100 Pedaços de mim – Lucy Dillon


Devo confessar que não foi fácil sentar à frente do PC e escrever essa resenha, até porque ainda estou impactada com toda a trajetória de vida de Gina, mas particularmente eu não estava preparada para o final dessa história que mexeu tanto comigo.

Gina é uma personagem real, tipo uma vizinha que vemos esporadicamente, que tem uma vida difícil, complicada e mesmo com pouco contato seu olhar consegue nos passar toda a sua dor, seus sentimentos mais profundos, nos comove, nos alerta e nos faz refletir. 

Alternando entre presente e lembranças 100 Pedaços de mim nos mostra o quanto uma mulher pode suportar da vida e mesmo caindo consegue se reerguer com fé, força e resiliência. É isso, o livro trata sobre resiliência em seu mais puro contexto. Para quem não sabe resiliência é a capacidade de se recobrar facilmente ou se adaptar à má sorte ou às mudanças, e Gina consegue lidar com as mudanças drásticas que acontecem em sua vida com aparente calma, aceitando suas perdas, entendendo o que aconteceu e tentando tirar o melhor da experiência. Isso com certeza não é uma coisa suportável para qualquer um.

Depois do fim de seu relacionamento, Gina aluga um apartamento todo branco, e o enche de caixas com tudo que trouxe de sua ex casa e de sua ex vida. Ela decide então desapegar de quase tudo, entre doações, descartes, itens para vender, enfim, deixando em sua nova casa apenas o essencial, aquilo que realmente precisa ou que de alguma forma lhe traz boas lembranças. Ela decide então selecionar 100 itens que marcaram sua vida e que pretende manter com pedaços de si mesma.
Uma experiência que a faz crescer, amadurecer e abrir novas perspectivas de vida. E assim ela vai vivendo um dia depois do outro, tentando fazer sua vida seguir, cultivando velhas amizades e agregando outras que agora seriam pessoas na sua vida nova.

Não preciso dizer o quanto esse livro me fez bem, o quanto a história contada pelo prisma de Gina me fez refletir sobre o que realmente importa em minha vida: Os amigos de verdade, objetos que marcaram e fazem parte de quem eu realmente sou, e enfim, aceitando que para ser feliz preciso estar feliz comigo mesma. É raro um livro fazer essa analise tão profunda de nós mesmo, e 100 Pedaços de mim me fez muito bem, a ponto de eu ficar estarrecida com aquele inesperado final. 

Lucy Dillon nos brinda com uma linda história de superação, força, fé e muito aprendizado, mas devo confessar que com o final do livro eu a aconselharia a escrever pelo menos mais uns 5 capítulos. Ficou aquele gostinho de quero saber mais, quero saber o que vai acontecer. Mas convenhamos, a vida só tem seu final com a morte, e Lucy abriu um leque de opções que só cabe ao leitor descobrir e imaginar. Aí fica a grande questão: Amo esse tipo de final, sim ou não?!

Recomendo que você leia e tire suas próprias conclusões. Eu amei, ou não, sei lá. (Risos)

PS: Só para constar, eu amei o Buzz — o cachorrinho que ilustra a capa — do fundo do meu coração e acredito que sua presença na história a tornou inesquecível.

Depois de um fim de relacionamento difícil, Gina Bellamy ainda está tentando se recuperar e descobrir como viver sozinha. De repente, ela se dá conta de que os objetos aos quais deu valor durante tanto tempo simplesmente não se encaixam mais em seu novo momento.

Determinada a recomeçar do zero, Gina decide se livrar de todas as coisas materiais, exceto as 100 que considera imprescindíveis.

Mas o que vale a pena preservar? As cartas do único homem que ela já amou? Uma lembrança do pai que nunca conheceu? Ou um vaso de vidro azul que capta perfeitamente a luz do sol entrando pela janela, mesmo nos dias mais cinzentos?

À medida que deixa o passado para trás, Gina relembra tudo de bom que já aconteceu em sua vida e também se reconcilia com as coisas ruins. Durante esse ritual de autoconhecimento, descobre que todos os dias têm algo para ser aproveitado. E quando ela decide fazer exatamente isso, abre espaço para que a mágica aconteça...

7 comentários

  1. Amiga, pra começar, eu adoro livros onde a narrativa alterna entre passado e presente.
    Gina me pareceu uma personagem muito sofrida, com o coração despedaçado, me entristeci por ela.
    Gosto demais de livros que fazem o leitor refletir e que trazem um exemplo de personagem forte.
    Fiquei doida para ler este livro!!!

    Bjss

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    1. Você vai gostar muito, o livro inteiro deixa você super curiosa com fatos que são revelados aos poucos, deixando a história muito interessante. Leia e depois me conta.
      Bjs

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  2. Eu termino de ler a resenha sem saber por onde começar..ou recomeçar.
    Ontem estava falando com minha irmã sobre o quanto minha doença nos olhos avançou. E quando eu tive dificuldades para descer da casa da minha mãe até minha casa, eu me senti tão pequena, tão inválida.
    E hoje acordei e pensei: incapaz do que, mulher?? Você vai recomeçar mil vezes, como já fez antes!
    Nunca tinha dado atenção a esse livro e agora já fui colocar ele no carrinho da Amazon, mesmo sabendo que na minha pobreza, não vou poder comprar nesse momento.
    Eu preciso ler!!!
    Beijo

    Angela Cunha Gabriel/Rubro Rosa/O Vazio na flor

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    1. Você é forte, forte e forte, mulher guerreira que mesmo com um problema sério nunca desistiu de ler, você merece todas as bençãos do céu.
      Certeza que em breve você vai ler esse livro e vai voltar para me contar o que achou.
      Bjs, Angela

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  3. Ah! Leninha!
    Lendo sua resenha e a sinopse, me vi tanto em Gina... Já passei por tantas coisas, inclusive um término doloroso de relacionamento e outras tantas perdas durante a vida que meu sobrenome se tornou resiliência...
    E sabe que sempre que acontece algo duro e/ou doloroso comigo, faço sempre um 5S por aqui, um descarte total de coisas inúteis, abrindo espaço para o novo que está porvir.
    Vou ler com certeza.
    cheirinhos
    Rudy

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  4. Olá! Eita que se você ficou impactada com a história eu já estou aqui impactada com mais uma resenha incrível desse livro que já faz parte da minha listinha, sem dúvida a personagem é para lá de inspiradora, ainda mais para a minha pessoa que é quase uma acumuladora compulsiva, confesso que uma sessão de desapego me deixarei bem preocupada num primeiro momento, para ter uma ideia, as pulseiras dos meus shows favoritos tem uma caixa só delas, sem falar nos marcadores, cartões postais, ai ai a lista é grande, mas ao mesmo tempo que seria desafiador, acho que a proposta é tentadora, justamente por nos fazer refletir nossas prioridades e tal, fiquei bem curiosa para entender melhor o desenrolar da história, mas com uma enorme preocupação com esse final.

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  5. Oi, Leninha
    Uaaaau, mulher, que resenha linda!!
    Linda, emocionante e impactante. É tudo isso que senti ao ler sua resenha!!
    Imagine quando eu ler o livro, então?!!!
    Já tô com ele no Kindle, agora vou correr ler, porque estou curiosíssima!
    A Gina parece sofrer muito, mas também é muito forte e decidida a continuar, a ser feliz com tudo aquilo que lhe faz bem, sem olhar para trás, sem reclamar do que perdeu.
    Não vejo a hora de lê-lo!
    Beijinho

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