Ligações - Rainbow Rowell, por Van Meiser

Georgie McCool sabe que seu casamento está estagnado. Tem sido assim por um bom tempo. Ela ainda ama seu marido, Neal, e ele também a ama, profundamente – mas o relacionamento entre eles parece estar em segundo plano a essa altura. Talvez sempre esteve em segundo plano. Dois dias antes da tão planejada viagem para passar o Natal com a família do marido em Omaha, Georgie diz a ele que não poderá ir, por conta de uma proposta de trabalho irrecusável. Ela sabia que ele ficaria chateado – Neal está sempre um pouco chateado com Georgie –, mas não a ponto de fazer as malas e viajar sozinho com as crianças.
Então, quando Neal e as filhas partem para o aeroporto, ela começa a se perguntar se finalmente conseguiu. Se finalmente arruinou tudo.
Mas Georgie estava prestes a descobrir algo inacreditável: uma maneira de se comunicar com Neal no passado. Não se trata de uma viagem no tempo, não exatamente, mas ela sente como se isso fosse uma oportunidade única para consertar o seu casamento – antes mesmo de acontecer…
Será que é isso mesmo o que ela deve fazer?
Ou ambos estariam melhor se o seu casamento jamais tivesse acontecido?

Georgie e Neal não estão na melhor fase do casamento, não que eles possam dizer que um dia tiveram uma fase 100%, mas com certeza já tiveram dias melhores. Georgie sempre foi muito focada no trabalho, enquanto Neal optou por não trabalhar e ficar em casa cuidando das duas filhas do casal, Alice e Noomi, de 7 e 4 anos respectivamente.

O Natal está chegando e a família tinha planos de passar a data com a mãe de Neal em Omaha, Nebraska, passagens compradas. No entanto, Seth, o melhor amigo e colega de trabalho de Georgie, lhe dá a notícia de que o tão esperado reconhecimento profissional está para acontecer e eles precisam trabalhar durante todo o feriado para cumprirem o prazo estipulado. Georgie e Seth trabalham com comédia e há anos possuem um projeto para um programa de TV, programa este que finalmente parece que ganhará espaço.

Sem saída, ela terá que cancelar a viagem com a família, porém, Neal claramente chateado, decide embarcar com as filhas deixando a esposa sozinha. Georgie fica perdida sem o marido e as crianças em casa, sabe que precisa se dedicar ao roteiro do programa, mas o sentimento de culpa começa a lhe incomodar e ela decide passar os próximos dias na casa da mãe.

Georgie e Neal sempre foram como água e vinho, verdadeiros opostos. Os dois se conheceram ainda na faculdade, trabalhando no mesmo jornal, mas com funções diferentes. Georgie era a menina engraçada que gostava de fazer os outros rirem, enquanto que Neal era o cara que nunca ria (fato que não mudou com o passar dos anos). Ela, sempre soube o que queria fazer profissionalmente, já Neal passou a vida sem saber bem qual era seu objetivo.

Há 15 anos, depois de algum tempo de namoro, o casal passou por uma semana de quase término, justamente na semana do Natal. Georgie ainda morava com a mãe, Neal numa fraternidade. Depois de uma briga, ele foi para Omaha passar o feriado com os pais, os dois falavam-se por telefone, o telefone amarelo do quarto de Georgie, o mesmo aparelho que hoje, 15 anos mais tarde ela voltou a utilizar para ligar para o marido, porém, quem atende é o Neal do passado, o Neal namorado, não o Neal pai de suas filhas.

Aí é que a magia do livro começa e deixa a gente hipnotizada. Eu nunca resisto a uma trama que envolva de alguma forma “viagem no tempo”, isto sempre me chamou muito a atenção e foi o principal fator a me fazer ler este livro, já que nunca havia lido nada da autora, acredito ter começado com o pé direito.

Como pode ser possível em 2013 conversar o com o Neal de 1998? Seria possível desta forma consertar os erros do passado e fazer com que o presente fosse diferente para o casal? Poderiam eles ser realmente felizes aceitando suas divergências ou seria melhor não terem ficado juntos afinal?

A minha conexão com a história foi imediata, eu já imagina que pudesse vir a gostar do livro, mas não da forma como gostei e como devorei as páginas, não dava mesmo para largá-lo. Georgie é com certeza a minha personagem favorita, decidida, prática e apaixonada. Já Neal... Bem, Neal não me agradou em nada, sei que foi intencional por parte da autora, mas quando eu disse que este casal é um completo oposto, eu não estava exagerando mesmo. Neal não tem nenhuma ambição e preferiria que a esposa também não tivesse, foi o personagem mais orgulhoso e ranzinza com que me deparei nos últimos tempos e, pelo que vi em outras resenhas, muita gente concorda comigo. Mas enganam-se quem pensa que isto me fez desgostar um pouco da leitura, pelo contrário, são estes detalhes que me fisgam ainda mais, pois, ficou claro para mim que a autora quis mostrar exatamente isto, que quando há amor, pouco importa que o casal pense e se expresse de forma oposta, o sentimento vai sempre se sobressair.

Preciso ressaltar que mesmo Georgie sendo comediante, quem arranca muitas risadas do leitor é sua irmã Heather de 17 anos, a garota é sensacional e nem se esforça para se destacar na trama, é automático.

O ponto alto da história são as ligações de Georgie para o Neal do passado, mas, além disto, a narrativa toda é muito agradável, é possível ler este livro em 1 ou 2 dias, dependendo do seu ritmo, com certeza tornou-se um dos meus favoritos do ano e me deixou com gostinho de quero mais, muito mais, sem dúvida a autora ganhou uma fã que não vai descansar antes de ler tudo o que ela já escreveu.
Recomendo, recomendo, recomendo! 

4 comentários

  1. Olá!
    Conheci a escrita da autora há um tempo por Eleanor e Park <3
    Mês passado li Anexos e estou apaixonada! Pretendo ler Ligações ainda esse ano (:
    Acho que Ligações tem um tom mais sério do que Anexos e estou muito curiosa para ler!
    Beijos

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    1. "Ligações" até agora foi o único livro da autora que li, mas não descanso enquanto não ler mais coisas dela, simplesmente amei a escrita e história!!

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  2. Van!
    Enfim um romance diferente dos comuns...
    Não li nada ainda da autora e todos dizem que ela é ótima.
    Me identifiquei com a protagonista, porque após anos de casados, mesmo amando quem está ao nosso lado, acabamos esquecendo como o começo foi bom e precisamos manter essa chama acesa. Coisas mudam, porém o amor não, apenas amadurece, fica mais cúmplice e acabamos tendo uma 'dependência' maior que dependendo do grau, pode até ser permissiva.
    Fato é que quero ler essa lição de vida.
    Uma semana esplendorosa!
    “O amor é a única loucura de um sábio e a única sabedoria de um tolo.” (William Shakespeare)
    Cheirinhos
    Rudy
    TOP COMENTARISTA DE JULHO 3 livros, 3 ganhadores, participem.

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    1. Rudy, sabe que o fator principal de eu ter amado tanto esta história foi por também ter me identificado muito com a protagonista e a trama vivida por ela... Recomendo muito a leitura.

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