A Última Livraria de Londres – Madeline Martin


Existem histórias que foram escritas para preencher uma lacuna na alma de quem lê, narrativas que são tão profundas que tocam o coração de uma maneira que é difícil se libertar, se desprender da trama. E existem romances que deixam o leitor completamente apaixonados, não só pelo fio condutor da trama como também pela lição que fica; uma lição de perseverança, esperança, de amizade e amor. 

A Última Livraria de Londres foi uma leitura escolhida a dedo. Algumas pessoas que me conhecem diriam: Leninha, você está passando por um momento muito difícil, não é a hora para ler um drama, nem livros com histórias tão sofridas. Leia um romance leve, uma comédia romântica, isso sim seria ideal. Caro amigo, eu preciso nesse momento de histórias que me inspirem, que me mostre que a realidade lá fora é realmente cruel, e que o passado da humanidade deixou feridas que nunca cicatrizam, e que uma leitura assim faz bem e cura a alma de quem lê, mesmo que antes a faça sangrar.

Conhecer essa história que tem como pano de fundo a Segunda Guerra Mundial e ainda saber que ela foi inspirada em fatos, já me colocou de sobreaviso. Seria com certeza uma leitura que mexeria com meu emocional, que me daria uns tapas, uns solavancos e no final me colocaria em pratos deitada em posição fetal. Foi bem assim, mas não dessa maneira, se é que você, caro leitor, me entende.

Esse pedaço significativo da história deixou marcas impossíveis de cura, uma crueldade desumana, uma dor impingida a um povo que não fez nada por merecer tamanha humilhação. A Segunda Guerra Mundial ilustra diversos livros de maneiras diferentes, umas com uma realidade crua, outras, mesmo que sem querer, de forma inspiradora. Foi assim com A Última Livraria de Londres que de certa maneira nos traz a cura através dos livros e de forma que toca profundamente quem lê.

O livro é um processo de cura através dos livros. E é um imenso prazer ver Grace desbravando as estantes de livros da livraria do Sr. Evans, um apaixonado por livros e que a trata como uma filha, mesmo que do jeito ranzinza dele. Todos os personagens dessa bela história acabam se tornando amigos, cada um com suas tragédias pessoais e seus corações partidos. Apesar de todos os bombardeios, os blecautes,a destruição, as mortes, essa história se tornou da sua maneira um afago no peito, um singelo fio de esperança. Uma história inspiradora, que com certeza deixou um pedacinho dela em mim.

E para encerrar essa resenha sem falar muito sobre o enredo, ilustrada em sua sinopse, faço minhas as palavras de George, quando perguntando por Grace “Do que você mais gosta na leitura?”

“Ler é... É ir a algum lugar sem precisar pegar um trem ou navio, desvendar mundos novos e incríveis. É viver uma vida que você não nasceu para viver e uma chance de ver algo colorido pela perspectiva de outra pessoa. É aprender sem ter que enfrentar as consequências dos fracassos, é aprender como ter sucesso da melhor maneira. Acredito que dentro de todos nós há um vazio, uma lacuna esperando para ser preenchida por algo. Para mim, esse algo são os livros e todas as experiências que eles oferecem.”

E com isso me despeço recomendando com fervor a leitura desse belo livro.

Em agosto de 1939, a jovem Grace Bennett abandona sua vida no interior da Inglaterra e chega a Londres com o sonho de esquecer seu passado conturbado e ter um novo começo.

Só que o clima sombrio que encontra não tem nada do charme cosmopolita que tanto havia idealizado. Nos meses que se seguem, as forças de Hitler começam a varrer a Europa e o ataque alemão à cidade se torna cada vez mais iminente.

Nesse cenário, a população londrina fica assolada pelo medo. As crianças são evacuadas e tem início o racionamento de comida. O único emprego que Grace consegue é na Primrose Hill, uma livraria excêntrica situada no coração da cidade.

A princípio, sobrecarregada com a organização da loja, ela não tem tempo para ler os livros que vende. Afinal, nunca foi uma grande leitora. Mas quando ganha um exemplar de presente de uma pessoa especial, o que começa como uma obrigação se torna uma paixão que a atrai para o incrível mundo da literatura.

Em meio aos blecautes e bombardeios da Blitz, Grace continua administrando a loja, e vê que o poder das palavras e de contar histórias une sua comunidade de maneiras que ela nunca imaginou – uma força que triunfa até mesmo nas noites mais tenebrosas da guerra.

7 comentários

  1. A cada resenha e opinião que leio deste livro, mais cresce a minha vontade de lê-lo, acho que é um dos que mais quero ler nos ultimos tempos. Tenho certeza de que esta história é um deleite para nós amantes da leitura. Preciso sentir toda esta força que todos dizem existir nestas páginas. Sua resenha está perfeita como sempre. Parabéns.

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    1. Você vai amar a leitura desse livro, Van.
      Obrigada por suas palavras, bjs

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  2. Acredito que seja um romance muito bonito de ler
    .
    Uma semana feliz … Saudações poéticas
    .
    Pensamentos e Devaneios Poéticos
    .

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  3. Sabe Leninha, livros como esse, que trazem as agrurias da guerra, as dores de um povo atacado e morto sem motivo e ainda assim, tem a inspiração de se unirem, se ajudarem, formarem uma amizade sólida para enfrentar todo sofrimento, sempre me fazem repensar algumas premissas da vida.
    Por vezes passamos por momentos delicados e complicados na vida (e meu desejo é que consiga se soerguer diante do seu, mesmo sem saber o que passa), que nos fazem achar que é algo maior do que realmente é. E ver o quanto esse povo sofreu, dá um respire de esperança na alma. Se eles enfrentarem e sobreviveram, também podemos fazer o mesmo.
    E o quanto os livros são importantes para isso, não é?
    cheirinhos
    Rudy

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    1. Por isso digo na resenha "A Segunda Guerra Mundial ilustra diversos livros de maneiras diferentes, umas com uma realidade crua, outras, mesmo que sem querer, de forma inspiradora.", porque ela faz isso com a gente, tira nosso equilíbrio, nos abre os olhos e nos dá força para enfrentar os nossos problemas, diante da luta de outros.
      Se vc me procurar em off te conto pelo que estou passando, não quis fazer alarde na internet, por isso poucas pessoas sabem.
      Os livros são um afago na alma, digo sem medo de errar.
      Bjs

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  4. Olá! Uau, acho que é a melhor palavra que define meu sentimento nesse momento em relação a essa resenha, esse livro me chamou atenção por diversas razões, estamos falando da 2ª Guerra, de Londres, de Livros, então é claro que já fiquei para lá de curiosa e empolgada, mas me deparar com cada palavra logo ali em cima me deu um gostinho do quanto essa é uma daquelas leituras que mesmo te deixando sem chão se faz muito necessária e ao final te faz um ser humano muito melhor, por isso é claro que já vai entrar aqui nas prioridades do mês.

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