Como lidar com egos no meio literário

E hoje temos um tema que pode ser visto como "polêmico", porém da maneira que foi escrito, pela minha querida convidada do dia, Drica Bitarello, você vai entender o que para muitos pode ser bem complicado: Como lidar com egos no meio literário. Seja bem-vinda Drica Bitarello.

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Olá amores e amoras! Recebi o convite da Leninha para participar do aniversário do blog Sempre Romântica com um artigo sobre a questão dos egos no meio literário. Um tema para lá de espinhoso, mas que, sendo para presentear uma blogueira e amiga tão querida (e antiga), a gente encara!

O termo EGO, segundo Sigmund Freud, é uma das três divisões do aparelho psíquico (ou mental). O ego é como nos mostramos ao mundo. Porém, em nosso cotidiano, habituamo-nos a usar o termo ego para fazer referência àquela pessoa que toma para si todas as verdades. A grosso modo também conhecida como “umbigo-do-mundo”, “dona da verdade”, “última Coca-Cola do deserto (ou bolacha do pacote) ” e, a minha favorita “p*c@ das galáxias”!

Nesse mundo literário, onde habito há mais de dez anos, já vi muitos exemplos de egos extremamente inflados. Ultimamente, na verdade, venho percebendo uma verdadeira epidemia deles. Talvez pela expansão das redes sociais e pela sensação de recompensa imediata que elas oferecem através das curtidas de pessoas que, na maioria das vezes, não leem nem filtram o que curtem. Acredito também que haja uma parcela de “culpa” da facilidade da auto publicação que temos hoje. Se há dez anos atrás era raro conseguir lançar seu livro, o advento das editoras on-demand, dos e-readers e da Amazon abriu as portas para todos publicarem. E se por um lado isso democratiza o mercado, por outro tira dele o filtro do editor.

Essa ausência de filtro trouxe à tona uma geração de “autorxs” que não sabe lidar com a crítica. Alimentados pela facilidade em publicar textos que carecem do amadurecimento necessário, tem os egos seduzidos pela cultura do “like-for-like”, pela contagem de seguidores e pelas estrelas de avaliações que, muitas vezes, não passariam pelo crivo da honestidade. Tudo isso envolve a pessoa numa bolha cor-de-rosa e perfumada que, quando é estourada por uma resenha crítica, gera uma explosão de reações que descambam para baixaria e ataques pessoais.

Vou fazer aqui um parêntesis: o que você sente quando lê a palavra CRÍTICA? Desconforto? Raiva? Curiosidade? Na verdade, nosso EGO tende a considerar que criticar é encontrar defeitos ou censurar. Isso vem de toda uma questão social e pedagógica da qual não vou falar aqui. Acontece que a crítica é bem diferente disso. Ela envolve julgamentos, análises, avaliações e estabelecimento de relações com base em parâmetros. E quando o ego demasiadamente inflado obscurece o pensamento crítico, a capacidade de fazer um bom julgamento vai pro brejo!

Pois bem, voltando para a questão dos egos, eu posso dizer que não sei a resposta para a pergunta da Leninha. Sabem por quê? Porque qualquer fórmula que eu desse sobre como lidar com isso seria uma imposição do MEU ego sobre o SEU. O que eu posso dizer é que nessa vida eu já lidei com muitos egos inflados. E a melhor maneira que encontrei de contornar os problemas que eles eventualmente me causaram foi através do senso crítico, pensamento lógico, goles de água gelada e dez inspirações profundas (às vezes até mais...).

No fim das contas, cada um deveria buscar o próprio crescimento, ao invés de achar que já sabe de tudo na vida (como o ego insiste em afirmar). Receber uma crítica de forma serena, aproveitar aquilo de bom que ela traz para seu crescimento e ignorar o que for só o ego do outro falando. Para quem aspira uma verdadeira carreira literária e não apenas curtidas que lhe inflem ainda mais o ego, acolher as críticas só vai trazer amadurecimento e credibilidade para seu trabalho. Pessoalmente, posso dizer a vocês que sempre que me abro para as críticas construtivas, quem mais ganha profissionalmente sou eu.

Super-beijo para todxs! E feliz aniversário para o SEMPRE ROMÂNTICA!


7 comentários

  1. Concordo com as palavras da Drica, mas temos que nos colocar no lugar de quem está sendo avaliado e fazer uso da ética ou seja, ter cuidado com as palavras. Bjs

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  2. Caramba! Escrevendo no sentido mais normal do termo, matou a pau!rs
    Também não entendo como pode ainda haver esta associação entre crítica ser sempre ruim. Mas cada cabeça e jeito de ser, agem de um jeito.
    Eu adoro críticas. Em todos os sentidos. Ruins, bons, pois acredito que tudo sempre nos ensine algo. Só cabe a nós mesmos, absorver e abstrair!
    Uma verdadeira lição a entrevista acima!!!!
    E que venham mais!
    Beijo

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    1. Olá Flor! Obrigada pelo seu comentário.
      É isso mesmo! Também acredito que a gente aprende com as críticas. São elas que nos apontam caminhos de crescimento.
      Bjo

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  3. Gostei bastante do texto. Precisamos lidar com a falha para valorizarmos o sucesso, mas o nosso mundo tão polarizado e sensível (não do jeito bom) torna tudo muito exagerado.
    Você dá três estrelas para um livro (o que quer dizer bom) e o/a autor(a) fica com raiva...
    Aquele abraço

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    1. Oi Dan! Pois é, complicado mesmo. Essas classificações usadas pelos sites e lojas é legal, porque dá visibilidade à obra. Porém, quando a gente avalia um livro, tem que fazer como um todo. Aí que entra a questão do senso crítico.

      Tem livros com uma boa história, mas que carece de revisão. Tem livros com escrita perfeita, corretíssima, mas com enredo fraco. E tem livros sem pé nem cabeça. E, no entanto, já vi muitas vezes obras assim serem avaliadas todas com a mesma nota (máxima) sem que a pessoa levasse em consideração as nuances.

      Eu desconfio de livro com 100% de notas máximas, porque não dá pra escrever uma obra-prima todo mês. Grandes escritores levaram anos aperfeiçoando uma obra. Mas vai explicar isso pras pessoas... Ai, ai...
      bjo

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  4. Esse é um tema bem complicado de ser abordado, ele pode ferir egos bem exaltados, já que ta complicado expor opiniões no dia a dia. Mas, é sempre bom ver autores que além de ótimos escritores também sabem fazer criticas construtivas, que mesmo negativas trazem reflexão e melhoramento para quem lê e escreve. Eu jamais deixaria de escrever se tivesse uma critica negativa sobre meu livro, assim como jamais deixei de trabalhar por causa de um chefe que destrói a alto-estima do funcionário. Temos que saber conviver com opiniões contrárias à nossa, até porque opinião tudo igual cansa, não é?
    Beijos Estrelados.

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  5. Sei do que a autora se refere quando ela fala que observou diversos tipos de egos no meio literário Realmente você tem isso e não só no meio literário Mas eu percebi que especificamente nesse meio as pessoas tendem a se sobressair uns sobre os outros por meio de com famosos e seus livros se tornam e suas histórias se propagam por exemplo eu já vi vários autores nacionais independentes fazendo pouco caso de outros autores Independentes também mas que ainda não conseguiram a mesma repercussão que eles e isso é realmente muito decepcionante para mim ver que autores estão brigando entre si na busca de rebaixar um ao outro para que tenha mais sucesso

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