Mar da Tranquilidade - Katja Millay

Nastya Kashnikov foi privada daquilo que mais amava e perdeu sua voz e a própria identidade. Agora, dois anos e meio depois, ela se muda para outra cidade, determinada a manter seu passado em segredo e a não deixar ninguém se aproximar. Mas seus planos vão por água abaixo quando encontra um garoto que parece tão antissocial quanto ela. É como se Josh Bennett tivesse um campo de força ao seu redor. Ninguém se aproxima dele, e isso faz com que Nastya fique intrigada, inexplicavelmente atraída por ele.
A história de Josh não é segredo para ninguém. Todas as pessoas que ele amou foram arrancadas prematuramente de sua vida. Agora, aos 17 anos, não restou ninguém. Quando o seu nome é sinônimo de morte, é natural que todos o deixem em paz. Todos menos seu melhor amigo e Nastya, que aos poucos vai se introduzindo em todos os aspectos de sua vida. À medida que a inegável atração entre os dois fica mais forte, Josh começa a questionar se algum dia descobrirá os segredos que Nastya esconde – ou se é isso mesmo que ele quer.

Sabe quando você lê um livro e tem um monte pra falar, só que um estranho bloqueio desponta lá do caralho e te faltam palavras? 
Eu e Mar da tranquilidade. 

Na primeira vez que li esse livro, fiquei tão de cara que não consegui esboçar sequer um comentário relevante.
Na segunda, porra nenhuma também.
(Sim, releio favorito como engulo brigadeiro).

Daí, na terceira vez, decidi que ia escrever alguma coisa nem que fosse na dentada.
Porque precisamos falar sobre esse livro.

Mar da tranquilidade é uma história que te faz pensar muito. 
E o mais impressionante é que ao reler, sempre me identifico (de novo e de novo) com alguma cagada diferente, defecada por um dos personagens. 

Em outras palavras, sempre vem aquele insight de o quão escrota já fui com determinadas pessoas, pelos motivos mais imbecis.

Quantas vezes medi o valor ou caráter do alheio baseando-me em sua aparência?
Ou fui egoísta desejando que a dor de um amigo acabasse porque EU (com ênfase na egolatria) não entendia ou não aguentava mais, afinal, a dor do outro desconcerta quem está próximo. Não é confortável. Você não sabe onde põe as mãos.
Podre, mas verdadeiro.

Ou então, quantas vezes afastei alguém ou me fechei porque não sabia ou não queria lidar com os sentimentos, afinal, devolver afeto na mesma medida é questão de entrega, exige muito.

A história:

Josh e Nastya são mocinhos que possuem suas próprias legiões de fantasmas. Ambos têm apenas 17 anos, mas puta que pariu pra carga que já carregam no lombo. 
Ele é um solitário com poucos amigos que encontrou refúgio na marcenaria. 
Já Nastya, não fala há mais de dois anos e repele qualquer um que ouse tentar se aproximar, inclusive sua família. Por que ela faz isso? Porque foi vítima de um monte de bosta repleto de maldade gratuita, também conhecido como ser humano. 

Bem, o fato é que contra todas as probabilidades, Josh e Nastya tornam-se amigos. E a amizade evoluiu pra mais. Mas a questão é: como se relacionar com uma pessoa que afasta qualquer um que se aproxime de mais? 
Imagina o nível da complicação.

E a história anda, desanda, com direito a choro, raiva, alegria, riso e, nesse meio, lá estava eu na oscilação de sentimentos que a história provoca, numa tensão doida que fode com o emocional de qualquer um.

E confesso que o jeitão da Nastya dá nos nervos porque você fica vendo quem vale a pena só na boa intenção e ela lá, só no coice. E por conta disso, ela faz merda e, numa reação desgraçada em cadeia, o Josh vai lá e faz outra merda maior ainda. Ou não, sei lá. Tô sensível. 
Preciso de um abraço.

Vou falar mais nada não. 
Prefiro que você leia esse livro se ainda não leu.
Aliás, por que você ainda não leu???

Recomendo com todas, TODAS as forças.
;)

P.S.: Para quem não sabe a Tícia criou uma página lá no face, passa lá.
Link AQUI.

5 comentários

  1. Esse livro é mesmo lindo!
    Um dos meus favoritos.
    Preciso reler.
    Beijos... Elis Culceag *Arquivo Passional*

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  2. Só tinha visto este livro pelo mundo literário, mas não havia de fato parado para ler do que se tratava e por tudo que li acima, parece um chute bem dado no estômago(para não falar no saco que não tenho)
    Mas trazer dois personagens tão jovens e mesmo assim, com tanto peso em seus ombros, não é uma tarefa muito simples para qualquer autor.
    Ainda mais que ambos tem seu passado de dores, angústias e não adianta tenta negar, pois isso interfere no presente sim!
    Como lidar com tudo isso, sem deixar ainda mais mágoas em ambos?
    Vai para a lista de desejados com certeza.
    Beijo

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  3. Tu realmente ficou com um bloqueio da porra hein? aiuahiuaha Ler três vezes e ter dificuldade pra falar sobre é tenso mesmo. Gosto de histórias que me fazem pensar muito, principalmente aquelas que despertam todos os tipos de emoção. Vou acatar a sua recomendação com certeza, principalmente por se tratar de assuntos como julgamento e egoísmo.

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  4. Oi Tícia!
    Eu costumo sim reler meus livros favoritos, mas normalmente de um prazo de msesm para isso, não consigo sofrer seguidamente, rs.
    Quando "Mar de tranquilidade" foi lançado e eu comecei a ler suas resenhas tive o mesmo pensamento que você em relação as minhas atitudes, mesmo não tendo oportunidade de ler o livro eu acabei conhecendo um pouco da história e achei ela emocionante, até hoje estou curiosa para saber mais sobre a Nastya, descobrir tudo o que aconteceu com ela (mesmo sabendo que isso provavelmente me facão sofrer)...
    Pelo visto mesmo com os descontroles que os personagens tiveram eles te conquistaram, e sobre estar sensível, sei como é se sentir assim depois de uma boa história! Espero poder ler o livro.
    Beijos

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  5. Oi Ticia!
    Eu também sou que nem você, releio 10 MILHÕES de vezes meus favoritos. Acho que já li mais de 7x orgulho e preconceito...
    Aprecio muito os livros que nos fazem refletir sobre os nossos defeitos, ou nossas péssimas atitudes algumas vezes na vida. Sinto que "Mar de Tranquilidade" é um desses livros que nos fazem pensar e também nos emocionarmos.
    Concordo com você em quantas vezes nos evitamos ou ignoramos alguma dor de um amigo. Li recentemente em "Fiquei com seu número" da Sophie Kinsella algo sobre isso. Como só tentamos evitar ou passar rápido pela parte do amigo sofrendo. Acho que as vezes temos que estar nessa situação pra entendermos, mas ler sobre isso deve ajudar nessa reflexão com certeza.
    Lendo a história senti realmente uma alta carga emocional provendo dele. Como dois personagens tão jovens são sofrem com vários fantasmas do passado que continuam a assombra-los. Acho que por Nastya apresentar tantos traumas ela se fecha e tende a afastar Josh, e claro que apesar de justificável ela não está certa e provavelmente ao ler vou ficar super chateada em certos momentos. Enfim de modo geral parece ser uma grande leitura e vou guardar aqui com carinho na minha listinha pra ler assim que possível.
    Bjs

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