Vou começar esta resenha dizendo que essa foi a leitura mais surpreendente que fiz neste ano. Entrei na história sem muitas expectativas e, no final, acabei recebendo muito mais do que imaginei.
Siga como um Rio é daqueles livros que te arrancam o fôlego e o coração ao mesmo tempo. É uma história de uma delicadeza brutal, que pede atenção total do leitor — não dá para ler de qualquer jeito, cada frase tem um peso, um cuidado, uma emoção que vai se acumulando até te deixar completamente imerso.
A ambientação histórica e social é impecável. Shelley Read te transporta direto para o Colorado do início do século XX, com descrições tão vivas que você quase sente o vento frio batendo no rosto e o cheiro de pêssegos no ar. E no meio desse cenário duro e implacável, conhecemos Torie, uma personagem que parece frágil, mas tem uma força interior que desafia qualquer explicação.
O livro nos leva por caminhos de amores proibidos, perdas dolorosas e a força que surge quando tudo parece desabar. E o mais bonito é que tudo isso vem embalado por uma escrita quase poética — delicada, intensa e cheia de sentimento. É impossível não se envolver, não se revoltar com as injustiças, e não se emocionar com essa mulher que tenta ser livre num mundo que insiste em prendê-la.
Confesso que, quando cheguei ao final, fiquei com aquele gostinho de “quero mais”. Faltaram, no mínimo, umas dez páginas para eu ficar completamente satisfeita — queria um fechamento mais concreto, talvez só um abraço que Torie (e eu, sinceramente) merecíamos. Foi o único motivo de eu não ter dado cinco estrelas.
Mas já aviso: leiam com o coração preparado. O livro tem cenas fortes e emocionais, que podem mexer fundo com as emoções de pessoas mais sensíveis.
Mesmo assim, recomendo demais. Siga como um Rio é uma história que continua correndo dentro da gente, mesmo depois da última página.
No fim das contas, esse livro me fez pensar muito sobre o que é seguir — mesmo quando tudo parece te empurrar para trás. Torie me lembrou que força nem sempre é gritar para o mundo ouvir; às vezes é só continuar caminhando em silêncio, com o coração em pedaços, mas ainda acreditando que existe algo além da dor. E talvez seja por isso que essa história vai ficar comigo por muito tempo.
Victoria Nash é apenas uma adolescente na década de 1940, mas já é responsável por todos os afazeres da casa, numa fazenda de pêssegos na cidadezinha de Iola, no Colorado – a única mulher num lar de homens cheios de problemas. Wilson Moon é um jovem andarilho de passado misterioso. Longe de seu povo, ele está determinado a levar a vida do próprio jeito. Numa cidade marcada por racismo e preconceito, o encontro fortuito dos dois é um divisor de águas, fazendo nascer uma paixão proibida e repleta de perigos. Victoria acaba sendo obrigada a fugir para as montanhas e a sobreviver na natureza, sem a mínima ideia do que o futuro lhe reserva. À medida que as estações passam, ela também vê as mudanças em si mesma, encontrando na beleza selvagem o sentido e a força para reconstruir a vida, mesmo quando o rio Gunnison ameaça submergir sua terra natal.













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