Miss Brontë - Juliet Gael, por Sueli

Charlotte Brontë passou a infância em pequena vila em Yorkshire, Inglaterra, criando com os irmãos histórias de um mundo imaginário. Anos mais tarde, usou a mesma inspiração para escrever célebres obras, entre elas a primorosa Jane Eyre. Mas, apesar do crescente sucesso e da aclamação da crítica, Charlotte almejava algo mais. Integrar-se à glamourosa Londres e conhecer celebridades do mundo literário não era suficiente para preencher o vazio que corroia sua alma.
Miss Brontë: Um Romance é uma história envolvente e reveladora, que mostra o outro lado da família Brontë.

Ao contrário da grande maioria de minhas amigas leitoras, eu sei muito pouco a respeitos dos livros que escolho para ler. Estes são sempre selecionados por autores, títulos e confesso que em alguns casos, pela capa. E a capa e o título de Miss Brontë, foram decisivos na minha escolha, apesar de ser uma biografia. Romanceada, mas mesmo assim uma biografia. E, apesar de não gostar muito de biografias, sou apaixonada por Charlotte Brontë e por fotografias.

François Forestier diz que para ser um bom biógrafo é preciso má índole, mas Juliet Gael foi generosa e resgatou para todos nós que amamos Charlotte Brontë, um pouco da felicidade que desejamos para nossos escritores preferidos.

Se o importante para o escritor é contar uma boa história, acredito que Charlotte Brontë e Juliet Gael contaram as melhores. E, indo contra a crença que para ser um grande escritor é preciso ser um grande mentiroso, temos Jane Eyre que nada mais é que as lembranças de uma vida, misturadas com o desejo de encontrar um grande amor e realizá-lo. Mas, apesar de ser uma mulher intelectualmente brilhante, Charlotte Brontë não conseguiu superar seus preconceitos e ver que sua felicidade morava ao lado.

Eu gostaria de entender o motivo pelo qual quanto mais nos encantamos com um livro, maior é a dificuldade em se fazer a resenha. Porque é exatamente assim que me encontro... Sem contar que eu gostaria de dizer coisas que fizessem com que você saísse imediatamente à procura desse livro incrível, e cuja autora teve a coragem de contradizer uma biografia realizada por Elizabeth Gaskell, e que por muitos anos serviu como fonte de pesquisa para todos os amantes das irmãs Brontë.

Mesmo adorando, foi uma leitura muito sofrida, assim como foi a vida da família Brontë. Não é um romance fácil, mas é um dos romances mais lindos que já li! E, o melhor de tudo, é que foi tudo verdade.

E, nenhum dos personagens masculinos de ficção que li até hoje, chegam aos pés de Arthur Bell Nicholls. Esse sim um homem tudo de bom, do jeitinho que Charlote merecia e desejava, mas que com toda a sua erudição e preconceito foi incapaz de enxergar, até que estivesse completamente sem esperanças de encontrar o tão famoso “amor perfeito”...

Nunca uma declaração de amor foi mais apaixonada e sem esperança, e nenhuma mais emocionante. Chorei, aliás, penso que é impossível ler esse livro e não ficar um pouco desidratada.

A descoberta de Arthur por Charlote me lembrou muito o filme “O Despertar de uma Paixão”, com Edward Norton e Naomi Watts. Foi preciso que Charlote fosse à Irlanda, que saísse de sua zona de conforto, para compreender o homem com quem havia se casado.

Um livro onde os fracos não terão vez infelizmente, pois estarão perdendo a chance de conhecer uma das escritoras mais incríveis e revolucionárias de seu tempo.
Thomas Campbell disse: “Viver nos corações que ficam, não é morrer.
Portanto, leitor, ninguém mais presente em minha vida que Charlote Brontë.

Uma edição caprichadíssima, com papel de excelente qualidade e revisão idem. Um livro imperdível!
5 corações
Sueli Jansen é professora aposentada, casada há mais tempo que consegue lembrar e, hoje vive no interior do estado do Rio de Janeiro, com sua família, seus livros, suas árvores e seus animais.
Você a encontra no Skoob clicando AQUI.



6 comentários

  1. Sueli!
    sou bem fã de biografias, mas as verdadeiras e bem escritas, como acredito ser esta através de suas palavras.
    Bronte era uma figura controversa apesar de sua genialidade.
    Nem precisa de mais palavras para exprimir seus sentimentos, dá para sentir perfeitamente o quanto o livro deve ser bom.
    Obrigada!
    “A alegria evita mil males e prolonga a vida.”(William Shakespeare)
    cheirinhos
    Rudy
    http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/
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    1. Rudy, é um livro estupendo. Emocionante, na verdade, e que, imagino eu, retifique a imagem controversa divulgada pela biografia feita por Elizabeth Gaskell.
      Charlotte Brönte e suas irmãs foram mulheres excepcionais em uma época onde valores, como a genialidade, eram considerados quase obscenos, no gênero feminino.
      Um livro para quem gosta de ler. ;)
      Obrigada, Rudy, pelo carinho de sempre.
      Cheiros!

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  2. Sempre admirei os autores iguais a Juliet, que possuem a coragem em criar/relatar uma história que já foi contada e serviu como fonte de pesquisa.
    Mas confesso que esse não é um livro que eu leria, não curto biografias, nem mesmo as romanceadas, sem falar que me considero uma leitora fraca de coração rsrs.
    Contudo, acredito que é uma ótima dica pra que gosta do estilo pois é nítido seu encantamento pelo livro e por Charlotte Brontë.
    Abraços!

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    1. Pois é, Any, eu também não curto biografias, mas sou apaixonada pelas irmãs Brönte, então, não resisti a essa capa, nem a esse título. E, não me arrependi nem por um só momento, apesar de ter me emocionado o tempo todo.
      Obrigada pelo comentário, volte sempre e boa leituras!
      Bjks

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