
Poesia dá em tudo, é uma fruta que não tem época. Em "Os móveis continuam prisioneiros" ela brota da perspectiva do que fica para trás depois do fim, seja de um amor ou de uma vida.
Cada verso passeia pela dor, pelo incômodo, pela ausência. Os temas, já caros do gênero, ganham aqui um olhar único que parte de um eu lírico preenchido por ausências. E tais ausências, justamente por isso, se impregnam nesses objetos da rotina, que presentificam os silêncios.
Falar de poesia nunca é fácil, mas sempre rende subjetividades que se chocam. É um pouco do que o poeta te oferece com outro pouco do que você pode oferecer de volta para significá-lo. A troca, além de evidente, é necessária para que uma obra assim faça sentido.
Os versos livres do autor ao tratar dessas tantas ausências são também parte do que esse livro significou pra mim. Por vezes nas cadências, por vezes em sua completa falta, li em duas viagens e viajei para muitos lugares nos meus próprios espaços vazios.
Foi bonito, mas não menos dolorido. E se doeu, no fim das contas, foi porque, de certa forma, também curou um lugar. Como toda boa poesia faz!
Boa Leitura!
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