Decidi escolher O Colecionador de Saudades para ler no meu fim de semana, e não poderia ter encontrado companhia melhor para um mês tão saudosista e cheio de significados. Mas, na verdade, essa não é uma leitura para se fazer de forma apressada. Desde o começo, percebi que ele é um daqueles livros que pedem calma, silêncio e um gole devagar, quase como um ritual. Allan Dias Castro nos convida a saborear cada poema, cada verso, como quem aprecia uma última lembrança de um tempo especial.
E talvez seja exatamente isso que torna essa obra tão única: a emoção do autor é quase palpável. Em cada página dá para sentir o que ele sentiu ao escrever — como se suas palavras ainda estivessem mornas, recém-saídas do coração. Há uma sinceridade que transborda, que acolhe, às vezes aperta um pouco, mas sempre traz conforto.
Ler esse livro foi uma experiência leve e natural, como se fossem sussurros no ar. Ele é delicado, mas ao mesmo tempo profundo, tocando suavemente quem se permite mergulhar nele. Os poemas, pequenos em tamanho, carregam um significado enorme e um eco de sentimentos que reconhecemos de imediato. A saudade — essa velha companheira — não aparece só de passagem; ela caminha ao nosso lado, quase como um personagem fixo, respirando em cada verso.
Esse é o tipo de livro que merece ficar na cabeceira da cama. Um amigo para noites em claro, dias de silêncio ou momentos em que a alma precisa de um abraço. Aquele tipo de leitura que dá vontade de guardar com carinho, mas também de emprestar, indicar e compartilhar sem medo — porque coisas bonitas têm que circular.
O Colecionador de Saudades não é apenas uma coletânea de poemas; é um convite bem próximo para sentir, recordar e, quem sabe, enxergar de uma nova maneira aquilo que nos acompanha silenciosamente. E, ao acabar a última página, é quase impossível não ficar com vontade de recomeçar e ler tudo de novo, com a certeza de que teremos uma nova experiência.
Entre o luto pela morte do pai e a felicidade pelo nascimento da filha, Allan Dias Castro nos leva a ver a saudade não mais através da tristeza da perda, mas como a celebração da grandiosidade da vida. Mesclando poesia com histórias pessoais, este é um mergulho nas memórias que todos nós compartilhamos: os almoços na casa da vó, as noites febris da infância, os causos na companhia dos amigos, os conselhos dos mais velhos para aplacar nossos medos. Allan nos oferece um olhar poético sobre o valor universal de tudo que vivemos ao lado de quem amamos – um sopro de vitalidade que nos faz pensar no que realmente importa. Este livro é um convite para abraçar cada instante e cada pessoa com amor e gratidão, sabendo que os momentos de presença são os tesouros que levaremos para sempre conosco.













Só sei que esse livro não é uma coleção de poemas..
ResponderExcluirA cada página, a cada saudade, a cada nostalgia, o autor consegue nos colocar dentro do sentimento e poucos autores tem esse poder.
Sempre vou acreditar que nunca somos nós que escolhemos a leitura da vez, mas o livro que nos chama à leitura.
Tive a honra de ganhar essa obra aqui no blog e é um dos meus queridos da estante.
A beleza da edição, o autógrafo do autor, mas a saudade e tantos outros sentimentos ali, ligados, de mãos dadas, me permitiu ser tão feliz enquanto lia.
Um livro para a vida!!!!
Beijo
Angela Cunha Gabriel
Nossa, Angela, que lindo comentário. Nem lembrava que havia sido você que ganhou o livro do autor aqui no blog. Fico feliz por ter participado desse seu encontro com esse livro perfeito.
ExcluirBeijão!