Clube da Luta – Chuck Palahniuk

O que você faria para lutar contra o sistema? Clube da Luta. A primeira regra é que não se pode falar sobre o Clube da Luta. A segunda regra também. Mas já que o livro é sobre transgredir, quebrar as regras, então eu vou falar sobre o Clube da Luta. No qual você sente atração. Atração pelo perigoso de estar tentado.

Acho que a história de Clube da Luta é confusa até você entender o ponto. O livro é todo “picotado”, salta de tempos em tempos, tem cortes bruscos de sequências e há inúmeras camadas narrativas que se sobrepõem, de modo que mesmo estando aqui e falando sobre o Clube da Luta ainda assim é muito difícil convencer você, leitor desta resenha, a parar tudo e ler o livro. Então vou fazer da maneira mais clichê: sabe quando você não entende nada e mesmo assim não consegue largar o livro?

Esta foi a minha experiência com Clube da Luta. Claro que depois você entende tudo, mas até chegar ao ponto de imergir na profundidade tanto da história em si, quanto dos seus personagens, é uma longa estrada. Cheia de socos, inquietações e... bem, regras.

Acidamente, o autor olhou pro mundo e se sentiu inconformado. Daí nasceu a história – eu suponho, pelo menos. É inevitável que ao longo da narrativa o leitor não se pegue pensando até que ponto aquilo é real. Às vezes parece que o absurdo parece encontrar um superlativo que o qualifique de maneira autêntica e verdadeira.

A história de Clube da Luta é a história de um homem sem nome que encontra Tyler Durden e que encontra Marla e aí os três ficam nessa coisa toda de criar uma atmosfera narrativa meio descontinuada, que vai e vem o tempo todo. Claro que pode parecer confuso assim, mas acreditem, o lance é encontrar e entender o tal ponto. Daí pra frente é só ir se chocando mesmo.

E que obra! As críticas sociais estão presentes até nas mais singelas sutilezas, desde a burocratização das relações trabalhistas até a passividade cômoda dos meios de comunicação de massa, das propagandas famintas e de tudo mais que está aí, nos cercando o tempo todo. 

Chuck Palahniuk usa esses recursos todos com maestria. Por isso o livro é uma obra. Por isso a história virou um clássico cultuado. Com tamanha sacada não poderia ser diferente. Sinceramente eu não esperava muito – acho que a sinopse não é reveladora o suficiente e propositadamente – e pasme! nunca tinha visto o filme (inclusive agora estou com medo de ver e não gostar, mas é isso, estamos sujeitos...).

No mais, não dá muito mesmo para falar tanto sobre o Clube da Luta. Porque a leitura é uma experiência muito particularizada de cada leitor. O que se pode saber, antes de iniciar, é que é uma leitura divertidíssima em algumas partes. Muito assustadora em outras. Beira até o absurdo. Mas te faz refletir o tempo inteiro e esse é, sem dúvidas, o maior mérito de qualquer livro.

Boa leitura!!!

Considerado um clássico moderno desde sua publicação em 1996, o livro Clube da Luta consagrou Chuck Palahniuk como um dos mais importantes e criativos autores contemporâneos, além do próprio livro como um cânone da cultura pop. O livro que estava esgotado há anos volta às livrarias nessa caprichada edição.
O clube da luta é idealizado por Tyler Durden, que acha que encontrou uma maneira de viver fora dos limites da sociedade e das regras sem sentido. Mas o que está por vir de sua mente pode piorar muito daqui para frente.
O livro foi filmado em 1999, Por David Fincher (Os Homens Que Não Amavam as Mulheres, A Rede Social), que possui duas nomeações ao Oscar, que conseguiu adaptar toda atmosfera do livro, o mundo caótico do personagem e o humor negro de Palahniuk em uma trama recebida com inúmeros elogios pela crítica e pelo público que conta com os atores Brad Pitt, Edward Norton e Helena Bonham Carter.

Um comentário

  1. Tão engraçado o tempo que esta obra foi lançada e até hoje causar esse burburinho! Chuck é inegável um dos autores mais complexos de todos os tempos. Apesar de oh, eu o conhecer muito pouco. Mas ele tem esse jeito único de traçar a alma humana ali, crua, nua, a mesclando com a sociedade também nua e crua.
    Acredito que cada história do autor seja única e que dificilmente um leitor terá a mesma opinião que o outro, pois o autor consegue fazer a gente ir lá no fundo da nossa própria existência.
    Ainda não li este livro,mas em contrapartida vi o filme(polêmico igual ao livro) e super recomendo.
    Lerei!!!
    Beijo

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