Quantas histórias cabem em um diário? Quantos diários cabem em uma menina? Quantas meninas cabem em uma borboleta?
Menina de Fogo marca a estréia de Taylane Cruz no universo do romance, uma obra epistolar e magnífica que nos evoca um certo tipo de magia que só a literatura é capaz.
Durante um ano inteiro, acompanhamos as confissões e travessuras de uma menina que encontra no leitor (ou/e nas páginas do seu diário) um amigo e confidente: suas experiências com a família, com a escola, com os amigos, com a sua sexualidade e com todos os atravessamentos que lhe causam rebuliço são dissecados por uma observação atenta, peculiar.
O livro é, em certa medida, um banho de rio. Lava com palavras uma vida que encontra no extraordinário do cotidiano sua constante significação. E somos nós, leitores, que mergulhamos de cabeça nessas águas, tão poéticas, tão duras e bonitas, tão preciosas, tal qual um diamante.
A escrita de Taylane dá saltos em direção a um desconhecido, página a página, conduzindo sua história por territórios que conjuram lembranças e causam uma identificação imediata, pela natureza indomável inerente ao humano.
Com uma protagonista que causa risos e lágrimas, além de emoções díspares que são conduzidas numa bela dança em cada entrada, Menina de Fogo discute também, em suas entrelinhas, as possibilidades de infância de uma criança negra, que sim, quase sempre é marcada pelo preconceito, mas que também é impulsionada pela ingenuidade, pelos sonhos e, principalmente, pelos deslizes oportunos da imaginação.
Boa leitura!
Na passagem da infância para a adolescência, como lidar com novas paixões, experiências e sentimentos? Vivaz e inteligente, Maria segue acompanhada de seus avós e seus amigos nas aventuras do dia a dia, passando por situações como a primeira menstruação, o desabrochar da sexualidade, novas amizades, o enfrentamento do assédio, o contato com o racismo e a morte de pessoas queridas. Em seu diário, ao longo de um ano, são compartilhados os pensamentos dessa menina de fogo, que sempre tem uma lição a ser descoberta.Com sensibilidade e delicadeza, a narrativa faz com que nos reapaixonemos pelas coisas simples da vida, na prosa precisa e delicada de Taylane Cruz.
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Uma menina que carrega as dores na cor da pele, mas que traz consigo tantos sonhos e aquela ingenuidade que só uma criança tem!!!
ResponderExcluirQue resenha mais poética e repleta de um sentimento infantil e terno!!!
Sem contar a beleza da capa!!!!
Adorei!!!!
Beijo
Angela Cunha Gabriel/Rubro Rosa/O Vazio na flor