Como eu era antes de você – Livro x Filme

Hoje o Sempre Romântica tem a honra de contar com a presença de uma convidada muito especial, a querida amiga Rejane Bastos. Para quem não sabe a Rejane é irmã da colunista aqui do blog Vivi Lima, e ela nos brinda com sua opinião comparativa do livro/filme Como eu era antes de você. Então vamos deixar de enrolação e vamos ao que interessa.

O Sentindo de Leve faz uma breve parada no Sempre Romântica, a convite da querida amiga Leninha, para falar do hypado livro da Jojo Moyes: Como eu era antes de você. 

Sabe aquela ideia de comparar o livro com o filme? Pois é, repetiremos a proposta que já foi feita neste blog com a obra " A menina que roubava livros". Dá uma conferida aqui.

Jojo Moyes é, sem sombra de dúvidas, uma das autoras mais comentadas do cenário literário atual. Não tem jeito. Jojo é pop. Cada livro é um flash! E são milhões de leitores mundo afora que se encantam com suas histórias. Palmas para ela que conseguiu captar para si a atenção de uma legião de Jojo Lovers.

Em Como eu era antes de você, ela nos mostra seu talento para envolver o leitor com uma narrativa atrativa que gera em quem lê a expectativa da descoberta do desenrolar da trama. Jojo parece saber que a força da escrita não reside no rebuscamento, mas na singeleza das palavras que tocam o coração do leitor, para o bem ou para o mal. Sim, meus caros, Jojo também é polêmica. Ou você achava que a história de Lou e Will é o ideal de romance que todos admiram? Não. Há controvérsias.

O meu papel aqui não é recontar a história. Até porque acredito que a grande maioria já tenha lido a obra em questão. O livro desperta paixões e polariza a discussão: há os que defendem fervorosamente a história de amor escrita pela autora e há os que não se conformam com o desfecho dado para relação de Lou e Will, os personagens centrais da obra.

E, convenhamos, não é tarefa fácil agradar um público acostumado com finais felizes. Mas a pergunta é: qual é o conceito de final feliz? De minha parte, eu fiquei satisfeita com o desfecho dado pela autora. A intenção aqui não é fazer apologia à questão séria tratada no livro, mas percebe-se que a autora se manteve coerente com a decisão do personagem Will. 

E me pergunto: porque tudo teria que ser belo? Jojo foi corajosa em ir contra a maré se mostrou uma autora com personalidade. Tratou com muita sensibilidade um assunto delicado e, nos apresentou uma história de carinho entre dois jovens. Ambos necessitavam um do outro. Lou necessitava de Will para desabrochar, sair da redoma de vidro que se encontrava. E Will, bem, ele precisava de Lou para também sair do castelo em que se encontrava enclausurado. 

Confesso que não fiquei triste com o desfecho. Poderia ter sido um romance tratado da forma convencional, mas Moyes subverteu a ordem das coisas e colocou um tempero a mais. Apostou alto e acertou em cheio: a discussão caiu na boca do povo, usando o jargão popular. Trouxe uma abordagem que não se restringe a fórmula mágica: mocinho + mocinha – brigas = viveram felizes para sempre.

Ah, Moyes, você catapultou esse casal para o imaginário do leitor como o que deveria ter sido, mas não foi. E deixou no ar diversas hipóteses que sempre se iniciarão com as palavras "E se...".
E o filme? Como foi a transposição da história para o cinema? De forma geral, a versão cinematográfica se manteve fiel a trama do livro, embora alguns acontecimentos narrados no livro não tivessem sido considerados no filme, o que a meu ver, compromete o desenrolar da história. Quem leu o livro sabe o que estou dizendo. Um exemplo: não é Lou quem propõe a ida ao concerto, mas Will quem a convida para um programa diferente do que ela estava acostumada a frequentar.

Considerei acertada a escolha dos atores, principalmente os que deram vida a Lou e Will. Eles se esforçaram para não decepcionar o público do livro e imprimiram credibilidade na atuação ao encarnarem os personagens.

Não cheguei a me emocionar, a ponto de chorar, como o marketing do filme propõe. As lágrimas não caíram. Talvez por já ter lido o livro e saber o final da história. 

Como sempre, ainda não vi um filme baseado em livro que supere a obra escrita. E não foi com "Como eu era antes de você" em versão para telona que a minha opinião mudou. O livro ainda é melhor. 

Encerro o post por aqui, curiosa para saber a opinião de vocês: o que acharam do livro e do filme?

Se quiserem nos visitar no SL, as portas estão abertas.

Segue o nosso cartão de visitas: 

PS: Ah, a Vivi Lima fez uma resenha sobre o livro e o filme por lá também.
Rejane Bastos

5 comentários

  1. Maninha, mandou bem! Penso que a história se faz à imagem do que acontece na vida. Não controlamos os fatos, as circunstâncias, tampouco as escolhas alheias. Inclusive as do autor, vale dizer. É isso. Não há controle sobre os desenrolar da experiências que vivemos. Acho que Jojo Moyes quis expressar essa ideia. Agradecemos o convite, Leninha querida. Beijocas! ;)

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    1. Mana, querida! Você como sempre resumindo muito bem o assunto. Esse é o grande aprendizado do livro. Não temos controle da vida alheia e nem dos acontecimentos. Moyes nos mostrou isso.
      Agradeço sua visita. E agradeço a Leninha pela oportunidade. Beijos.

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  2. Olá, Rejane!

    Não estou num momento em que consiga parar para ler resenhas e posts dos meus blogs queridos. :( A vida está uma correria, mas decidi dar uma breve passada em alguns blogs antes de dormir e quando vi este post tive que parar.kkkkkkk... Amei!!!

    Como você, eu também admiro muito a coragem da autora em escrever uma história assim, sem o típico final feliz. Mesma coragem que admiro na autora de O Morro dos Ventos Uivantes, que quebrou as "regras" e escreveu um livro que se tornou um verdadeiro clássico e é um dos meus favoritos. A Emily Brönte nos tira da "zona de conforto", ela bagunça nossas emoções, ataca, de certa forma, nossos princípios com sua história e nos desafia a amar ou odiar seus personagens. A Jojo Moyes fez o mesmo. Só que ao invés de nos desafiar a amar ou odiar os protagonistas, ela fez o tema da eutanásia bater em nossa cara. Nos forçou a não mais ignorar, a pensar sobre o assunto e nos colocar no lugar de pessoas como o Will, nos fez compreender seu sofrimento e suas escolhas. Eu a admiro muito por isso, embora tenha ficado com o coração partido em vários pedacinhos com aquele final. Chorei demais. E até hoje penso no que poderia ter sido... E isso é triste.

    Também penso como você em relação ao filme. Eu gostei muito do filme. Me diverti com várias cenas e chorei no final. Mas o filme não me impactou, não me fez chorar de soluçar como o livro. E senti imensa falta de partes importantes do livro que não estavam ali.

    Bjs!

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    1. Olá, Luna!
      Fico agradecida por ter se detido um pouco mais no blog e lido a resenha.
      A minha proposta era tentar, não medida do possível, compreender a obra sobre um novo enfoque que não o do happy end. Muito embora, a nossa tendência como leitores, seja sempre torcer pelo final feliz dos nossos personagens queridos.
      Mas, Moyes expôs de forma serena e tranquila um tema tão polêmico que não tive dificuldade em entender o desenho da história traçado por ela.
      Confesso que é um assunto complicado e não recomendaria a leitura do livro para todo mundo.
      Já o filme foi honesto e como diversão é uma ótima pedida.
      Muito obrigada por sua opinião. Enriqueceu bastante o debate.
      Beijos e volte mais vezes.

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  3. Olá! Eu ainda não li o livro da JoJo (nenhum deles, aliás) e não vi o filme. Estava procurando na internet, resenhas que me mostrassem se vale a pena esperar pra ver o filme depois de ler, e do que se tratava a história. Se havia grandes diferenças. A sua escrita foi formidável ao colocar os pontos do filme sem deixar escapar nada.
    Parabéns! Muito bem feita!

    http://mundo-sa.blogspot.com

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