Já faz um tempo considerável que não atualizo a coluna Em Cartaz – Um Amor de Filme, e para estrear sua volta, gostaria de apresentar, na minha humilde opinião, um dos filmes mais belos e encantadores que já tive o prazer de assistir. Estou me referindo a “Edward Mãos de Tesoura”, interpretado por Johnny Depp e Winona Ryder. 

Em síntese o filme é basicamente isso:

Peg Boggs é uma vendedora que acidentalmente descobre Edward, jovem que mora sozinho em um castelo no topo de uma montanha, criado por um inventor que morreu antes de dar mãos ao estranho ser, que possui apenas enormes lâminas no lugar delas. Isto o impede de poder se aproximar dos humanos, a não ser para criar revolucionários cortes de cabelos. No entanto, Edward é vítima da sua inocência e, se é amado por uns, é perseguido e usado por outros.

Esse filme, lançado em 1990, é uma mistura de comédia dramática, romance e fantasia, digno de um conto de fadas, embora envolto em nuances sombrias e fantásticas. No entanto, Edward Mãos de Tesoura transcende essa classificação. Ele possui uma inocência quase ingênua, sendo fascinado por tudo que é novo, sem ceder à malícia que a maldade humana pode apresentar, preservando sua essência pura. Edward é um ser feito para amar, com a simplicidade e a inocência de uma criança.

Um dos filmes mais belos e tocantes que já tive o privilégio de ver, ele possui uma beleza singela, mesmo que de certa forma melancólica; os ambientes remetem à época da narrativa, ainda que de um jeito quase artificial. É um filme extraordinário em sua anormalidade, se é que posso dizer assim.

Na minha opinião, esta é uma das interpretações mais impressionantes de Johnny Depp. Ele não precisa usar palavras para transmitir seus sentimentos; suas emoções estão evidentes no olhar, nas expressões do rosto e nos gestos que, mesmo com tesouras no lugar das mãos, deseja tocar com suavidade e carinho.

Quem ainda não viu esse filme não deve perder a chance de assisti-lo agora, e aqueles que já o viram, está na hora de rever essa obra, sem dúvida.