Uma coluna para chamar de minha, com Vivi Lima

Acredito que o plano espiritual exerce influência no plano físico. Creio que os nossos atos e pensamentos impactam os múltiplos universos existentes em outras dimensões. Tomar consciência disso é reconhecer que nossas decisões exercem grande peso para o rumo do universo. Afinal, tudo está conectado em uma teia intrincada e nebulosa cujo vínculo não se pode romper sob pena de engendrar efeitos catastróficos para a humanidade. 

Existem sim rupturas com o caminho ideal do universo. O desamor, a violência, as guerras são exemplos dessa realidade. Mas, logo, para o nosso infortúnio, elas são remendadas à grande teia. E assim, caminhos antinaturais vão se formando. E, traduzindo para o aqui e agora, assim nascem os dilemas, os conflitos da vida. A vida, em suas limitações, é um conflito entre o que somos e o que podemos ser. E que seja para melhor, claro. Pois, se o que visamos o nosso bem, é bom que nossa mobilização seja sempre em favor do melhor. Pois, há sempre consequências.

Existem muitas coisas entre o céu e a terra do que sonha nossa vã filosofia, diz Shakespeare. O essencial é invisível aos olhos, diz Exupéry. São afirmações que surgem da constatação consciente de que o motor que nos move é espiritual. Viver sem sair da casca ou da caverna como aludia Platão é como estar em um estado de não-vida. Ou em uma condição eterna de menoridade.

Ultimamente tenho pensado muito sobre essas questões que, por mais retóricas que pareçam ser, colidem com a minha maneira de ser, minhas picuinhas, meus caprichos de todos os dias. Enfim, tenho me perguntado acerca do propósito pelo qual vim ao mundo.

Nasci prematura. Sete meses cravados. E me pergunto a diferença quântica presente nessa conta. O que isso influencia em minha vida? Será que existe um episódio ao estilo “Além da Imaginação” sobre minha vida iniciada com uma gestação completa? Se sim, é para o melhor? Para o pior? Ou fica tudo na mesma?

Não há como saber. Mas, seja o que for, busco caminhar com base na realidade dos sete meses. Não numa perspectiva de carência. Mas, sim de abundância. Do que ganhei  ao ter nascido no mesmo dia e mês da minha irmã. Dos dois meses de lambuja que ganhei para curtir a presença de minha mãe que tão cedo se foi desse mundo.  Dos dois meses a mais que ganhei para seguir a missão de completar o circuito da vida.

E olha, a cada dia tenho descoberto que não importa como e quando vim. O passado em que vivi fraquinha, com dificuldades para respirar e limitações para brincar ficou pra trás. Tal qual a história contada no filme “O pássaro azul”, hoje tenho diante de mim o que sempre tive: A Vida.  Pois, agora sei que vida abundante se caracteriza por estar sempre em equilíbrio diante de qualquer realidade existencial.

E, para encurtar a história, não. Não sei o Mapa da Vida, mas é para lá que eu vou...


P.S.: Esse texto tem um tom pessoal. Quero compartilhá-lo com vocês porque acredito que, ainda que a experiência difira, a reflexão prescinde da vivência. Então, se com a leitura do texto, alguém for levado a refletir sobre o seu mundo e existência, esse post não terá nascido em vão.

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12 comentários

  1. Acredito que tudo está escrito, nada é por acaso e a vida assim, vai seguindo seu curso.
    Cada um chega a hora determinada e assim também se vai...
    E os objetivos? Todos tem um!
    Parar para pensar nisso dá aquele nó e abre um leque de possibilidades, cada uma mais bem elaborada que a outra.

    Também não tenho o mapa da vida, mas sigo seu caminho para onde for...

    Ótimo texto amiga, como sempre!

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  2. Ah, Vivi... Seus posts nunca serão em vão! Sempre terão em mim um olhar atento e agradecido.
    Parabéns pela reflexão, pois isso, independente da opinião de cada um, é sempre sinal de uma mente pensante e, todos sabemos que nos dias atuais, isto é um artigo raro!
    Bjks

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    1. Eu que agradeço, Sueli, por suas contribuições sempre enriquecedoras. Bjs!

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  3. Vivi, acho que preciso de uns cinquenta anos para refletir acerca desse texto ><
    Muito, muito bom!

    (Acho que hoje também não vou conseguir dormir sem ficar refletindo um bom tempo...)

    Beijos,
    Nanie

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    1. Nanie, acredite, eu também preciso. Na verdade, penso que essa é uma reflexão pra vida toda. Obrigada pela visita. Beijocas!

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  4. Deixamos a vida seguindo no automático e quando acontece uma situação que precisamos estar ligados é que percebemos como deixamos de aproveitar a vida. O texto é interpretado de forma ampla para as emoções e cada momento da nossa vida. Eu fico triste quando lembro da minha família paterna que perdi tão cedo e deixei de aproveitar, mas fico feliz por ter tido 5 anos de convívio com eles. Acho que não importa o tempo e sim as lembranças e sentimentos que deixamos nos corações das pessoas. :)
    www.nyasmim.blogspot.com.br

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    1. Sim, Yasmim. É o que digo. Apesar da rotina desgastante, é importante estarmos ligados à fonte espiritual. Assim, podemos vivenciar de forma plena o Aqui e Agora. Muito obrigada por compartilhar conosco o seu depoimento. Reforça com pertinência o que quis dizer. BJs!

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  5. Vivi, você foi suprema nesse texto. A Vida é pra onde estou indo também.

    Beijos!

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    1. Sigamos juntas, então, queridaça! E que façamos dessa uma ótima jornada. Beijocas!

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  6. Oi Vivi!
    Sabe, eu nunca acreditei no acaso? Eu não consigo ver que tudo o que nos acontece no dia a dia seja obra de acaso. Independente se é algo bom ou ruim, é para o nosso crescimento. Como você relatou, o que antes era uma fraqueza, hoje é um significado de força e perseverança.
    Adorei o seu texto;)
    Bjs!

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    1. Exato, Carla. Nada é por acaso. A vida não é casual. Podemos não conceber isso em razão de nossa visão limitada. Mas, mesmo nas coisas mais triviais existe uma dança cósmica por detrás. Cabe a nós decifrar os códigos da vida e reforçar o nosso propósito ao longo dessa jornada. E assim, na fraqueza, é que vamos nos aperfeiçoando. Amei o seu comentário! Obrigada por dizê-lo aqui para nós. Beijocas

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