O Lago Místico - Kristin Hannah, por Sueli

Hoje o Sempre Romântica tem o prazer de trazer para os amigos e seguidores do blog a opinião de uma pessoa muito querida no meio literário: Sueli Jansen, conhecida por suas ótimas resenhas pessoais e bem escritas postadas no Skoob. Carinhosamente, ela aceitou meu convite insistente (agradeço por isso), e eis que nos brinda com sua opinião sobre o livro "O Lago Místico", da minha autora querida Kristin Hannah.
Então vamos lá!
Esposa e mãe perfeita, Annie vê o seu mundo desabar de uma hora para outra quando é abandonada pelo marido.
A fuga momentânea é para Mystic, a pequena comunidade onde ela cresceu e onde o seu pai ainda vive. Lá, Annie começa a se reerguer novamente, descobrindo o amor por si mesma, por um velho amigo solitário e por uma garotinha que acaba de perder a mãe.
Tudo está se encaixando na vida de Annie. Nick e Izzy se tornaram uma parte importante de seu processo de cura, e ela também se tornou essencial para a sobrevivência da relação entre pai e filha. Até que o seu ex-marido reaparece... e a tranquilidade rapidamente dá lugar ao desespero.
Kristin Hannah encanta mais uma vez com uma história comovente, sensível e verdadeira sobre perda, paixão e os fios frágeis que unem as famílias.

Hannah, Kristin. O Lago Místico. Tradução: Sylvio Deutsch. São Paulo: Editora Novo Conceito, 2014. 365p. Título original: On Mystic Lake.

Felizmente, para nós, leitores, alguns livros se recusam a nos abandonar, ou mais provavelmente, nós nos recusamos a abandoná-los. É como se os seus personagens se infiltrassem tão profundamente em nossas realidades que passamos a conviver com eles como se de nossa família eles fossem...

Eu pensei em não fazer nenhum comentário sobre O Lago Místico, já que li resenhas ótimas sobre ele, e pensei que seria desnecessário, certamente será este o caso. Mas, percebi que eu necessitava dizer o quanto eu amei esse livro.

O Lago Místico não tem vilões ou maldades cirurgicamente arquitetadas, é apenas um livro sobre a vida acontecendo.

Nesse caso, é sobre a vida de Annie que ao despedir-se de sua única filha, nem imaginava que estaria se despedindo também de seu marido, Blake, com quem estava casada há mais de dezenove anos.

A separação tão inesperada quanto cruel deixa Annie perplexa, e através do processo de racionalização da personagem fui, muitas vezes, surpreendida com a similaridade existente entre nós. Talvez, por isso mesmo eu não consiga até hoje me separar do universo de O Lago Místico.

Annie é uma ferida ambulante de solidão - uma sequela decorrente do fato de ser deixada para trás por alguém que se ama.

Annie, ao procurar por referências dessa vida que desmorona, percebe que até mesmo nas fotos de família nem sempre ela esteve presente. Ao tentar ser perfeita, paulatinamente descartou as imagens em que se achou gorda, feia e velha, dessa forma apagando traços preciosos de vida.

Quem de nós já não fez o mesmo?

Incapaz de continuar morando na casa imensa e vazia Annie volta para sua cidade natal.

Nesse ponto do livro eu me lembrei de uma frase dita pela personagem de Kathy Bates, em um filme que amo de paixão – Tomates Verdes Fritos: “Ela era muito jovem para ser velha e muito velha para ser jovem.”.

Annie está para completar quarenta anos e com problemas que necessitam de uma solução imediata, já que conforme o tempo avança a margem para erros diminui muito. E, recomeçar é cada vez mais difícil e requer uma energia que nem sempre se tem. E, ao voltar para sua cidade natal, Annie reencontra seu passado e as consequências das escolhas baseadas em conceitos questionáveis.

É sempre muito curioso o que se perde até se compreender o real valor das coisas que verdadeiramente importam em nossas vidas. E, é aí que reside o conflito principal de Annie.

Conheceremos Nick, hoje viúvo da melhor amiga de Annie, alcoólatra, e sua filhinha Izzy, que está “desaparecendo” rapidamente e não fala uma palavra desde a trágica morte de sua mãe.

É importante notar o paralelo existente entre Izzy e Annie, uma resgatando a outra de suas misérias e traumas psicológicos, onde a felicidade e o amor é a recompensa de quem jamais abandonou a fé e a esperança.

O Lago Místico é um livro que você ama, ou você odeia, mas jamais ficará imune a ele. Talvez, dependa muito do momento da vida de cada leitor, então, caso você não se identifique imediatamente, eu sugiro que volte a lê-lo em outra oportunidade, porém jamais descarte esse livro precioso.
05 estrelas

Sueli Jansen é professora aposentada, casada há mais tempo que consegue lembrar e, hoje vive no interior do estado do Rio de Janeiro, com sua família, seus livros, suas árvores e seus animais.
Você a encontra no Skoob clicando AQUI.




10 comentários

  1. Amei ler a resenha da Sueli. Deixa bem claro a proposta do livro, que é mostrar os conflitos pessoais e familiares pelas quais as pessoas passam e suas tentativas de se auto resgatarem, voltando as origens. Pareceu-me um livro para se ler e refletir. Mais um na lista nova Leninha. Obrigada por nos brindar com esse presente que foi a participação da Sueli, no SR.

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    1. Eritania, acredito que você não deveria perder a oportunidade de ler O Lago Místico.
      É um daqueles livros que agregam sentimentos bacanas ao leitor e nos faz pensar e refletir sobre os valores reais.
      Muito obrigada pelo seu comentário, eu adoro conversar com leitores!
      Bjks

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  2. Que legal ver suas resenhas de novo Sueli, ja estava com saudades...
    Adoro livros que falam sobre a "vida", sinto falta dos temas mais humanos, hoje em dia dão tanto enfoque para o sexo que os relacionamentos ficam esquecidos.

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    1. Obrigada Cris. Você é muito bacana, mesmo!
      Quanto ao livro, eu espero que você tenha a oportunidade de lê-lo.
      Eu adorei cada página e acredito que quando gostamos de um livro queremos que esse sentimento seja compartilhado com o maior número de pessoas.
      Um beijão para você!

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  3. Ei Sueli,

    Ótima resenha, eu li faz pouco tempo e adorei. Sou fã da autora, normalmente gosto de todos os seus livros.
    Eu só não gostei muito do final, deu para entender o que aconteceu depois, mas eu queria ver a cena dela voltando, o reencontro e tudo.
    Adorei esta frase “Ela era muito jovem para ser velha e muito velha para ser jovem.”. , isso é tão a cara da personagem. :)
    bjs

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    1. Pois é, Fernanda, veja como são as coisas...
      O final que decepcionou você, me deixou extasiada!
      Eu não posso discutir muito sobre isso por aqui para não incomodar os leitores que detestam spoilers.
      Penso que você poderá entender...
      A frase, como eu falei na resenha, é do filme "Tomates Verdes Fritos", porém não foi dita pela personagem da Kathy Bates e sim pela senhora interpretada por Jessica Tandy, em um cena emocionante, cujas palavras eu jamais esqueci e por isso mesmo, achei que encaixaria perfeitamente com a Anne...
      Foi um descuido meu...
      Muito obrigada pelo seu comentário, e adoraria discutir o final do livro, através do Skoob, com você, ok?
      Bjks

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  4. Sueli, esta autora tem o dom de emocionar seus leitores, pelo menos a mim. Não teve nenhum livro dela que eu chorei. Ganhei este livro em uma promoção, assim que chegar vou querer ler.
    Bjs, Rose

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  5. Rose, para mim, foi uma excelente estreia literária em 2015.
    Espero que todas as escolhas que eu fizer neste ano sejam tão bacanas como esta.
    Obrigada por sua visita,
    Bjks

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  6. Linda Gosto de suas Resenhas, muito. Parabéns! Um feliz aniversário hoje 16 de julho. Bjs

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  7. Obrigada, unknow, valeu pela lembrança.
    Bjs

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