Mil Palavras – Jennifer Brown

O que uma decisão imprudente e impetuosa pode causar? O que uma imagem feita e enviada em um momento inoportuno provoca? Ash está prestes a descobrir essas respostas quando, em uma desesperada tentativa de se fazer inesquecível para o namorado quando ele partir para a faculdade, manda uma nude tirada no banheiro da casa de sua melhor amiga, Vonnie.

A trama central de Mil Palavras, mais recente livro lançado no Brasil da autora do aclamado A Lista Negra, ronda a vida dessa jovem e das consequências de um ato praticado inocentemente, seja por medo ou desesperado – ou as duas coisas juntas. 

Acompanhamos, durante toda a narrativa, uma história contada em fluxos de tempo, passagens que alternadamente vagueiam pela trajetória de Ash em momentos precisos, todos eles permeados pelo seu relacionamento com Kaleb e pela impensada decisão de enviar par ele uma foto sua, pelada, na frente de um espelho.

Assim como nos seus outros livros, Jennifer Brown traz discussões importantes sobre as relações estabelecidas por adolescentes em escolas do ensino médio, seus anseios de pertencimento, a forma como se relacionam e, principalmente, o jeito como seus comportamentos moldam seus lugares no mundo.

Com Ash, a autora encontra uma voz potencializadora de sentimentos adversos, que palpitam na experiência pessoal de cada um dos seus leitores que já passaram pela famigerada fase de conflitos e influências do ser jovem. Repetindo o feito do seu grande sucesso, Brown novamente traz à tona um problema recorrente, grande e significativo: a distribuição de material pornográfico.

Todo contado em antes e depois, o livro irá destrinchar as causas e consequências na vida de Ash desde o momento em que ela começa a estar incomodada por viver dentro de um relacionamento que, no fundo, acredita não merecer, até o serviço comunitário que é obrigada a prestar pelo crime de destruição de pornografia infantil.

Pessoalmente, tentei ler o livro me afastando da Brown que escreveu A Lista Negra, de longe um dos meus livros favoritos. Embora ambos tratem de temas que são partilhas comuns da adolescência – conflitos, sentimentos e incômodos – divergem no cerne. Logo, tentei fazer com que a experiência em Mil Palavras fosse única e especial.

E foi. Embora a leitura desgaste a construção narrativa talvez pelo excesso deliberado de detalhes, o livro acerta em trazer a pauta através de uma abordagem responsável, direta e bastante elucidativa – mesmo que, as leis que restringem o ato sejam diferentes aqui no Brasil e lá nos EUA.

Também é importante dizer que o livro traz inúmeras, inúmeras mensagens de reflexão acerca daquilo que vemos e julgamos. É um convite de exercício para pensar no que estão recebendo e replicando na internet e de como, por trás de cada coisa, existem pessoas com vidas e histórias. Além é claro, de expor, por exemplo, a figura da garota/mulher como a responsável, a vadia, provocadora, culpada.

É uma leitura importante, sem sombra de dúvidas. E necessária. Para todos, em especial para as bibliotecas escolas, que carecem de livros que deem ao jovem a oportunidade de se enxergar na história.

Distribuam o livro. Que, diga-se de passagem, ainda vem com uma entrevista da autora no final. E aproveitem – mesmo que pareça difícil digerir.
Boa Leitura!

O namorado de Ashleigh, Kaleb, está prestes a partir para a faculdade e a jovem está preocupada que ele se esqueça dela. Então, em uma famosa festa de final do verão, as amigas de Ashleigh sugerem que ela mande uma foto nua para ele. Antes que possa mudar de ideia, Ashleigh vai para o banheiro, tira uma foto de corpo inteiro em frente ao espelho, e aperta a tecla “enviar”.
Mas o término do relacionamento do casal é ruim e, para se vingar, Kaleb encaminha a foto para sua equipe de beisebol. Em pouco tempo, a foto viraliza, atraindo a atenção do conselho da escola, da polícia e da mídia local. A pena ordenada a Ashleigh pelo tribunal é prestar serviço comunitário, e é onde ela conhece Mack, um jovem que oferece uma nova chance de amizade, e é o único que recebeu a foto e não olhou.
A aclamada autora Jennifer Brown traz aos leitores um romance emocionante sobre honestidade, traição e redenção, amizade e atração, e integridade, mostrando que uma imagem pode valer mil palavras… mas nem sempre conta a história inteira.

2 comentários

  1. A Lista Negra também está na minha lista de livros favoritos. As letras da autora são maravilhosas e o dom dela em trazer enredos atuais e voltado para os jovens em questões que acontecem com muita frequência, é incrível.
    A capa deste trabalho é outro detalhe à parte, belíssima!
    Não é apenas o nudes em questão, é a pessoa sendo passada adiante como produto, como algo comum e a gente sabe bem que não é por aí.
    Envolve muito mais além disso.
    Com certeza, quero muito ler este livro!!!
    Beijo

    ResponderExcluir
  2. Quem nunca fez algo que depois pensou "não devia ter feito". É complicado, têm situações que achamos que algo pertence só ao momento mas, infelizmente, não é assim, principalmente hoje em dia com internet.
    Tenho vontade de ler mas, espero que a linguagem não seja tão jovem.

    ResponderExcluir

Seu comentário é sempre bem-vindo e lembre-se, todos serão respondidos.
Portanto volte ao post para conferir ou clique na opção "Notifique-me" e receba por email.
Obrigada!