Textos cruéis demais para serem lidos rapidamente

Sentir é um peso necessário e esta simples frase poderia constituir uma resenha completa de Textos Cruéis Demais Para Serem Lidos Rapidamente. O coletivo, plataforma, meio, enfim, a forma de um sentimento coletivo compartilhado pelas redes sociais viabilizaram essa expansão gigantesca do que nos torna humanos: o amor é grande e toma tudo, a saudade mora devagar e as partidas necessárias são necessariamente sentidas, aceitas e calamitosas. 

O TCD é a materialização de diversos sentires, de diversas inquietações, de inúmeros surtos geracionais que nos acometem em horários de pico, no meio do engarrafamento, enquanto tomamos um banho gelado depois de um dia exaustivo. É a exposição da gente na gente em uma obra que rompe a barreira que nos causa vergonha quando a dor liquefeita o espaçamento de uma lágrima.

O livro é, mais que qualquer coisa, um manifesto público do que experienciamos na esfera mais particular da gente; é sobre amores que vão embora cedo demais, feridas que não cicatrizam meses depois, brigas silenciosas, batalhas épicas que ninguém vê pois as portas estão trancadas. Cada palavra nos pegando pela mão, nos conduzindo, nos deixando vulnerável ao tempo que nos jorra em gotejo significativo de humanidade.

Para mim, ler os textos em página aberta, em meio tátil, foi uma experiência nova - pois já acompanhava os textos pelo Instagram, Facebook. O livro me presenciou em momentos dos mais diversos e acredito que cada fragmento me veio em momentos premeditados pela ocasionalidade: certeiros, os li entre a hora do sono e do café, antes de dormir, na lotação dos ônibus, enquanto ouvia músicas sobre essas coisas todas que nos fazem calar e gritar no meio do caos.

Isso porque a experiência visual é uma coisa que talvez só seja compreendida inteiramente quando vista em concordância com os textos. As ilustrações são tão grandiosas quanto as palavras e aparecem para dar sentido outro ao que se escreve, para ajudar no fluxo da respiração faltosa na lida.
Leiam. Sintam. Degustem. No tempo de vocês: ou rápido demais para doer de menos, ou devagar demais para não estraçalhar.

Boa leitura!

Indo contra a tendência dos textos curtos e superficiais que são postados nas redes sociais, o coletivo literário Textos cruéis demais para serem lidos rapidamente (TCD) passou a produzir e compartilhar um conteúdo extenso, profundo e extremamente poético em suas páginas no Facebook e no Instagram. Com seus escritos e ilustrações, eles acabaram atingindo um público muito maior do que o esperado, nos mostrando como, apesar da crescente agilidade que nossa comunicação exige, ainda precisamos de tempo para digerir e entender nossas complexas relações humanas. Para este livro, foram produzidos textos inéditos que ganharam a companhia das sensíveis ilustrações de Anália Moraes.

3 comentários

  1. Também acompanho trechos desta obra pela internet e morro de vontade de ter o livro em mãos, para o ler em doses homeopáticas.
    A dor, o amor, a tristeza, raiva, alegrias, todos os sentimentos precisam ser sentidos e vividos em sua extensão.
    Ninguém foge da dor, como também ninguém corre na alegria.
    Sejamos humanos, sintamos!!!
    Espero ler em breve.
    Beijo

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  2. Oi Ronaldo!
    Esse livro já está nos meus desejados ansiosa pra conhecer.
    Li mitos comentários bons sobre a o rã, espero ter oportunidade de ler em breve.
    Bjs

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  3. Ronaldo!
    Sou bem fã de livros de poesias e contos.
    Talvez a cueldade seja pelos desencontros amorosos impressos nos poemas.
    Delícia quando podemos nos identificar com os textos, não é?
    Ainda mais com as ilustrações coadunando com as palavras dos textos, fascinante.
    Desejo um mês abençoado e uma semaninha de luz e paz!
    “Sede felizes; os amigos desaparecem quando somos infelizes.” (Eurípedes)
    cheirinhos
    Rudy

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