[Especial: Dia das Mães] Mães na Literatura

A literatura está cheia de mulheres. A voz de todas elas ecoando em diferentes melodias: umas escrevendo sobre guerras, outras sobre amor, outras sobre ser mulher em um mundo dominado por homens. Por trás das páginas há, sem dúvidas, histórias que clamam para serem contadas – e muitas delas dão a essas narrativas protagonistas fortes que se reinventam página a página.¬¬
Ser mãe sempre carregou estigmas instintivos que ora bem aceitos, ora questionados, faz parte do imaginário das pessoas sobre a condição da mulher. Na literatura não é diferente e o post de hoje, justamente no “dia delas”, vem homenagear algumas que – por motivos estritamente particulares – são significativas dentro dos enredos que habitam.

(ATENÇÃO: esse post pode conter spoiler de alguns livros falados)


Molly Weasley – Harry Potter

A nossa tão amada Molly Weasley é uma personagem criada pela J. K. Rowling e é a matriarca dos Weasley, a família de bruxos – ouso dizer! – mais amada de toda a saga Harry Potter. De personalidade forte, gênio engraçado e um amor profundo por seus filhos, Molly é uma bruxa capaz de qualquer coisa para manter sua família segura (vocês lembram da icônica cena dela matando Bellatrix em As relíquias da morte?). Cresci tendo nela uma referência de amor materno – não apenas porque eu me via como um Weasley, mas também por ela ter assumido Harry quase que como um filho. Molly, sem dúvidas, é minha mãezona literária desde que me entendo por leitor.


Joy Newsome – Quarto ou O Quarto de Jack

Quem já leu ou viu O Quarto de Jack certamente se sentiu tocado pela história do garoto que viveu os primeiros cinco anos tendo como mundo o cativeiro onde ele e sua mãe eram mantidos reféns. Uma história forte criada pela Emma Donoghue, Quarto é sobre muitas questões profundas, mas acredito que principalmente é sobre essa relação entre mãe e filho construída no meio do caos e do extremo. A narrativa é, certamente, pautada em temas como ressocialização, traumas, violência. E é também sobre um fio condutor que nunca separa o amor profundo que mantém uma mãe ligado ao filho.


Sra. Lancaster – A Culpa é das Estrelas

Se você ainda não leu é muito provável que conheça – mesmo que por alto – a história de A Culpa é das Estrelas certo? Focado principalmente no amor compartilhado entre Hazel e Gus (dois jovens desafortunados fadados a um breve infinito dentro dos seus dias contadas) a narrativa sensível também dá conta de construir personagens secundários extremamente importante para que a história funcione. Uma delas é a Sra. Lancaster, mãe da Hazel. Mesmo sendo pouco explorada, a personagem tem uma força cativante e inesquecível. Num primeiro momento abrindo mão da própria vida para se dedicar a sua garotinha, os leitores, aos poucos, vão conhecendo melhor essa mulher, que consegue a duras penas ser mãe sem abandonar os seus sonhos (vocês lembram quando a Hazel achava que ela tinha abandonado a própria vida para viver em função da doença da filha quando, na verdade, ela está também seguindo a sua própria e estudando faculdade?). A Sra. Lancaster é marcante no necessário e por isso merece estar aqui.


Cristina Sánchez-Andrade – O Livro da Julieta

Poucas pessoas conhecem esse livro, por isso decidi falar um pouco sobre ele e sobre a Cristina Sánchez-Andrade, autora e protagonista da narrativa. N’O Livro da Julieta,temos a história de uma mãe que viu sua vida mudar quando sua filha recebeu o diagnóstico de síndrome de Down. Sensível e com uma dose de humanidade tátil, as palavras costuradas por Cristina compõem o mosaico dessa obra de maneira brilhante: há certo esforço para tratar do tema maternidade sem romantiza-lo, ao mesmo tempo que preservando suas alegrias cotidianas, detalhes que tornam sua vida a melhor que poderia viver. É um livro de memórias, afetos, adversidades e, mais que tudo isso, de um amor que ninguém no mundo consegue entender ou explicar, apenas sentir.


Isabel Pullman – Extraordinário

Vou escrever sobre esse livro considerando que todos o conhecem (se não conhece, por favor, corra agora pra livraria mais próxima!). Isabel Pullman é minha mãe! Ela é a sua mãe! Ela é a mãe de todos que tiveram alguém que possa chamar de mãe. Deixei ela por último porque de todas que falei aqui nesse post, foi a que tive contato mais recente (porque vira e mexe tô pegando o livro da estante para ler algumas páginas e trechos). Pois bem, Isabel Pullman! O que falar dessa mulher capaz de matar mil leões para defender nosso garotinho? Dessa mulher que, de fato, enfrente mil leões para que a vida do August seja a melhor do mundo? Criada por R. J. Palacio a sra. Pullman é doce e gentil, mas também forte e combativa. Ela é uma mulher cujos atos e ações mudam o mundo de maneira indescritível. Assim como o é Extraordinário. Não dá para sair da história sem sentar uma tarde com ela, abraça-la e agradecer por tudo.


E vocês, quais são suas mãos favoritas na literatura? Conta aí nos comentários e espalha indicações pra gente ler e conhecer.
Feliz dia das mães – e quem puder não perca a chance de abraçar, falar eu te amo e mostrar que se importa.

Um comentário

  1. Mesmo sendo um tanto contra esses dias que se tornaram, infelizmente,dias comerciais, ontem foi um dia muito especial com minha mãe, irmãos.
    E fui lendo e vendo o post acima e me recordando das mães citadas. Só não conheço O Livro de Julieta,mas as demais são realmente super mães!
    Agora se eu for citar a única mãe que me veio à mente vou levar pedrada..rs
    Acabei de ler semana passada(eu acho) Mr Mercedes, do Mestre King e só me veio a mente a mãe do assassino, que não vou me recordar o nome nem a pau, Juvenal. Mas pobre mulher..r.s
    E também Amália, a mãe de Haya em Sonata em Auschwitz, que foi uma mulher tão forte que dói o coração só de lembrar.
    Beijo e que você tenha tido um dia muito feliz junto aos seus!!!

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