Nunca Jamais (partes 1 e 2) – Colleen Hoover e Tarryn Fisher

Nunca Jamais chegou em minhas mãos na euforia da descoberta de Collen Hoover. Embora seja escrito apenas em parte pela autora, comprei mais por ela do que pela obra em si - daquele tipo que a gente nem lê sinopse, só o nome na capa mesmo. No ímpeto fui descobrindo a trama: numa primeira leitura me pareceu pouco apurado, apressado e confuso.

Talvez tenha sido eu, que acostumado ao envolvimento característico dos personagens da Hoover, esperasse, à época, um pouco mais de romance. Gostei menos do que achei, mas, no fundo, nutria certa curiosidade porque leitor, sabe como é, fica com pulga atrás da orelha quando o livro termina com um ponto de interrogação - e aí descobre que na verdade não é apenas uma obra, mas uma série com três. Pronto, foi a gota d'água para que eu desse mais uma chance.

Esperei;  quando a continuação saiu por aqui percebi que lembrava pouco ou nada dos pormenores do enredo do primeiro livro. Resolvi reler. E é aqui que, de fato, essa resenha começa.

Parecia outra história. Quer dizer, isso me provou muito sobre essa coisa de estarmos ou não preparados para ler determinado livro em determinado tempo. A verdade é que adorei. Simplesmente gostei - assim, numa releitura que tentei fazer ser despretensiosa e o menos impregnada possível de expectativas. Pode ter sido isso que me fez enxergá-la com olhos mais justos: agora, menos embriagado com os enredos que comumente a Hoover cria, eu me dispus a enxergar o livro como si, não como parte.

E foi ótimo. Obviamente estou falando da Colleen porque acredito ter mais legitimidade por conhecimento, mas o mérito do livro ser bom é também da Tarryn Fisher - confesso que não conhecia a autora, mas já quero arrumar um lugar na minha estante para ela.
Mas voltando a falar sobre essa segunda experiência de leitura, simplesmente gostei da proposta, da narrativa, dos personagens, do ritmo ágil e feroz com que o livro vai propondo pro leitor.

Evitarei falar muito sobre a trama, mas basicamente: dois adolescentes, Charlie e Silas, que, apaixonados desde a infância, misteriosamente perdem a memória e precisam lidar com todos os consequentes desastres de não se lembrarem quem são e qual lugar ocupam no mundo.

Claro que esse resumo não dá conta nem da metade da história, mas dá pra ter noção mais ou menos do que guia a série.

O que qualquer leitor precisa saber e estar preparado quando for ler Nunca Jamais é que o terceiro livro ainda não saiu no Brasil. Sim, deve existir toda uma preparação psicológica para leitores que, assim como eu, não lidam bem com finais abruptos - ainda mais quando não podem correr pro próximo volume. Dito isso, saiba que é um livro high school dos bons, com personagens de complexidades interessantes e bem delineados por uma narrativa que não foge muito aos clichês do gênero, mas prende pelo que não conta.

E o não contar, o segredo não revelado, é o que torna o livro tão instigante. É quase que só sobre perguntas: você vai virando as páginas sem perceber que tá querendo saber o final e o final nunca chega e mais perguntas surgem e você vai gostando e de repente... acaba. O primeiro livro é cheio de perguntas assim, mas não é vago como pode parecer a princípio.

O que faz valer é ir acompanhando a saga dos protagonistas em busca de si mesmos e de respostas certas para aquela situação inexplicável.

Já o segundo livro, que inicia exatamente do ponto em que o primeiro acaba (aquele final!) começa a revelar algumas coisas, mas passa longe de resolver todos os dilemas - claro que as autoras guardariam o melhor pedaço do bolo para oferecer por último.

A parte dois da trama de Charlie e Silas ganha ares mais sombrios e dá indícios de querer explicar para o leitor o que pode estar acontecendo com os dois. Alguns pontos começam a se interligar e quando a gente acha que tá descobrindo... o livro acaba (falando assim parece meio frustrante, mas não é, acredite em mim).

E como eu disse ainda não temos a continuação por aqui (proponho uma campanha pra editora traduzir logo, quem topa?).

Das coisas que mais aprendi em Nunca Jamais a que mais me marcou até agora teve pouco a ver com o livro em si: reler é um ato que pode se mostrar realmente bom. Legítimo. Oportuniza que a gente volte a uma história em outro tempo, como outra pessoa - fica a dica para vocês que têm receio de releituras. Às vezes (nem sempre, é verdade) elas se mostram verdadeiros tesouros escondidos que a gente não sabia encontrar na primeira vez.

Vocês já leram os livros? Comenta aí o que acharam, se tem vontade, se conhecem outras obras das autoras... (eu tô super aceitando dicas da Tarryn Fisher).

2 comentários

  1. Nunca tinha lido nada a respeito destes livros e pelo que li acima, quem perdeu foi eu!
    Parece ser o tipo de enredo que literalmente joga o leitor dentro da história e a medida que os personagens vão descobrindo o mistério que os cerca, os leitores também vão indo pelo mesmo caminho.
    Pelo que notei também, são livros curtos e densos, onde se ficam mais perguntas do que respostas. Sem contar na fusão das duas autoras, já de renome.
    Vão para a lista de desejados com certeza.
    Beijo

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  2. Olá Ronaldo,
    Também acho a Collen incrível, e como você compro livros pelos autores sem nem aí menos me preocupar em ler do que se trata!
    Sobre o enredo, achei interessante o tom sombrio que a história traz, mas sendo da autora já sei que posso esperar algo instigante demais, ela tem esse dom. Não aguento esperar os finais, sou muito ansiosa, ainda mais quando a curiosidade está no auge.
    Irei sim ler o livro, espero que lancem em breve a continuação.
    Beijos

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