A Inconveniente Loja de Conveniência – Kim Ho-yeon


Essa é minha primeira experiência com a escrita de  Kim Ho-yeon, e no início, confesso que estranhei um pouco a narrativa. Achei meio truncada, difícil de acompanhar, parecia que as coisas não estavam muito bem amarradas. Mas insisti na leitura (ainda bem!) e logo percebi que esse ritmo mais lento faz parte do charme da história que aos poucos foi me envolvendo e acabou ganhando o meu coração. 

O livro gira em torno de um personagem enigmático chamado Dok-go. Ele é um daqueles tipos quietos, misteriosos, mas com uma sensibilidade absurda para perceber o que se passa com as pessoas ao redor. Mesmo sem dizer muito, ele acaba tocando e transformando a vida de quem passa pela tal loja de conveniência. E é aí que a mágica acontece.

O mais legal é como o autor apresenta os personagens: a cada capítulo, somos apresentados a alguém novo, e tudo isso é feito de forma super simples, quase como se a gente estivesse conhecendo vizinhos ou colegas de trabalho no dia a dia. Não tem grandes revelações ou reviravoltas, mas tem muito sentimento nas entrelinhas.

É um livro gostoso de ler, daqueles que a gente pega no fim do dia para dar uma desacelerada. Eu diria até que é confortável, sabe? Dá uma sensação boa, tranquila. Mas já deixo o aviso: não é uma leitura para quem gosta de ação rápida ou histórias cheias de reviravoltas. Aqui, tudo acontece aos poucos — bem aos poucos mesmo. Então, vá com calma e sem pressa.

Eu gostei bastante da sensação que o livro passa. Tem algo de acolhedor na leitura, como tomar um café bem quentinho num dia frio: não resolve tudo, mas aquece o coração. É uma história que aborda temas delicados, como saúde mental, empatia e o sentimento de pertencimento, sem exageros ou discursos pesados — só com muita humanidade.

No fim das contas, A Inconveniente Loja de Conveniência é uma história sobre empatia, recomeços e como gestos simples podem causar impactos enormes. Uma leitura calma, acolhedora e cheia de pequenas surpresas, que me surpreendeu e me deixou com o coração mais quentinho. 
Vale a pena dar uma chance!


Dok-go mora na Estação Seul e passa seus dias olhando para a mesma loja de conveniência. Ele não tem lembranças do seu passado, mas sabe que daria tudo para beber uma dose de soju. Quando acha uma bolsinha com documentos e uma carteira, ele não faz a menor ideia de que sua vida está prestes a mudar.

A senhora Yeom, uma professora de história aposentada, perdeu sua bolsinha na estação. Mas graças ao bom Deus que sempre a protege, assim que deu falta dos seus pertences, recebeu uma ligação de um telefone público informando que tinham sido encontrados. Ela fica tão grata que resolve levar Dok-go até sua loja de conveniência para lhe dar de comer. Ao ver a felicidade estampada em seu rosto, ela diz que ele pode passar lá todo dia e pegar uma marmita.

Por uma reviravolva do destino, Dok-go acaba salvando a loja de um assalto. E, mesmo que os funcionários não confiem tanto assim nele, a senhora Yeom oferece ao homem com aparência de urso a vaga do turno da noite. Aos poucos, Dok-go surpreende a todos e cativa as pessoas ao seu redor.

O problema é que o filho imprestável da senhora Yeom tem outros planos para o lugar. Ele quer vender a loja e, nesse ínterim, contrata um detetive para descobrir o que Dok-go vem tentando a todo custo esquecer.


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