A Árvore das Lágrimas – Naseem Rakha


Não poderia estar mais satisfeita do que com a finalização da leitura do quarto livro do Projeto: Desencalhando livros da Estante – 2025

Com certeza alguns livros nos tocam profundamente — não apenas pela história que contam, mas pelas emoções que despertam e pelas reflexões que nos apresentam. A Árvore das Lágrimas, de Naseem Rakha, foi uma dessas leituras que mexeu comigo de forma intensa e duradoura. É um romance que fala sobre dor, luto, amor e, principalmente, sobre perdão — não aquele perdão fácil ou superficial, mas o que vem do lugar mais sombrio da alma, onde poucos ousam olhar.

A trama gira em torno de uma família comum, que tem sua vida dilacerada por uma tragédia. A partir desse ponto de ruptura, tudo muda: os laços se rompem, o silêncio se instala, e enormes abismos se formam entre os membros da família. Também não é para menos, não é fácil perder um membro da família de forma tão abrupta e cruel. O livro nos mostra como um único evento pode ser capaz de redefinir completamente vidas, destinos e sentimentos. É impossível não se colocar no lugar de cada personagem e se perguntar: "E se fosse comigo? Eu seria capaz de perdoar?"

A história é contada alternando o passado e o presente, permitindo que todos os personagens tenham voz: mãe, pai, filhos, o assassino e até mesmo quem executa a sentença. Cada capítulo revela camadas profundas, mostrando que ninguém é feito de uma coisa só — nem de pura dor, nem de puro ódio, nem de total inocência. Essa mudança de pontos de vista torna a leitura ainda mais rica, porque nos força a sair da zona de conforto e ver as coisas por ângulos que talvez, na vida real, a gente preferisse ignorar.

A escrita da autora é outro ponto de destaque. Com uma linguagem fluida e sensível, Rakha consegue tratar de temas densos e dolorosos sem tornar a leitura pesada. Pelo contrário: cada página é carregada de emoção, mas também é leve e delicada. Terminei o livro desejando pelo menos mais dez páginas — não porque algo tenha faltado, mas porque queria mais tempo para me despedir dos personagens e de suas histórias.

Se você gosta de um bom drama e histórias emocionantes, que fazem pensar e mostram o lado mais humano e imperfeito das pessoas, A Árvore das Lágrimas foi escrito para você. Não é um livro com respostas fáceis, mas ele faz a pergunta certa: até onde a gente pode ir por amor... ou para perdoar?

Eu recomendo de coração, mas já aviso: é um livro que mexe com a gente. Você provavelmente vai se emocionar, se sentir incomodado em alguns momentos e, quem sabe, terminar a leitura um pouco diferente de como começou. 

Com certeza o melhor livro que li do projeto até agora!

Irene e Nate Stanley viviam bem com os filhos Bliss e Shep na fazenda da família até Nate anunciar que recebeu uma proposta de trabalho irrecusável em outro estado. Irene reage mal à notícia. Parece pressentir que algo de ruim vai acontecer. Quando a família começa a se ambientar ao novo lar e finalmente digerir a mudança, os temores de Irene se concretizam: Shep, aos 15 anos, é morto a tiros num aparente assalto à casa da família. O assassino, Daniel Robbin, um jovem mecânico com extensa ficha criminal, é capturado e recebe a pena de morte.

Muito tempo depois, Irene ainda não conseguiu superar a perda do filho. Seus anos seguintes resumem-se na ansiosa espera pela execução de Daniel. A angústia e o desespero que sente são tamanhos que Irene cogita buscar contato com o assassino, trocar cartas com ele e tentar entender seus motivos. Tentar perdoá-lo e, assim, quem sabe colocar um ponto final em toda a dor. Uma decisão difícil de explicar à família e que, por isso mesmo, ela esconde pelo maior tempo possível.

Quando a data da execução se aproxima, as emoções de todos estão à flor da pele. Os Stanley ficam frente a frente com as feridas do passado e Irene vê que não é a única a guardar segredos. Todos ali carregam feridas pessoais e que só podem ser superadas se estiverem dispostos a lidar com a tolerância e o perdão.

2 comentários

  1. Bom dia amiga.
    Um ponto levantado já me chamou bastante a tenção, sobre a narrativa ser intercalada entre passado e presente, eu gosto muito disso e também de ter diversas personagens contando sua versão.
    "...camadas profundas, mostrando que ninguém é feito de uma coisa só — nem de pura dor, nem de puro ódio, nem de total inocência..." Amei esse trecho da resenha. Eu já sabia que precisava ler este livro, agora tenho certeza.

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    1. Perdemos a chance de ler juntas, até porque vc "quase" comprou ele, né?
      Leia, você vai amar.
      Beijos!

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