DangeRock - M.S. Fayes

Eve McGannon lidera a banda DangeRock desde adolescente. Sua voz atrai multidões como um ímã, da mesma forma que sua timidez a impede de confessar seu amor eterno por Brandon Conwell, o guitarrista e amigo de infância que sempre esteve ao seu lado, mas sem nunca percebê-la como mulher. Quando a banda recebe uma proposta irrecusável, o grupo unido se vê imerso em um turbilhão de sucesso absoluto e suas complicações. Isso inclui um astro musical que desperta um poderoso sentimento de ciúmes em Brandon, ao mesmo tempo em que tenta fazer Eve abandonar suas desilusões e ir em busca de novos sonhos. Eles aprenderão que o coração comanda todos os atos dentro e fora do palco. Basta apenas que sigam os sentimentos através das melodias que eles mesmos entoam.

Nota: linguagem bagaçada.

Muito bem.
Quem me conhece, sabe que minha relação com os romances de autoras nacionais sempre foi uma bosta.

Qualquer livro que encarei até hoje se revelou uma sucessão de cenas maçantes, ou um troço mal escrito, ou um troço até bem escrito - mas chato, ou um pesadelo em forma de mocinhos dignos de tacar fogo e apagar a sarrafada ou a merda que for.
Enfim, uma putaria.

E juro que sempre persisti de boa, com um espírito alegremente otimista, tentando dar uma força pra literatura tupiniquim, mas tudo sempre ia pro caralho.
Eu na vida: tudo indo pro caralho.
Metaforicamente.

Tá, tá, eu sei que é sacanagem querer abandonara literatura nacional só pelas pouquíssimas experiências que tive, mas o que posso fazer se sou uma alma traumatizada, maltratada por esses cruéis equívocos literários?

Mas, eis que desencantei com DangeRock.
Nem eu tô acreditando nisso.
Tudo bem que ele não é o livro do ano, do tipo que me faz olhar pro horizonte, balançando a cabeça lenta e suavemente em sinal afirmativo, num estado contemplativo que só os livros mega top favoritos me induzem.

Mas eu gostei.
E isso é muita coisa, já que venho chafurdada numa fase horrorosa, do tipo que me faz aborrecer com quase todo livro que tem a infelicidade de despencar na minha frente.

Mas vamos à DangeRock.
A história é clichê: garota ama amigo que só resolve mijar ao redor dela quando um pegador chega junto.
Bem,como eu sou muitíssimo a favor de um clichê se ele for bem desenvolvido, comprei a ideia.

Até decidi fazer um gracioso resumo, caro leitor, pra que você tenha uma ideia melhor do que estou falando. Porque eu sou assim, legal.

Mocinha conhece mocinho desde criança.
Mocinha é apaixonada por ele desde sempre.
Mocinho é lento e não percebe.
Sonso.
Mocinhos e outros dois amigos se juntam numa banda de rock.
O tempo passa, a banda tem um relativo sucesso.
Mocinho continua tapado.
Burro.
Rola um babado entre os mocinhos.
Mocinha - numa estranha queda de Q.I.- deixa escapar pro mocinho que sempre foi a fim dele.
Leitora quer estapear mocinha pra deixar de ser saliente na hora que não deve.
Mocinho tem ataque de frescura, fala que entre os dois é só amizade e faz cagada.
Leitora cogita a possibilidade de enrolar o saco do mocinho com seu próprio pinto e ir arroxando o bixim até ele necrosar.
Leitora descarta a ideia porque mocinha é gente boa e precisa do pinto do mocinho para projetos futuros.
Aparece um cantor bonitão pra avacalhar.
Mocinho tem crise de ciúme.
Leitora quer entrar na história pra mandar ele se foder porque quem deu mole foi ele mesmo, porra.
Cantor gostosão chega chegando, mostrando pra que veio.
Mocinha dá um leve vacilo.
Leitora quer estapear - de novo - a mocinha pra ela parar de ir a lugar que não deve.
E por aí vai.

Como eu disse, gostei. Li em dois dias, outro feito pra mim, já que atualmente venho agarrando em tudo quanto é livro. E fora que adoro esse negócio de amigos que se apaixonam porque a probabilidade do amor instantâneo é quase nula. E com Brandon e Eve não teve essa merda.

E adorei o fato de começar simpatizando com um determinado personagem e terminar o livro desejando que ele morresse seco, arreganhado, depois que seu pinto fosse lentamente carcomido por formigas cabeçudas.

Mas algumas coisas me impediram de dar nota máxima.
Tipo, eu demorei pra me convencer do romance entre os mocinhos. A Eve foi ótima todo o tempo. Ela gostava do cara e não se fala mais nessa porra. Já o Brandon... sei lá. Pouca coisa aconteceu pra que ele passasse de putice absoluta pra te-amo-forever.
Acho que poderia ter tido mais cenas e acontecimentos nesse meio.

Fora que em alguns momentos os personagens foram meio infantis. Ou é impressão minha porque não tem nada disso? Será que tô ficando ranzinza? Hum? Uma luz? Alguém?
Merda.

Mas, ainda que eu descarregue meus esculachos, eu gostei da história.
E fico muito feliz com isso porque esse meu trauma com os nacionais deu uma rachadura. Mérito de DangeRock. Vai que agora eu animo e pego outros pra ler?

É isso.
Pra quem gosta de um livro com um toque meio new adult, ambientado nessa vida loka de roqueiro e não se importa com um porra daqui, um caralho de acolá, ei-lo.
Acho que você pode gostar.

;)

7 comentários

  1. Meu Deus... até agora to me perguntando de onde a Martinha tirou tanto delírio pra fazer esse "selo de garantia".
    Já falei que se derem 10 centavos pela minha opinião, volto cinco centavos de troco. kkkkkkk

    ResponderExcluir
  2. As resenhas da Tícia sempre me garantem gargalhadas!
    Seu jeito honesto e sincero de falar sobre um livro me fazem ter vontade de lê-lo, apenas pra ver se está exagerando.
    Gosto do clichê melhores amigos que se apaixonam, sempre que bem escrito, é claro. Já tinha visto a resenha desse livro antes, mas não me empolguei. Agora mudei de ideia e vai para a lista de compras.
    Beijos.

    ResponderExcluir
  3. Tícia!
    Já andava com saudade de suas resenhas hilárias e maravilhosas!
    Acredito que tenho sorte com os autores nacionais, porque leio muitos livros bons e que prendem minha atenção, embora nem todos sejam romances. Agora mesmo estou lendo uma ficção maravilhosa "Diário de busca" e totalmente envolvida com a leitura.
    Fico feliz que tenha 'desencantado' e tenha gostado do livro.
    Adoro os romances clichês, são os melhores.
    “Educar é semear com sabedoria e colher com paciência.” (Augusto Cury)
    cheirinhos
    Rudy
    http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/
    TOP Comentarista de SETEMBRO com 3 livros + BRINDES e 3 ganhadores, participem!

    ResponderExcluir
  4. Olá, Tícia
    Tenho o livro na minha estante, e fiquei encantanda com a sua resenha. Tenho grandes expectativas pela leitura porque é um livro que quero ler há muito tempo e além disso, adoro quando abordam esse universo da música.

    Bjs
    Lu Blog: Apaixonada por Romances

    ResponderExcluir
  5. KKKk
    Oi!
    è a primeira vez que comento por aqui..e estou querendo muito ler esse livro..seus comentários só aumentam minha expectativa..além de muitas gargalhadas...
    Eu também não gostava muito de autores brasileiros, mas minha opinião em relação a alguns mudaram conforme eu fui lendo mais deles...
    Eu não sei quais que você leu, mas tenho alguns pra indicar..
    a série Batidas perdidas de Bianca Briones
    Entre o amor e o silêncio de Babi A. Sette
    Tem uns que são muito ruins mesmo...mas fazer o que né?
    Existem autores que não gostamos mas tem que m goste né?
    bjos
    att: Priss

    ResponderExcluir
  6. Então, eu li, curiosamente curti bastante no início,mas achei o meio e por que não dizer o final, deu uma caída. A autora escreve bem, mas a mocinha e os machos alfas da historia irritam bastante!

    ResponderExcluir
  7. Aiiinnn, eu gostei muito. Nível "qd eu era adolescente com o coração em chamas". Foi muito bom ter essa sensação novamente, que a gente vai deixando de lado com a "maturidade".

    ResponderExcluir

Seu comentário é sempre bem-vindo e lembre-se, todos serão respondidos.
Portanto volte ao post para conferir ou clique na opção "Notifique-me" e receba por email.
Obrigada!