas que o título sugere, mas, óbvio, tudo nos leva a um ciclo infinito que acaba nos trazendo de volta a questão: o que eu faço com a saudade? Guardo no bolso e esqueço, guardo no coração e me sinto despedaçar?

Os textos têm uma voz autoral muito autêntica e, mesmo os mais pequenos, não se contentam em findar, pois ecoam como potentes catalisadores das angústias de quem lê. E vemos que, por mais triste que seja, o final nos leva sempre a uma descoberta de que é possível continuar seguindo em frente.

Faço brigadeiro. Coloco uma música e abro o livro. Quem sabe a gente não se entende.

""O Que Eu Faço Com a Saudade?", é um livro de crônicas líricas, que escrevi nos últimos dez anos, após o fim do meu primeiro amor. O título não poderia ser outro, pois posso afirmar com tranquilidade que a saudade me ensinou a escrever, quer dizer, me obrigou."

3 comentários

  1. Ouço uma música que certamente me deixará bem pior do que já estou.rs
    Meu lado de apanhar no coração grita alto quando a saudade bate à porta e parece que tudo está ali só pra te fazer lembrar de algo, de alguém...que não mais voltará!(quase sempre)
    Ainda não conhecia o livro,mas com certeza, já quero demais poder conhecer, até por contos, crônicas e tudo que envolva a alma humana me faça feliz...
    Beijo

    ResponderExcluir
  2. Eu amo as frases do Bruno Fontes... Legal saber que publicou um livro!
    Passa lá no meu cantinho diarios-do-anjo.blogspot.com pra apreciar a parte XI do Conto Haziel. Te aguardo! Beijinhos...

    ResponderExcluir
  3. Com a saudade?
    eu gosto de me isolar no meu quarto e escutar uma playlist específica do meu telefone que só contém músicas lentas e com a carga emocional fortíssima. Ou seja, músicas que vão me fazer chorar mais ainda. Mas eu não faço isso para piorar o meu emocional e sim para ajudar no meu momento de descarrego emocional. Eu nunca fui muito boa em lidar com emoções e sentimentos, é algo que me deixa atordoada por não conhecer os meus próprios. Eu não sou tão fã de poesias Mas eu vi que o livro também tem muitas crônicas e Eu gosto bastante de crônicas Pois é nelas que conheço histórias de pessoas que passam por situações como as minhas. São mais humanas sabe? Enfim vou dar uma chance esse livro e já marquei ele como desejado

    ResponderExcluir

Seu comentário é sempre bem-vindo e lembre-se, todos serão respondidos.
Portanto volte ao post para conferir ou clique na opção "Notifique-me" e receba por email.
Obrigada!