O Ano em que Te Conheci - Cecelia Ahern

Bem-vindos ao mundo imperfeito de Jasmine e Matt. Vizinhos, eles não têm o menor interesse em tornarem-se amigos e nunca haviam se falado antes. Estavam sempre ocupados demais com suas carreiras para manter qualquer tipo de contato. Jasmine, mesmo sem nunca tê-lo encontrado, tem motivos para não suportar Matt. Ambos estão em uma licença forçada do trabalho e sofrendo com seus dramas familiares. Eles precisam de ajuda. Na véspera de Ano-Novo, os olhares de Jasmine e Matt se encontram de forma inusitada pela primeira vez. Eles têm muito tempo livre e precisam rever seus conceitos para poder seguir em frente.
Conforme as estações do ano passam, uma amizade improvável lentamente começa a florescer.

Ahern, Cecelia. O Ano em que Te Conheci. Tradução: Ana Paula Corradini. Ribeirão Preto, SP: Editora Novo Conceito, 2016. 336p. Título original: The year I met you.

Sempre me pergunto por que certo tipo de leitura, ou esse e aquele autor, me atrai tanto! Toda vez que leio livros da Cecelia Ahern fica essa pergunta na minha cabeça. Então quero deixar claro porque leio seus livros.

A autora consegue ser sempre imprevisível, suas histórias não tem um mapa a ser seguido, sua narrativa é sempre diferente se comparar os seus livros, e ela consegue transformar personagens simples em pessoas do nosso cotidiano. Coesa e emocional ela consegue transformar uma história simples, com personagens sem muito apelo emocional, em uma ótima leitura que prende e deixa o leitor sempre querendo conhecer mais sobre suas obras.

Não espere encontrar aqui um romance cheio de clichês, muito pelo contrário, a ideia principal do livro não é o romance e sim a amizade que nasce entre pessoas improváveis, e claro, o crescimento desses personagens em relação a seus problemas pessoais.

Relacionar o enredo do livro com as estações do ano só torna a escrita ainda mais interessante. Ao mesmo tempo que Jasmine, nossa protagonista, vai cultivando seu jardim se nota muito da sua personalidade. Logo de início vemos que não existe jardim em sua casa, ela havia colocado lajotas para diminuir seu trabalho em relação à manutenção, assim é Jasmine vista por si mesma: ocupada, prática, produtiva, sem muito tempo para o supérfluo. Quando ela resolve colocar grama na frente da casa é como visualizar que ela deseja mudanças na vida, como se ela, de repente, tivesse tempo para começar e terminar alguma coisa, em seguida quando o jardim começa a se desenvolver é como o próprio crescimento da personagem, aceitando suas falhas, seus problemas e defeitos, e no outono se vê o processo de amadurecimento e seu recomeço.

Tudo mundo simbólico, assim é a escrita de Cecelia Ahern em O Ano em que te conheci.

Mas o livro não foi só um mar de rosas, muito pelo contrário, muita coisa me incomodou. A escrita em primeira pessoa pelos olhos de Jasmine, acabou transformando o livro, em alguns momentos, num grande monólogo, tornando a leitura um pouco morosa e cansativa. Outra coisa que me deixou um pouco chateada foram algumas atitudes dos protagonistas, muita coisa ficou no vazio do entendimento e tantas outras eram desnecessárias ao desenrolar da trama, e isso ficou claro quando terminei a leitura. Se para a autora esses pormenores faziam sentido, eu ainda não entendi qual.

Claro que o livro tem um pouco de drama — e todos sabem que eu adoro um bom drama —, tanto na vida de Jasmine quando na de Matt, sem contar na dos vizinhos dos dois, que se metem, se envolvem e acabam transformando meros desconhecidos em uma grande família, por assim dizer. E assim como uma família eles vão se ajudando, mesmo sem perceber, e antes que se notem eles passam a ser amigos, confidentes, além de meros vizinhos. Minha personagem preferida foi a Heather, irmã mais velha de Jasmine, uma jovem que apesar de algumas limitações — síndrome de Down —, se sai melhor do que muito marmanjo da história.

Esse pode não ser o melhor livro da autora — em minha humilde opinião —, mas com certeza encontraremos aqui uma lição de amizade, amor, companheirismo, aceitação, perdão e cumplicidade. E, claro, deve ser lido e apreciado, assim como todas as outras histórias da autora, tão singulares. Apesar de alguns altos e baixos, eu curti a leitura e recomendo.
 

6 comentários

  1. Ainda não tive a oportunidade, por priorizar outras leituras, de ler algum livro da autora citada por você em sua resenha, Leninha.
    No entanto, embora não conheça o estilo da escrita da autora, gostei da resenha pela sinceridade em apontar aspectos positivos e também os negativos sob o seu ponto de vista. A leitura é um processo subjetivo e isso é que a torna um hobby prazeroso. Tenho para mim, mediante a sua exposição, que talvez não fosse um livro que me agradasse. Mas, teria que me propor a lê-lo para verificar se de fato essa minha constatação tem alguma fundamentação.

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    1. Como disse na resenha, Cecelia Ahern sempre surpreende. Suas histórias são sempre diferentes do que foi lido dela anteriormente, então sua escrita é sempre uma surpresa, grata às vezes.
      Bom te ver por aqui Rê!
      Bjs

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  2. Leninha!
    Os livros da autora sempre nos colocam a refletir sobre diversos aspectos e como falou, mesmo que não seja o melhor livro dela, não tem como não querer ler.
    “Das coisas que a sabedoria proporciona para tornar a vida inteiramente feliz, a maior de todas é uma amizade”.(Epicuro)
    cheirinhos
    Rudy
    http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/
    TOP Comentarista de OUTUBRO com 3 livros + BRINDES e 3 ganhadores, participem!

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  3. Li apenas os livros P.S. Eu te amo e Simplesmente acontece. Amei os dois e estava morrendo de vontade de ler esse. Acredito que ainda lerei, mas não esta entre minhas prioridades para esse ano. Como sempre, adorei sua resenha leninha.
    Bjos!!!

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