Quais são as maneiras de se pertencer e de estar no mundo? Eu não sou eu se move sempre nesse diálogo que seu protagonista – Daniel – tem consigo mesmo: seus medos, suas angústias, seus dilemas. Um jovem experimentando a vida, se experimentando na sua sexualidade e tropeçando sempre nas aventuras que aparecem – como a gente diz: curtindo o rolê.
O enredo acompanha a história desse jovem, que tem uma melhor amiga, Fabiana, uma melhor irmã (hey, Lucy, a gente consegue te ver daqui, hein!) e um melhor namorado - indiano, bonito e que cozinha! Sem grandes embaraços, Daniel vê sua vida seguir em uma previsibilidade aceitável – até que as adversidades começam a aparecer.
Sua melhor amiga descobre uma doença que pode determinar seu futuro; seu namorado tem um ex que começa a ultrapassar alguns limites; um outro jovem atravessa seu caminho com um segredo que pode mudar para sempre tudo que ele havia construído até ali. Imagina essas coisas todas acontecendo enquanto ele ainda tem que lidar com o fato de precisar contar para os pais que é gay – pra ele, isso precisa acontecer – e mais: que tem um namorado!
O livro é um YA divertidíssimo, narrado em duas linhas de perspectiva (uma delas soando, a princípio ‘misteriosa’) e com referências incríveis: filmes, músicas, enfim, um pacotão completo pra gente se divertir. É também dramático em certa medida, mas dosado em sua própria ironia (a amizade de Daniel com Fabiana é das coisas mais bonitas e honestas).
Sandro Codorniz conseguiu construir personagens sólidos, com vivências diversas, em um intercâmbio de vozes que é potencializado por diálogos simples, mas sagazes – um adendo para Lucy, a irmãzinha superfofa dele, responsável por talvez, os momentos mais adoráveis.
É um romance jovem, vivo, que ‘acontece na hora que acontece’. Do riso às lágrimas, discute problemáticas importantes e necessárias sobre aceitação, sexualidade, deficiência e sobre qual papel a gente desempenha no mundo – sobre as nossas várias verdades e tudo bem ter várias versões.
Leitura recomendadíssima! Se você tá procurando um livro leve, divertido e que vai deixar seu coração quentinho... bem, acho que talvez você tenha encontrado.
Boa leitura!
O maior medo de Daniel era se assumir gay para os pais. E em meio a tarefas do seu dia a dia – ir com a melhor amiga a quimioterapia, se divertir com sua irmã e tentar ser tão perfeito quanto o seu namorado – ele decide que precisa dizer a sua verdade. E diz. E o céu continua azul e ensolarado.Mas ele descobre que tem novos pais e descobre também que, fora da bolha em que vive, a realidade é completamente diferente. Ele precisa novamente se assumir. Mas dessa vez para o mundo. E o céu se arma para uma tempestade. Eu Não Sou Eu é um romance YA que trata, de forma simples e bem humorada, questões ainda hoje delicadas, explorando a difícil tarefa que é o autoconhecimento e as mudanças e os dilemas pelos quais todos nós precisamos enfrentar para nos encontrarmos.
Olá! Só com essa capa lindinha, já dá para perceber que a vibe do livro é maravilhosa e lendo a resenha, fiquei super animada para conhecer um pouco mais do Daniel e claro dos outros personagens. Aquele tipo de história que consegue passar tanto sentimento é que é quase impossível não fazer comparações com a nossa própria realidade, até porque quem nunca passou por momentos como estes cheio de dúvidas e descobertas.
ResponderExcluirEstava olhando e refletindo sobre o título do livro. Quantas e quantas vezes eu paro e me pergunto se a vida que vivo, é realmente a minha rs Se a pessoa que acorda bem uns dias e mal em outros, é a mesma Angela.
ResponderExcluirFiquei aqui refletindo no quanto de Daniel está em mim, está em muitos de nós. Na leveza e na crueldade da vida, muitas vezes deixamos de ser nós mesmos e isso vai nos mudando até que bolha protetora explode.
Puxa, "reflexei" demais rs
Só por isso e por todos os motivos que li acima, já quero muito ler esse livro!
Beijo
Angela Cunha Gabriel/Rubro Rosa/O Vazio na Flor
Ronaldo!
ResponderExcluirFaz um tempinho que não leio um bom YA e me parece que esse é perfeito, tras dramas, humor, diversidade, descobertas e até um certo mistério, deve ser um bom livro para descontrair depois de leituras mais pesadas e filosóficas.
Anotadinho.
cheirinhos
Rudy
Lindo o livro, e já me fez começar a pensar com o próprio título,"eu não sou eu", um título que leva direto para nosso interior. Amei a premissa e o que o livro oferece, um drama na medida certa e um pouco de diversão. Acredito que acompanhar a trajetória desses personagens também nos leva a um caminho pra nós mesmos, entre nossas lágrimas, problemas, aceitação de nós mesmos... adoro leituras assim!
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