A Grande Solidão - Kristin Hannah

De todos os adjetivos que eu podia usar para qualificar essa história, nenhum se encaixa melhor do que perturbador. Não foi fácil ficar durante a leitura de 400 páginas numa tensão sem fim, foi realmente perturbador, mexeu com meu emocional, me tirou totalmente da minha zona de conforto e me deixou completamente extasiada. Foram tantos sentimentos contraditórios que fica complicado externar, e passar com clareza tudo que senti. 
Mas vamos lá... Respira!

Kristin Hannah sempre figurou no topo da lista das minhas autoras preferidas. A meu ver ela é o Nicholas Sparks usando saias. (Risos) 
Mas deixando as brincadeiras de lado só posso afirmar, sem sombra de dúvidas, que um drama assim, tão bem amarrado, com um fio condutor para lá de tenso não é para qualquer autor escrever. Somente alguém com a experiência de mais de 15 milhões de livros vendidos e sendo um sucesso mundial para nos proporcionar algo tão intenso quanto foi a leitura de A Grande Solidão.

Temos aqui a história de uma família incomum: o casal Cora e Ernt e sua filha Lenora. Cora é a típica mulher dos anos 1970, apaixonada pelo marido, submissa e mãe dedicada. Ernt é um ex combatente do exército, ele foi preso e torturado no Vietnã e sofre de distúrbio pós traumático (um problema que não era tratado com a seriedade que é hoje). Lenora é nossa jovem protagonista, já morou em muitos lugares, sempre seguindo a mãe e o pai nas suas aventuras por dias melhores. Depois de muitas tentativas e fracassos Ernt decide aceitar uma herança que ganhou de um amigo de guerra, uma casa no Alasca. Seria incrível se esse lugar não trouxesse muitos perigos, não só todas as agruras do tempo e condições de se morar num lugar inóspito, como também de ter o perigo não só fora de casa, mas dentro também.

Quero deixar claro aqui para vocês, caros leitores, que a sinopse não diz nem metade do que iremos encontrar ao adentrar nas páginas desse livro. A história fala de amor, amizade, esperança, mas fala também de dor, decepções, violência e do frio, não só da sensação que a autora passa nas descrições das geleiras e da escuridão do inverno no  Alasca, como também do frio que dá na alma ao sentir medo, angustia e desesperança. Acredito que todo leitor que iniciar essa leitura irá esperar tudo, menos o que essa história nos traz. Eu realmente fui pega de surpresa com tudo que li, e foi emocionante descobrir cada nova nuance da trama.

Esse foi um dos livros mais incríveis que li esse ano, Kristin Hannah nunca me decepciona em nenhum quesito. Temos drama, romance, perdas, altos e baixos do instinto de sobrevivência, e um final para lá de plausível e coerente, apesar de a história ser tão sofrida.

A Grande Solidão me fez refletir no quanto o “amor” pode trazer paz e em alguns casos dor, e nas diversas formas que uma pessoa pode ferir, maltratar e dilacerar uma família. Estou ainda me recuperando de tudo que li, de tudo que senti e no quanto essa história me marcou.
De uma sensibilidade sem par, em uma história tensa, num cenário arrebatador e selvagem, Kristin Hannah mais uma vez escreve com maestria e nos presenteia com um romance único, difícil de esquecer e completamente dilacerante. Recomendo a leitura.

P.S.: Não recomendada a leitura em dias frios e/ou com chuva. Foi uma experiência ainda mais fria ler sobre o Alasca com esse clima, rsrsrs. 

Alasca, 1974.
Imprevisível. Implacável. Indomável.
Para uma família em crise, o último teste de sobrevivência.
Atormentado desde que voltou da Guerra do Vietnã, Ernt Allbright decide se mudar com a família para um local isolado no Alasca.
Sua esposa, Cora, é capaz de fazer qualquer coisa pelo homem que ama, inclusive segui-lo até o desconhecido. A filha de 13 anos, Leni, também quer acreditar que a nova terra trará um futuro melhor.
Num primeiro momento, o Alasca parece ser a resposta para tudo. Ali, os longos dias ensolarados e a generosidade dos habitantes locais compensam o despreparo dos Allbrights e os recursos cada vez mais escassos.
Porém, o Alasca não transforma as pessoas, ele apenas revela sua essência. E Ernt precisa enfrentar a escuridão de sua alma, ainda mais sombria que o inverno rigoroso. Em sua pequena cabana coberta de neve, com noites que duram 18 horas, Leni e a mãe percebem a terrível verdade: as ameaças do lado de fora são muito menos assustadoras que o perigo dentro de casa.
A grande solidão é um retrato da fragilidade e da resistência humana. Uma bela e tocante história sobre amor e perda, sobre o instinto de sobrevivência e o aspecto selvagem que habita tanto o homem quanto a natureza.

12 comentários

  1. Amo o frio!rs
    Primeira resenha que leio deste livro e nunca cheguei a imaginar que tipo de enredo iria encontrar.
    E por tudo que li acima, não há muitas palavras para definir todos os personagens e suas dores, decepções e esperanças!
    Sempre disse que amor e dor caminham juntos e a autora deve ter traduzido isso com maestria!
    Com certeza, vai para a lista de desejados!!!!
    Beijo

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    1. Que bom que fui a primeira para você, Angela, rsrsrs
      Leia o livro, vc vai amar.
      Bjs

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  2. Oi Leninha!
    Eu li um livro da autora, fiquei apaixonada pela escrita dela, este eu ainda não tinha lido nd sobre, gostei mto, livros ainda que se passam em ugares como o Alasca me prendem ainda mais atenção.
    Espero ter oportunidade de ler em breve.
    Bjs!

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    1. Se você gosta de livros que se passam em lugares frios, leia esse livro e congele. Brincadeiras à parte, acredito que a história em si vai te pegar completamente. Você vai amar.
      Bjs

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  3. OI LENINHA
    OTIMA RESENHA
    EMBORA NÃO TENHA LIDO NADA DA AUTORA (TENHO DOIS LIVROS DELA QUE AGORA É PRIORIDADE PARA MI LE-LOS) PERCEBE QUE ELA É UMA AUTORA QUE GOSTA DE IR FUNDO NOS PERSONAGENS ,NÃO FICA NA SUPERFICIE .CADA UM COM SEUS DRAMAS MISTERIOS SUAS LUTAS .GOSTO QUANDO A AUTORA VAI ALEM DAS APARENCIAS DE SEUS PERSONAGENS QUANDO ELA CONSEGUE ALCANÇAR O INTIMO DE CADA UM
    E AINDA TER A SENSIBILIDADE DE ESCREVER SOBRE UM TEMA MUITO SERIO QUE É O DISTURBIO POS TRAUMATICO
    PARABENS PELA RESENHA SIMPLES E VERDADEIRA .ESSE LIVRO ENTROU NA LISTA DE UMA FUTURA AQUISIÇÃO
    DEU VONTADE DE COMPRAR O LIVRO AGORA MESMO RSRS
    BJS

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    1. Obrigada Eliane, não perca mais tempo e leia os livros da kristin que você tem aí, com certeza vai querer ter todos.
      Bjs

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  4. Eu amo Kristin Hannah. Mas já começo lendo morrendo de medo da sofrência que vou encontrar. Adorei sua resenha. Este é um livro que ainda adquiro em 2018.
    Bjs

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    1. Se prepara Neli, esse é forte em algumas partes, e nem é sofrência, é dramão mesmo.
      Bjs

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  5. Oi Leninha,
    Acredita que nunca li nada da Kristin? Gostei de ter colocado ela junto com o Nicholas, é meu autor de romances favorito.
    Gosto bastante de personagens que foram para a guerra e voltaram "quebrados", gosto de tentar entende-los , e como reagem a tudo que passaram, só ai o livro já me conquista.
    Leonora é uma personagem que ganha pela empatia, acredito que o que a autora passa é uma protagonosta que sofre em relação a família, e nesse clima de frio, perigo, nada fácil acompanhá-la ...
    Fiquei com vontade não só de ler esse, mas, outros livros da autora, me conquistou.
    Beijos

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    1. Se você gosta do Tio Nick vai amar Kristin Hannah. Por favor, não perca mais tempo e comece a ler.
      Recomendo que você comece com o livro "O Caminho para casa", certeza que depois desse você vai virar fã.
      Depois me conta.
      Bjs

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  6. Você fez uma brincadeirinha dizendo que a autora é uma versão feminina do Nicolas Sparks Mas você acredita que eu nunca li nada dele é complicado não tenho impulso necessário para começar a leitura Mas enfim sobre esse novo livro da autora Eu tenho dois livros da autora na qual um eu já li e o outro eu acabei deixando pegar prateleira Mas eu tive uma boa experiência com o livro que foi o rouxinol e eu li esse livro da autora e realmente a sinopse não transmite nem metade do com intenso é a história que ela aborda é um sentimentalismo muito intenso mas que não fica repetitivo ou Entediante ela realmente sabe como trabalhar com as palavras simplesmente revigorante

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    1. Quando você se aventurar nos livros do Nicholas Sparks não vai querer mais sair.
      O livro O Rouxinol é maravilhoso, eu amei cada página. E a sinopse dos livros da Kristin isntigam mas surpreendem por não dizer nem a metade do que encontraremos na história.
      Beijo

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