A lenda do cavaleiro sem cabeça – Washington Irving

Sabe aquelas histórias que passam anos na sua estante esperando pelo momento certo de serem lidas? Aquele livro que você pega sempre e o devolve? Aquele enredo que você teme e ao mesmo tempo se sente bastante atraído? Essa sempre foi a minha relação com A lenda do cavaleiro sem cabeça

A trama sempre me pareceu bastante interessante – pela temática, pelo gosto que cultivo pelo gênero horror/terror e pela proposta geral da história, imaginativa, entupida de mitologias sombrias e famosa, bastante famosa. Passou mais de cinco anos paradinho na minha estante, esperando o tal momento certo.

Então li. Em uma sentada só. De uma única vez. Numa respirada. É curtinho: tem pouco mais de sessenta páginas e dependendo da edição é possível encontrar uma ilustração aqui, outra acolá. Se eu gostei? Gostei, mas é bem diferente do que deixei germinar na minha imaginação, campo fértil de expectativas de livros famosos que me chamam a atenção.

Resumidamente o livro acompanha a saga de um professor que cultiva uma paixão proibida por uma moça, filha de um fazendeiro de Sleepy Hollow. A todo momento ele é descrito como um personagem aparentemente fraco e a trama se encaminha pela margem do seu enfrentamento com outro possível pretende da moça – mais forte e até possivelmente apresentável.

Você deve me perguntar: onde entra o cavaleiro sem cabeça e toda a obscuridade da trama? Sem spoiler, gente: é quase inexistente. E quando digo quase quero dizer lá pelas últimas páginas (literalmente), pelos últimos parágrafos, é que teremos um gostinho de uma perseguição do professor Ichabod Crane pelo cavaleiro sem cabeça. 

É frustrante? É frustrante; principalmente para quem espera que a história seja recheada de interruptos sustos ou até de um terror mais ameno. Não encontrei o que esperava, embora a leitura tenha me recompensado de outras maneiras. A trama não cumpre todo o imaginário que cria pela sinopse ou até pela própria popularização que a obra acabou conseguindo também pela adaptação cinematográfico de mesmo nome dirigida pelo Tim Burton, ou pelos desdobramentos da série A lenda de Sleepy Hollow. Mas vale a pena.

A prosa do Washington Irving é muito boa, suas descrições são de uma sofisticação sem tamanho e o cenário no qual situa a história também dá terreno para que ele explore suas palavras. O livro vale muito mais pela narrativa do que pela história em si.

Recomendo, mas para quem já viu o filme, vão sabendo que difere – e não pouco. Para os que, como eu, cultivam a expectativa do horror da trama, se desfaçam: embarquem sabendo que a canoa não rema para este lado. Porém, como eu disse, vale: pelas palavras, pela lábia léxica que o autor tem em contar uma história pouco interessante e transformá-la em uma leitura agradável.

Contem aí o que vocês esperam ou o que acharam da leitura e do filme 😉

Escrito originalmente em 1820, “A lenda do cavaleiro sem cabeça” nos apresenta a história do estranho professor Ichabod Crane e da bela Katrina Van Tassel, a filha de um poderoso fazendeiro de Sleepy Hollow, cidade assombrada por uma estranha aparição– o fantasma de um soldado decapitado, conhecido como o cavaleiro sem cabeça.
A editora LeYa Brasil e a Barba Negra lançam “A lenda do cavaleiro sem cabeça”, de Washington Irving, segundo volume da coleção Clássicos Fantásticos - uma seleção de obras que marcaram o imaginário de gerações e foram inspiração para filmes, músicas, peças de teatro e livros contemporâneos
Ano de 1799 - Ichabod Crane é enviado ao condado de Sleepy Hollow para desvendar uma série de assassinatos em que todas as vítimas são encontradas decapitadas. Os moradores da cidade acreditam que o criminoso seja o espírito de um ex-combatente de guerra, que vagueia todas as noites à procura de sua cabeça, perdida em batalha.
Após uma festa na casa dos Van Tassel, Crane é perseguido por essa estranha criatura, e com a ajuda de Katrina- por quem nutre um amor impossível - começa uma investigação que pode lhe custar, literalmente, a cabeça.
“A lenda do cavaleiro sem cabeça” é um dos contos de terror mais populares da literatura, e já foi adaptado para o cinema pelo diretor Tim Burton, em 1999, com Johnny Depp no papel de Ichabod Crane e Christina Ricci como a jovem Katrina Van Tassel.

3 comentários

  1. Eu amei demais o filme, lembro que era meio cômico, mas também aterrorizante;
    Não costumo ler livros de terror, mas pelo seu relato este é mais leve, talvez eu gostasse sim

    www.umavidaemandamento.blogspot.com

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  2. Que coisa.. Adoro o filme! Tendo por base o filme, o título, mais a sinopse, é difícil acreditar que o livro caminha diferente. Agora não me inspira tanta curiosidade, uma pena, clássicos são clássicos.

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  3. Ronaldo!
    Confesso que esperava um clássico de terror também e fiquei estupefata por ver que o tal cavaleiro sem cabeça aparece apenas quase no final, mas é bem como falou, de qualquer forma, foi uma leitura prazerosa e traz seus ensinamentos através da escrita.
    Já assisti o filme, porém quando for ler, deletarei a imagem que tenho.
    Desejo uma semana mais que abençoada e Novo Ano repleto de realizações!!
    “Meta para o Ano Novo? Ser feliz!” (Desconhecido)
    cheirinhos
    Rudy
    1º TOP COMENTARISTA do ano 3 livros + Kit de papelaria, 3 ganhadores, participem!

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