Clara e Gustavo se conhecem, em um Clube de Curitiba, quando ela estava
pensando em viajar, antes de começar a fazer faculdade, e então se
apaixonam e casam, assim, a vida de Clara muda rapidamente. E
literalmente a mudança é radical, pois Gustavo se revela um homem
agressivo, ciumento, possessivo, violento, ardiloso e perspicaz, com
isso transformando a vida dela numa constante surpresa e
esconde-esconde. Não somente de comportamentos como também de cidades.
Com o intuito de não criar laços com ninguém e, principalmente, de não
deixar que a família de Clara saiba onde ela está, você vai acompanhar
Cabra Cega sem ter a certeza de até quando aquela cidade fará parte dos
planos de Gustavo. Em Cabra Cega acompanhamos os escondidos.
Comecei a ler Cabra Cega instigada pelo pequeno texto que se encontra na contracapa do livro. Por ele achei estar começando uma leitura de um romance, mas qual não foi minha surpresa em encontrar um tema forte de Violência Doméstica.
Clara vive literalmente como num jogo de cabra cega, levada de um lugar para outro, cheia de medos. Gustavo de príncipe encantado vira o bandido da história, se mostrando violento, agressivo e totalmente louco.
Clara sobrevive na realidade de muitas mulheres que vivem em suas casas como prisioneiras. Agredidas não só fisicamente como totalmente subjugadas em seu psicológico.
Ai então vem uma pergunta que não quer calar: "Por que ainda existem mulheres que apanham dos maridos e não denunciam?!"
Os motivos são vários e só quem vive na pele sabe o quão difícil é reagir.
O livro é escrito totalmente sem diálogos, numa narrativa fácil, mas por vezes me senti totalmente perdida, por que em um parágrafo a autora mistura assuntos de forma tão rápida que demorava para eu entender que ela estava narrando a visão de outro personagem.
Um dos pontos negativos do livro são as poucas páginas para desenvolver um assunto tão complexo como a violência doméstica, mas acho que a autora conseguiu passar sua ideia.
Um tema forte, que nos deixa sempre em suspenso, esperando mais e mais, e um final nada mais justo, apesar de já esperado, pelo menos por mim.
Texto da Contracapa:"Uma aeromoça vendo os arroubos dos pombinhos resolveu perguntar se estavam viajando em lua de mel, e essa foi a deixa que Clara queria para parecer que era a mulher mais apaixonada do mundo.Respondeu com uma afirmação e, com isso, deixou o marido superconfiante fazendo com que ele acreditasse mesmo que sua mulher havia resolvido deixar o orgulho de lado, e assumir que o amava de verdade."
Olá Leninha!
ResponderExcluirLi o livro Cabra Cega em um dia... Fiquei tão envolvida na história que queria ter o poder de livrar a Clara das mãos de seu algoz.
A Sheila nos envolve de tal forma que ficamos presos na trama do início ao fim!
Indico a todos a leitura do livro!
Um abraço carinhoso
Olá Leninha!
ResponderExcluirComo te disse pelo TT essa foi uma resenha totalmente diferente de todas que eu li até hj, e graças a Deus já foram muitas. Achei super importante vc citar os pontos negativos, isso é ótimo para o meu crescimento como escritora. Cabra Cega foi o meu primeiro livro e publiquei sem a menor pretensão de ser perfeita. Apenas queria realizar o meu desejo de ter um livro publicado, sabe?! E na minha enorme ingenuidade não mensurei qual seria o tamanho disso e é por isso que quero te explicar uma coisa. Pode ser muito bobo de minha parte, mas é a verdade na construção de Cabra Cega. Eu só percebi a dimensão e o caminho que Cabra Cega estava indo depois que as pessoas começaram a ler. Ou seja, enqto eu criava, lia e relia somente no meu mundinho com o meu note, eu não fazia ideia que o tema violência doméstica era tão gritante no meu livro. É claro que eu sei que ela está lá, mas foquei tanto no Gustavo, na obsessão dele, na doença dele, no lado psicopata que até hoje me surpreendo ao ver que ninguém valoriza esse lado da história. Todos só falam da violência contra Clara, contra a mulher que é realmente um absurdo enorme. Por isso eu não desenvolvi mais o assunto nas páginas porque não era esse o caminho que pensei que o meu livro fosse percorrer. Mas como tudo é experiência nessa vida, além de realizar o sonho de publicar um livro, eu quero, Leninha, continuar nessa estrada até o dia de morrer, e desde que comecei a escrever o meu segundo livro que penso além do meu mundinho com o meu note... rsrs Não, não vou mudar a forma de escrever, vou aprimorar, aprender, não é à toa que ando estudando para melhorar, mas também aprendi que um livro anda sozinho, o caminho que ele vai percorrer depende de vocês: leitores. Por isso eu AMO, sem falsidade ou demagogia, todos os retornos que chegam pra mim. Obrigada, viu?! Beijo, beijoooo!
She
Violência doméstica. Eis um tema polêmico que o autor deve saber de cara que vai ter muitos retornos. Escrever sobre isso não é simplesmente "acaso" e gerará opiniões muitas vezes de repúdio a uma prática patológica, porque tanto é doente o que bate como o que apanha. E não existe só a violência física, a coerção pisicológica imposta por cônjugues também é uma forma de violência.
ResponderExcluirParabéns pela resenha, Leninha. Muito bem colocada.
Obrigada Tatiana! Beijo, beijo!
ResponderExcluirLeninha, desculpa, mas vou responder aos comentários, já que é sobre Cabra Cega ou sobre mim que as pessoas vão falar, tá?!
Suzana, adorei o seu comentário, mas quero deixar claro que Cabra Cega fala bem mais que violência doméstica, tem muitos assuntos ali... ;) Beijo, beijo!
Oi , Lena!
ResponderExcluirComo sempre, trazendo títulos que nos fazem pensar!
Adorei sua resenha, está anotado a dica!
Bjs
Evito ler esse tipo de livro, gosto de livros felizes. Sério, quando leio a sinopse ou escuto falar que o livro traz esse tipo de assunto passo longe, afinal meu objetivo não é sofrer ao ler o livro.
ResponderExcluirGostei da resenha.
Beijos
Oi, Lena.
ResponderExcluirNão conhecia esse livro.
Apesar do tema forte e atual, gosto de variar sempre nas minhas leituras.
Gostei da sua sinceridade e da forma singela como expressou seus sentimentos acerca da história.
Mesmo assim, fiquei curiosa! ^^
Beijos.
Uma pena que tenha faltado um pouco mais de desenvolvimento para a história...
ResponderExcluirMas esse é um assunto que precisa ser falado, pois esse tipo de coisa não pode continuar acontecendo nos dias de hoje... é um absurdo saber que ainda existem mulheres que sofrem nas mãos dos seus parceiros.