Quando uma mulher misteriosa chamada Katie aparece repentinamente na pequena cidade de Southport, na Carolina do Norte, questionamentos são levantados sobre seu passado. Linda, mas discreta, Katie parece evitar laços pessoais formais até uma série de eventos levá-la a duas amizades relutantes: uma com Alex, o viúvo, com um coração maravilhoso e dois filhos pequenos, a outra com sua vizinha muito franca, Jo. Apesar de ser reservada, Katie começa a baixar a guarda lentamente, criando raízes nessa comunidade solícita e tornando-se próxima demais de Alex e de sua família.
No entanto, quando Katie começa a se apaixonar, ela se depara com o segredo obscuro que ainda a assombra e a amedronta: o passado que a deixou apavorada e a fez cruzar o país para chegar no paraíso de Southport. Com o apoio simpático e insistente de Jo, Katie percebe que deve escolher entre uma vida de segurança temporária e outra com recompensas mais arriscadas... e que, no momento mais sombrio, o amor é seu único refúgio.
Enredo:
Mesmo com a Lei Maria da Penha e inúmeros movimentos (políticos, sociais e até mesmo midiáticos) contrários à violência doméstica, o tema continua sendo, para boa parte da população brasileira, um tabu. E isso não é uma característica somente do Brasil. Muitas sociedades, mesmo aquelas consideradas “de 1º mundo”, continuam com sérias dificuldades no debate, prevenção e punição relacionados aos abusos cometidos contra mulheres em seus próprios lares. Prova disso é a quantidade crescente de produções cinematográficas e literárias sobre o tema, como é o caso de “Um Porto Seguro”.
“Eu tinha uma amiga. O casamento dela era horrível, e ela não conseguia falar com ninguém. Ele costumava bater nela, ela lhe disse que se aquilo voltasse a acontecer, ela o deixaria. Ele jurou que nunca mais faria aquilo e ela acreditou nele. Mas as coisas pioraram muito.”
(P. 88)
Como sempre, Nicholas Sparks acertou na dose. Tratou do assunto central de seu romance de forma séria e densa, sem dramaticidade exagerada ou superficialidade leviana. Seus personagens são bem construídos e desenvolvem-se com coerência ao longo da história. O enredo é envolvente, sempre nos deixando ansiosos e, ao mesmo tempo, obrigando o leitor a pensar nas consequências físicas e psicológicas da violência doméstica.
“Todo mundo tem um passado, mas ele se limita a ser apenas o passado. Você pode aprender com ele, mas não pode mudá-lo. A pessoa que eu conheço é aquela que eu quero conhecer ainda melhor.”(P. 160)
Somente tenho uma – leve – crítica. Não gostei muito da tradução, achei que repetiram desnecessariamente algumas palavras e não mantiveram a qualidade do original. No entanto, como a fluidez se manteve, acho que não prejudicou a história em si.
Adaptação Cinematográfica:
As mudanças em relação ao original foram muito positivas. Determinados fatos, que faziam todo o sentido no livro, tiveram que ser alteradas no roteiro, para deixá-lo mais dinâmico e o filme, mais atrativo. Os atores também, apesar de não parecem em nada com os protagonistas da obra, têm suas respectivas personalidades e uma química maravilhosa.
Nesse caso, a falta de fidelidade ao livro teve um resultado ótimo. Por exemplo: uma das minhas cenas favoritas do filme é um passeio de caiaque do casal protagonista, o qual inexiste no livro. Tem uma fotografia belíssima e dá um ar deliciosamente romântico à cena. Ou seja: livro e filme têm suas diferenças, mas possuem a mesma essência: aquela essência maravilhosa e inconfundível de Nicholas Sparks.
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Laís é autora do livro Primeiras Impressões, uma adaptação moderna de Orgulho e Preconceito.
Oi, Laís!
ResponderExcluirSabe um autor que nos emociona e que nos toca a alma? É o Nicholas. Os livros dele faz isso comigo; eu choro, eu riu, eu torço pelos personagens! Seja nos livros, seja na versão de cinema, suas história me emocionam com seus personagens tão humanos e envolvidos em situações do cotidiano, e Um Porto Seguro é um bom exemplo. Quantas mulheres sofrem no Brasil e no mundo violência doméstica? E quantas sofrem caladas?
Um tema forte que o mestre do drama retratou com perfeição!
Bjos!
Oi, Any!
ExcluirUm tema atual, denso e que, muitas vezes, é tratado de forma superficial e caricaturada. Felizmente, o Nicholas Sparks não cometeu esse erro!
Beijos,
Laís