[Blogagem coletiva] Revenge Porn

Está cada vez mais comum o compartilhamento de fotos íntimas em sites e aplicativos, principalmente pelo WhatsApp e Snapchat, por jovens e adolescentes. Entretanto essa prática é um perigo. Os jovens não têm noção dos riscos que correm a se exporem livremente nas redes sociais (não que isso não seja um direito de cada um). O famoso print é o grande vilão no caso de conversas pelo Skype, e muitos jovens depois de mostrarem-se para algum amigo ou parceiro, descobrem depois que suas fotos estão rolando pelas redes sociais, o que causa enorme constrangimento. Os casos mais comuns entram na classificação de revenge porn, ou seja, pornografia por vingança.

Não é difícil brigas entre amigos e/ou companheiros que ao terem acesso a fotos íntimas de colegas, num rompante de raiva, ou apenas por pura maldade ou prazer, lançam essas fotos na rede. Daí pronto, acontece a tragédia, muitas vezes podendo até culminar em morte. Existem relatos de jovens que por não aguentarem as piadas, ao se descobrirem na rede, tiraram a própria vida.

Os jovens estão mais expostos a esse tipo de problema porque estão vivenciando suas primeiras experiências sexuais. Os adolescentes de hoje namoram pela internet, usam a webcam e as novas tecnologias para trocar mensagens e fotos – algumas delas de conteúdo íntimo. (Juliana Cunha - psicóloga e coordenadora do canal de ajuda da Safernet).

Um levantamento da organização não governamental (ONG) Safernet, que há oito anos tem um serviço de denúncias online, aponta que, em 2014, foram registrados 224 casos de sexting – um aumento de 120% em relação a 2013 – quando foram registrados 101 casos, muitas vezes relacionados ao revenge porn (pornografia da vingança, em tradução livre).

Meninos e meninas produzem e compartilham imagens íntimas, mas as mulheres são as que mais sofrem, segundo a psicóloga e coordenadora do canal de ajuda da Safernet, Juliana Cunha. Em 2014, 81% das pessoas que pediram ajuda à ONG eram mulheres.

Esse mês a Editora Arqueiro está lançando os livros Intenso e Profundo, de Robin York, que tratam sobre o tema vingança pornô (revenge porn), que está em bastante evidência na mídia no momento.

Na nota da autora, que consta no livro Profundo, ela fala sobre vingança pornô, e faz um apelo para que esse tipo de ação se torne um crime previsto por lei. No Brasil, já temos a Lei Carolina Dieckmann que foi criada depois que o caso da atriz ganhou proporção por aqui. Além disso, o Senador Romário também tem um projeto de lei para regulamentar esse tipo de crime.

Se você foi vítima de algo assim, a denúncia de violações pode ser feita pelo Disque Direitos Humanos (Disque 100) e pelo aplicativo Proteja Brasil que pode ser utilizado em tablets e smartphones e mostra onde encontrar serviços de proteção integral dos direitos das crianças e dos adolescentes.

Um pouco mais sobre os livros:
Caroline Piasecki vê sua vida se transformar em um pesadelo quando o ex-namorado espalha fotos dela nua na internet. De uma hora para outra, sua reputação é arruinada e o futuro promissor que a aguardaria após a faculdade já não parece tão garantido. Desesperada, ela tenta fazer com que as imagens sumam da rede e, ao mesmo tempo, procura se defender da multidão de pessoas que a julgam. Um dia, quando um cara que ela mal conhece sai em sua defesa e dá uma surra em seu ex-namorado, tudo muda. À primeira vista, West Leavitt é a última pessoa de quem Caroline deveria se aproximar – ele tem um ar sombrio e ganha a vida de forma ilícita. Ela, por sua vez, é o tipo de garota que West sempre tentou evitar. Rica e privilegiada, jamais entenderia as dificuldades pelas quais ele já passou. Mesmo com todas as diferenças, os dois se tornam amigos. Com Caroline, West sente que fará de tudo para ser um homem melhor, e ela encontra nele a força para reagir. Quando parece impossível resistir à paixão avassaladora, West e Caroline descobrem que às vezes a única opção que resta é ir mais fundo.

A vida de West Leavitt foi do céu ao inferno em poucos meses. Ele achava que era possível ter um futuro melhor, mas acabou retornando para os dramas diários de sua família. Agora, em meio a uma tragédia, o rapaz não sabe o que fazer para ajudar Frankie, sua irmã caçula. Quando ele está prestes a desmoronar, só uma pessoa lhe vem à mente: a jovem segura e determinada que ele um dia pensou merecer. Longe dali, Caroline Piasecki sonha mais uma vez com West: a pele contra o seu corpo, o cheiro dele, a mão deslizando pela sua barriga... Mas sonhos são apenas sonhos. Ela sabe que o ex foi embora e não vai voltar. Por mais doloroso que seja, Caroline precisa se esquecer do tempo que passaram juntos. Até que seu celular toca e um West transtornado está do outro lado da linha. Sem pensar duas vezes, Caroline vai ao seu encontro. Só que muita coisa mudou desde que eles terminaram. West tenta afastar Caroline de sua vida de todas as maneiras. Ao mesmo tempo, o desejo que sentem um pelo outro parece ter ficado até mais forte no período em que estiveram separados. West ainda sente algo por ela, mas não se considera uma boa companhia para ninguém. Caroline quer estar nos braços de West, mas sabe que deve partir para que ele não sofra. Nesse embate de emoções, eles precisarão encontrar os próprios caminhos e descobrir: por mais intenso que seja o laço que os une, ainda é possível um recomeço?

Fonte de pesquisa:

9 comentários

  1. acho super válido a editora abrir um espaço para promover essa discussão!
    os casos de exposição pública de algo intimo tem ganhado mais força com as redes sociais e internet em larga escala, ao passo de que as leis precisam ser ajustadas e prever punição, como no caso da nossa lei brasileira, o mais bacana é que essa divulgação maciça leva o diálogo e principalmente a informação!
    http://felicidadeemlivros.blogspot.com.br/

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  2. Gostei muito da sinopse dos dois livro, tema super discutido atualmente, viro moda fazer isso, já estou doida pra conferi essa história.

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    1. As histórias parecem ser realmente muito interessante, e abre espaço aos debates.
      Também quero conferir.
      Bjs

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  3. Quando vi a capa desses livros no lançamento da arqueiro imaginei que séria mais uma duologia de romances clichês, no entanto após ler mais um pouco sobre a história, percebi que a autora vai aborda um tema muito bacana, mas ao mesmo tempo forte, intenso e profundo, como o título do livro mesmo diz, e por isso me pareceu ser uma história cativante e envolvente, e to interessada na leitura, para descobri qual vai o desenrolar dessa trama. Espero me apaixonar por essa leitura.

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  4. Concordo que cada um tem o direito de como levar a própria vida, mas sinceramente, acho que se você não quer se expor deveria evitar certas coisas, como enviar imagens íntimas para parceiros ou amigos, pois além das redes sociais não serem seguras não se pode confiar em qualquer pessoa... Por outro lado, ninguém tem o direito de praticar a vingança pornô e concordo que quem pratica deve ser punido... Que bom que aqui no Brasil a vingança pornô é considerado crime, pelo menos o episódio sobre a Carolina Dieckmann serviu para algo positivo...
    Teve uma conhecida minha que teve suas fotos íntimas publicadas nas redes sociais por um ex-namorado, ela denunciou na polícia mas teve que mudar de cidade por causa de toda a repercussão que teve o caso... Acredito que se as pessoas pensassem no mal que suas atitudes poderiam causar na vida de outras pessoas antes de cometê-las o mundo seria bem melhor.
    Torço para que o apelo da Robin seja ouvido e que essa pratica se torne um crime por lei em todo os Estados Unidos, e porque não no mundo todo.
    Estou ansiosa para ler Profundo e Intenso.
    Bjos!

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  5. Olá, Leninha!

    O legal de ver um livro discutindo o assunto de revenge porn não é só meter em discussão esse assunto, mas também mostrar que é um problema global, cujas leis em muitos países ainda não foram adaptadas para isso. Ver que só dois entre cinquenta estados americanos tem leis contra isso é ver que a política e a justiça não estão totalmente preparadas para lidar com o lado ruim da web, que evolui de modo muito mais rápido que as leis de cada país.
    E o pior é ver que o velho estigma de deixa um caso ganhar proporção midiática para que se pense nisso é verdadeiro, não só aqui com o caso da Dieckermann, mas lá fora também: é só lembrar das várias celebridades americanas que tiveram fotos intimas, sejam aquelas tiradas por eles ou as que foram tiradas por hackers, postadas na web após terem seus celulares invadidos em 2014, dentre elas a Jennifer Lawrence.
    Desde de sempre estou ciente dos riscos da web e sempre falo com amigos e familiares quando tenho dúvidas quando falo com desconhecidos ou lido com pedidos estranhos na web. Por isso sei que só se abrindo sobre o uso da tecnologia e de como ela também pode ser usada para o mal é que pode ser arma fundamental para combater o revenge porn.
    Além do mais, é preciso citar que também o machismo da sociedade é o que faz o revenge porn ser mais forte contra as mulheres, pois os homens são sempre retratados como os conquistadores se transam com varias mulheres, mas as mulheres são tratadas como putas se elas transam com muitos homens. Mostrar que a mulher tem um papel tão forte quanto o homem acaba com o machismo, o que por consequência, diminui ainda mais o impacto do revenge porn sobre as mulheres.

    Um abraço!

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