Depravado - Jaimie Roberts

A maioria dos contos de fadas termina com um “felizes para sempre”.
Este não é um conto de fadas. Ele não é um príncipe encantado que vai levá-la em direção ao pôr do sol. Esta é uma história sobre traição, luxúria, desejo e, em última análise, vingança…
E a vingança só pode conduzir a uma coisa.

Tyler
Ele era um estranho, meu visitante, a sombra no canto do quarto. Ele me perseguia, me observava, sabia tudo sobre mim. Mas tudo que eu podia fazer era sentar e esperar. Esperei que ele me visitasse, noite após noite. Ele estava se tornando o meu vício, meu desejo, minha obsessão. Ele conhecia cada centímetro do meu corpo, mas eu não sabia nada sobre ele.
Ele se autodenomina Lótus e, tão maluco quanto possa parecer, acho que estou me apaixonando.

Dean
Eu queria pegá-la, possuí-la, dominá-la e arruiná-la. Eu queria violentá-la, agradá-la e consumi-la até que eu não pudesse sugar mais nada dela.
Ela vai querer que eu a beije. Que a segure durante toda a noite para que ela tenha uma conexão comigo. Eu gostaria de fazer isso, quando ela me procurasse na escuridão. Ser aquele que satisfaz sua maior fantasia. Um estranho que foge para o quarto dela. Alguém que lhe dá o máximo prazer, mas também busca o seu maior sofrimento. A dor que ela nunca teve que suportar. A dor que irá corroê-la até que não haverá mais nada. 
Ela era a minha inimiga, eu era o seu lótus. E a vingança é uma merda.

Depravado é um livro mediano, do tipo "ni fu ni fa". Sabe o bonitinho que é um feio arrumadinho? Pois é. Mas não é que a história seja medonha de revolver as entranhas; ela é interessante e pode agradar muita gente. O problema é que não me pegou de jeito.

Achei os motivos da tal vingança mal resolvidos. Se Dean (o tal estranho e mocinho) tivesse apenas conversado com Tyler por 10 segundos, tanto drama seria evitado. E o final? Precisava de ela ser tão drástica e forjar aquilo tudo? Só dar uns esculachos bem dados em Dean não funcionaria? O que aconteceu com o diálogo?
É por isso que o mundo tá essa merda.

Mas fora isso, Devianté até bonzinho porque envolve uma suposta traição que gerou uma consequente vingança e isso te instiga a curiosidade sobre o que vem a seguir, já que muito dessa história é improvável ou pouco convencional. Quer exemplos? Enumero.

1) a mocinha acha natural e engraçado um estranho vagar livremente pela sua casa e trocar as coisas de lugar, o carro da vaga ou a observar dormindo. Será que ela nunca assistiu Atividade paranormal, porra?
2) a mocinha inicia uma turbulenta vida sexual com o estranho que envolve tabefe pra cá e pra lá, preenchimento dos variados orifícios corporais, frases originais como “me fode duro” em tons vociferantes e, claro, como poderia me esquecer, copulação (in)discreta no meio de uma pista de dança que termina com ela de quatro num depósito fedorento e sujo.
3) DR, cobrança, chororô dela para o estranho. Será que não ficou claro que aquilo não era uma relação? O depósito fedorento já não foi uma pista clara?
4) o estranho começa a mandar na vida da mocinha. Ficou de papo com algum cara? Porrada. Sumiu de casa por uns dias? Porrada. Respirou? Porrada. E ela aceita tudo, pra manutenção do seu cio perpétuo, já que o pinto do cara é tão foda que só fica atrás da descoberta do fogo e da eletricidade.

Bem, sobre esse negócio da mocinha transar com um desconhecido, prometi que ia abstrair e relevar porque fetiche alheio não se discute, só se lamenta em choros convulsivos. Ou se debocha.
Mas achei que algumas partes foram meio apelativas. Meio, não... bem apelativas.

E que bizarrice foi aquela da mocinha, quando criança, ter arrepios quando Dean se aproximava? Achei a autora muito infeliz nessa parte. Quis mostrar que os dois já se amavam desde a infância, mas descreveu sentimentos e sensações de adulto nos dois, em alguns momentos. Isso aí não me desceu.

E a história não acaba aqui porque em Redemption (título original) – livro 2 – a peleja entre Dean e Tyler continua. Provavelmente eu vá encarar, mas só de pensar em me deparar com “me fode duro” incontáveis vezes, ou pseudo crises da mocinha acompanhada da recorrente frase como “o que há de errado comigo?” ou conclusões de Dean de que a Tyler não passa de um voodoo sexy, eu desanimo.

Bem, vamos ver. Tudo depende de meu humor que, ultimamente, está mais pra lá que pra cá.
Recomendo?
Pra quem gosta de algo diferente, cai matando.
;)

14 comentários

  1. Ei meninas

    hahaha, estou até agora tentando entender o que é "ni fu ni fa". Esse eu passo viu, gostei muito do enredo não rs, a resenha ótima como sempre.
    bjs

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    1. "ni fu ni fa" é tipo, "nem fede nem cheira", na língua dos hermanos. rsrs
      Brigadão.
      o livro é meio doido, tem seus defeitos, mas não é medonho de tacar pedrada. Vaio que vc gosta? rsrs
      bjoooo

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  2. Oi Tícia, como assim porrada pra cá e pra lá? O cara bate na demente? Realmente não me meto no fetiche de ninguém, mas depósito sujo vamos combinar que ninguém merece!!!!
    Mas gostei desta barriga tanquinho da capa, aqui em casa daria para lavar umas roupinhas...kkkk
    Bjs, Rose.

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    1. POrrada de amor, Rose.
      Tipo: "paf! Vc foi muito má, vai apanhar" Tudo isso durante o sexo. Fica cansativo demaaaaaais.
      Nem me fala dessa capa. Nem me fala!!!!!! :D
      bjooooo

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  3. Tícia!
    A capa é até atrativa, mas esse negócio de porrada para cá, porrada para lá e a mocinha ainda querendo "me fode duro", não dá, né?
    Ela é o que? Masoquista? Sem paciência para livros de porrada...
    Bom final de semana!
    “Cada qual sabe amar a seu modo; o modo, pouco importa; o essencial é que saiba amar.”(Machado de Assis)
    cheirinhos
    Rudy
    http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/
    Participem do nosso Top Comentarista!

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    1. Ihhhhhhhh, Rudy... então não lê esse não.
      Vc vai detestar.
      E se quiser, tenho mais uma lista de livro com isso pra vc NÂO ler. kkkkkkkkkk
      bjoooooo

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  4. A sinopse não despertou minha curiosidade, e depois de ler sua resenha não tenho dúvidas que esse livro não é pra mim: uma história que tem um casal protagonista com atitudes e personalidades que não curto nem admiro; mocinha que acha engraçado um estranho entrar em sua casa e observá-la dormir - cadê a autopreservação?! - e que faz cobranças a um cara depois de aceitar ser tratada como foi; e finalmente, o que estranhei e foi o fim da picada: sentimentos de adultos em crianças! Francamente, a autora não tinha o que inventar?!
    A história definitivamente não me convenceu, e vou com certeza passar longe desse livro! Mas amei a resenha, Tícia.
    Bjos!

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    1. Brigadão, Any.
      Bem, pelo visto... esquece MESMO esse livro que não vai ser tua praia. :D
      bjooooooooo

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  5. Oiii Ticia, estou lendo esse livro e ainda estou no comecinho. Posso te dizer que estou gostando, mais ao mesmo tempo, tô com um super pé atrás com a história. Tô achando um pouco absurdo a Tyler saber que um cara envade a casa dela, mexe no carro e não tá nem ai, quando terminar eu volto pra dizer o que achei.

    bju

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    1. OI, Nathalia.
      Volta sim, quero saber sua opinião. :D
      bjooooo

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  6. Amei a resenha!!!!

    De todas que li, foi a mais sincera e direta!
    Saudades e beijocas

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  7. Eu acabei de terminar o livro e confesso que esperava mais dele. Achei que o vilão poderia ter durado mais e também, não consigo acreditar que a protagonista amava tanto seu primeiro amor que viveu com ele perto dela o TEMPO todo, esteve presente em um momento importante de sua vida e apareceu sem máscaras na frente dela e ela não o reconheceu. Achei falso demais isso. Sem contar que achei meio superficial a atitude do protagonista no final... esperava mais emoção e desespero e não alguém racional. De começo até estava gostando do livro mas achei bem superficial o final e os motivos do trama. Eu entendo os motivos mas acho que tudo foi explicado de forma sucinta. Enfim, vou ler a continuação para ver se nele tudo fico mais claro.

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  8. Gente este livro já tem continuação?

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