Estação Atocha é um livro sobre fazer um livro. Não. Melhor dizendo, é um livro sobre fazer uma poesia – e ainda assim não consigo precisar de forma justa. Vou dizer então que Estação Atocha é um livro sobre a vida – e você vai perguntar “mas todo livro, afinal, não é?” (e seja ele quando e como for, de qualquer tipo ou gênero, tudo se trata, é verdade, da vida...).
Bem Lerner faz aqui um ensaio sobre como é viver dentro da cabeça de alguém. Mas não de qualquer alguém: de um alguém que sai dos EUA, desembarca na Espanha bancado por uma fundação, consome drogas para tornar tudo “menos denso” e pretende escrever uma poesia – uma longa poesia sobre a Guerra Civil Espanhola.
O romance é, sobretudo, um ensaio de pequenas críticas a respeito das inúmeras representações das artes – plásticas, literárias, enfim. O poeta Adam Gordon, nosso protagonista, a todo momento nos tenta convencer (e se convencer) de que não é esse rotulo de poeta, porque, o que seria isso?
Ao longo da narrativa, todo vista sob seus olhos, vamos nos envolvendo com a trama que, a princípio, parece difícil e complexa. De fato é. Com lapsos temporais por vezes absurdos, num movimento que causa estranhamento num primeiro momento, Estação Atocha é mesmo essa busca do Adam por um sentido – e um sentido que está além de qualquer coisa que lhe seja palpável.
O livro em si não dá conta de grandes acontecimentos. Sua beleza está nas pequenas coisas: na rotina de Adam, em suas reflexões acerca da arte, em sua falta de esforço para fazer parte daquele todo espanhol, em sua recusa em aprender a língua, em suas invenções para imprimir possibilidade a essa mesma língua, em suas mentiras.
Controverso, o personagem é daqueles que causam certo desconforto. Por isso a leitura não é das mais fáceis. Com poucos diálogos, ela se passa quase inteiramente dentro da cabeça de Adam, sendo o leitor absolutamente manipulado por sua narrativa – com todos os seus méritos e deméritos.
Há passagens inegavelmente bonitas, trechos inteiros que nos levam por caminhos imprecisos e, em muitos momentos, o leitor é levado a se perguntar o que é ou não real. Tudo parece inventado, ele vivendo uma vida ali que não se sabe ser sua.
Li muito a respeito da obra e ela divide muitas opiniões: tem gente que ama e gente que odeia. Eu fico mais do que para o meio do caminho dos que amam. E não amo exatamente Adam, amo a forma como o autor constrói seu romance, sua narrativa, nos levando a inúmeras e precisas considerações sobre o mundo.
Isso, por si só, significa muito, muito mesmo!
Boa leitura!
Adam Gordom é um jovem poeta norte-americano que, graças a uma prestigiosa bolsa de estudos, muda-se para Madri com o objetivo de completar um projeto de pesquisa. Adam é um jovem brilhante, porém muito instável, narcisista e frequentemente tomado por um sentimento de alienação de si mesmo.Viciado em cafeína, usuário eventual de haxixe, comicamente inseguro com as mulheres e com forte tendência a se automedicar, Adam se vê mergulhado em uma busca constante por autenticidade, girando em torno dos limites da linguagem.
Eu admito que não conhecia a obra,mas gostei muito da premissa de estar dentro da cabeça do personagem, mesmo que isso seja sim, ser manipulada(o) por ele durante todo o tempo.Afinal, só nós podemos mandar e desmandar em nossos pensamentos e sentimentos né?
ResponderExcluirMesmo achando bem confuso e sim, até de difícil leitura, se puder, é uma obra que desejo ler!
Beijo
Angela Cunha Gabriel/Rubro Rosa/O Vazio na Flor
Não consigo ainda me decidir se é um livro que gostaria de ler ou não, sou da turma dos romances e das narrativas fáceis, preciso admitir que o fato de um livro ser assumidamente difícil de acompanhar me tira um pouco a vontade... ☹️
ResponderExcluirOlá! Confesso que não conhecia o livro e apesar de parecer ser uma daquelas leituras que tende a não ser fácil, não posso negar que o enredo em si chamou minha atenção, e fica sempre aquela curiosidade em saber o desfecho, ainda mais, com uma história tão diferente das quais eu estou acostumada a ler.
ResponderExcluirOkay then...
ResponderExcluirWhat I'm going to tell you may sound kind of weird, maybe even kind of "strange"
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ResponderExcluirFiquei me perguntando se o fato de ser sobre o cotidiano do protagonista, não torna o livro um tanto cansativo? Mesmo a escrita sendo de um poema, achei que pode ser um tanto enfadonho...
cheirinhos
Rudy